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Terroristas entregaram-se às autoridades em Moçambique

Lusa
25 de setembro de 2024

Mais de 180 terroristas entregaram-se às autoridades e foram reintegrados, anunciou o Presidente moçambicano. Situação em Cabo Delgado está "relativamente estabilizada", garante Filipe Nyusi.

Visita de Filipe Nyusi e Paul Kagame à província de Cabo Delgado, setembro de 2021
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e Paul Kagame, homólogo do Ruanda, na província de Cabo Delgado (foto de arquivo)Foto: Simon Wohlfahrt/AFP/Getty Images

O Presidente da República disse hoje que pelo menos 182 terroristas se entregaram às autoridades moçambicanas. Os elementos de um grupo que abandonou as hostes terroristas foram reintegrados nas suas respetivas comunidades, segundo deu a conhecer Filipe Nyusi.

"Já estão reintegrados nas suas comunidades sem discriminação e estigmatização e se encontram inseridos nas suas respetivas famílias", afirmou o chefe de Estado durante a cerimónia oficial das comemorações do 60.º aniversário do Desencadeamento da Luta de Libertação Nacional e Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

Nyusi precisou que muitos cidadãos que viviam em cativeiro abandonaram os grupos terroristas e regressaram às suas famílias em consequência de um programa de contrapropaganda aprovado pelas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas.

O Presidente moçambicano adiantou, entretanto, que decorrem combates entre os grupos insurgentes e as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique em Mucojo, no distrito de Macomia, desde a noite de terça-feira.

"Temos informações que, a partir da noite e até este momento, estamos em combate ou em contacto direto com o inimigo", precisou Nyusi, referindo que "os jovens estão a fazer esforço para reocupar" na totalidade a localidade de Mucojo.

"Esperemos que os bons momentos se repitam dentro de algumas horas", afirmou o Presidente de Moçambique.

As Forças de Defesa e Segurança moçambicanas continuam a combater grupos insurgentes com ajuda internacionalFoto: Estácio Valoi/DW

Regresso às zonas de origem

Desde o início de agosto que diferentes fontes no terreno, incluindo a força local, têm relatado confrontos intensos entre a missão militar conjunta e os insurgentes nas matas do posto administrativo de Mucojo (Macomia). As operações envolvem helicópteros, blindados e homens fortemente armados, havendo relatos de tiroteios em locais considerados como esconderijos destes grupos.

Apesar dos confrontos em Mucojo, o chefe de Estado moçambicano assinalou um regresso significativo da população às zonas de origem, tendo referido que atualmente a situação em Cabo Delgado está "relativamente estabilizada". Por outro lado, assegurou o Presidente, decorrem trabalhos de reconstrução de infraestruturas destruídas naquela província.

Retoma dos megaprojetos

Nyusi recomendou aos que combatem o terrorismo "sinceridade" e "humildade" sem proclamação de vitórias até que o objetivo final seja alcançado "de forma definitiva". Adiantou, de acordo com "o resultado das operações realizadas no terreno", que "a situação de segurança nos distritos outrora abrangidos pelos atos terroristas intensos está bem melhor do que em 2018, quando os projetos decorriam com normalidade na bacia do Rovuma".

O estadista pediu que se honre a dedicação e entrega dos militares moçambicanos e dos seus aliados, retomando o normal decurso da vida, incluindo as atividades do setor produtivo a todos os níveis, em particular a retoma dos megaprojetos de exploração de gás em Cabo Delgado. 

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05:20

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Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam o país no combate ao terrorismo.

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