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CriminalidadeMoçambique

Moçambique: Mais de 300 agentes da PRM expulsos em 2020

kg | Lusa
4 de janeiro de 2021

Agentes expulsos da Polícia da República de Moçambique são acusados de crimes como roubo e assalto à mão armada. Comandante-geral fala em necessidade de "purificação das fileiras" policiais.

Bernardino Rafael
Bernardino Rafael, comandante-geral da PRMFoto: DW

Um total de 326 agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) foram expulsos da corporação em 2020 por se terem envolvido em crimes, anunciou o comandante-geral da PRM, Bernardino Rafael, citado pela imprensa. 

"A purificação das fileiras constitui uma arma fundamental para termos uma instituição pura e que não manche a sua boa imagem. Iremos continuar a purificar e expulsar os que não conseguem marchar conosco", referiu o comandante-geral da PRM, citado pelo diário Notícias. 

Para Bernardino Rafael, os polícias envolvidos, entre outros, em roubos e assalto à mão armada estavam "proibidos de cometer delitos", chamando a atenção para o "restrito respeito e amor à farda". 

"Fico triste quando aparecem ocorrências de crimes cometidos por agentes da PRM, quero que se mude este comportamento. A polícia não deve aumentar os índices de criminalidade", reiterou.

Policiais condenados

Além de agentes expulsos, houve também 360 policiais promovidos por terem feito um "bom trabalho", aos quais o comandante-geral pediu que transmitissem boas práticas aos demais. "Ensinem os colegas, sobretudo os que pretendem desviar os princípios que norteiam a corporação, para que sigam o vosso exemplo", concluiu. 

Em junho de 2020, o Tribunal Judicial da Província de Gaza, sul de Moçambique, condenou seis polícias da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) a penas de prisão entre três e 24 anos de cadeia pelo seu envolvimento no homicídio, em outubro de 2019, do observador eleitoral Anastácio Matavel. 

Além da condenação dos polícias, em 2020, a corporação foi também marcada pela detenção de agentes acusados de balear mortalmente cidadãos, alegadamente por violação do estado de emergência. Os casos mereceram repúdio por parte de organizações da sociedade civil, que pediram a responsabilização do Estado, como prevê a Constituição. 

"Os mortos têm netos e eles querem saber o que aconteceu!"

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