Drogas: Moçambique investiga envolvimento de deputado
29 de dezembro de 2022"Havendo a possibilidade de envolvimento, [o deputado em causa] terá que responder perante a lei", disse à comunicação social em Maputo o presidente da Comissão de Inquérito, António Nequice.
Em causa está uma denúncia feita no dia 1 de dezembro pelo deputado da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) Venâncio Mondlane sobre a alegada existência de um parlamentar do partido no poder que está envolvido no tráfico de drogas a partir do Porto de Macuse, na província da Zambézia, centro de Moçambique.
A comissão de inquérito parlamentar criada para investigar o caso é composta por sete membros, quatro da FRELIMO, partido no poder, dois da RENAMO, principal força de oposição, e um do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
Trabalhos arrancam em janeiro
Os trabalhos da comissão arrancam no dia 9 de janeiro de 2023, esperando-se a apresentação de um relatório em fevereiro sobre o caso.
Embora a denúncia de Venâncio Mondlane refira que se trata de um deputado do partido no poder (FRELIMO) eleito pelo círculo eleitoral da Zambézia, o nome do parlamentar em causa não foi revelado.
O caso veio a público em novembro deste ano, quando as autoridades detiveram um oficial das Forças Armadas afeto à base naval de Macuse e um professor de uma escola secundária local por suspeitas de tráfico de drogas pesadas, num esquema em que, segundo a denúncia do principal partido de oposição, estaria envolvido também um deputado.
Na terça-feira (27.12), o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) esclareceu que não possui qualquer processo contra um deputado da Assembleia da República.