Moçambique: Mais de 300 graduados sem emprego em Manica
Bernardo Jequete (Manica)
10 de março de 2018
Jovens recém-graduados na área da saúde na província de Manica denunciam que estão desempregados devido à falta de dinheiro no setor. Alguns já procuram biscates em outras áreas.
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Na província de Manica, no centro de Moçambique, os jovens estão prontos para começar a trabalhar nos hospitais ou nos centros de saúde, mas continuam à espera de serem colocados. São recém-graduados em saúde materno-infantil, técnicos de laboratório e técnicos de medicina e enfermagem e pensaram que seria fácil arranjar emprego. Mas não foi isso que aconteceu.
Um dos graduados falou à DW África sob condição de anonimato, por medo de represálias. "Graduámos, sim, no ano passado. Até agora estamos sentados, sem fazer nada. As informações que temos tido é que não há orçamento para pagar a novos funcionários", conta.
Moçambique: Mais de 300 graduados sem emprego em Manica
De acordo com estes jovens, quase 300 recém-graduados estão sem emprego na província de Manica. Alguns têm arranjado biscates, vendendo produtos de primeira necessidade ou roupa usada em mercados informais. Outros oferecem-se para trabalhar na área da saúde mesmo sem receber, afirma outro recém-graduado, que também pede para ficar no anonimato.
"Estamos a perder habilidades. Alguns estão a pedir para trabalhar sem salários nas unidades sanitárias para garantir aquela habilidade que já tínhamos na carreira ou na escola".
"Situação vai se resolver"
Mas o diretor provincial da saúde em Manica minimiza as preocupações dos recém-graduados. Firmino Vidade Jaqueta não confirma, nem desmente que há restrições orçamentárias. Dá, no entanto, a entender que a seu tempo a situação se vai resolver.
"Podemos confirmar aqui que, mesmo agora que estamos a falar, muitos deles estão na direção provincial a levarem guias ou a assinarem contratos", diz o diretor, que garante ainda que "todos os que nós graduámos no primeiro semestre do ano 2017 já têm emprego no sistema nacional de saúde".
Enquanto os novos graduados não são colocados, Firmino Vidade Jaqueta sugere aos jovens que participem em formações. "A dinâmica e o conhecimento da ciência e tecnologia são caracterizados pela introdução constante de inovação de procedimentos, o que impõe a cada profissional a necessidade de atualizar-se permanentemente através da participação em cursos de capacitação, em debates do estudo e análise de situações problemáticas".
Ruas da cidade de Chimoio dominadas pela degradação e lixo amontoado
A cidade de Chimoio está coberta de problemas: entulho nas ruas, buracos nas vias, obras paradas, estradas por asfaltar e troços intransitáveis. O Conselho Municipal não apresenta soluções e a população está revoltada.
Foto: DW/B. Jequete
Lixo já toca nos pneus
A deficiente recolha de resíduos sólidos em Chimoio está a afetar a qualidade do ambiente: o lixo tomou conta da cidade e nem as zonas próximas das residências e supermercados escapam. O Conselho Municipal da Cidade de Chimoio alega haver falta de meios para a recolha de resíduos urbanos, o que está a causar inundações e mau cheiro generalizado.
Foto: DW/B. Jequete
Manutenção por concluir
Devido à falta de fiscalização, os técnicos do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG) abrem buracos nas vias públicas para a manutenção das tubagens, mas não os tapam. Os locais são deixados ao abandono, sem sinalização, e têm provocado acidentes.
Foto: DW/B. Jequete
Eternamente à espera
As obras de ampliação e reabilitação da filial do Banco de Moçambique em Chimoio, cuja data de conclusão estava prevista para fevereiro de 2016, estão paralisadas e desconhecem-se as causas. Este não é, no entanto, o único caso de obras por concluir nesta cidade.
Foto: DW/B. Jequete
Empreiteiro abandona obra
O Conselho Municipal da Cidade de Chimoio adjudicou a construção de uma ponte aérea, que ligaria a Avenida da Liberdade à estrada nacional 6, com intuito de diminuir o congestionamento no centro da cidade. No entanto, o empreiteiro recebeu o dinheiro e está neste momento em parte incerta. O edil de Chimoio diz estar ao corrente do assunto e já acionou os mecanismos legais.
Foto: DW/B. Jequete
Ruas cortadas
As obras de asfaltagem do prolongamento da Rua do Báruè, paralisadas desde novembro de 2017, deixaram os munícipes de Chimoio de costas voltadas para o edil. A via está bloqueada, o que impede os cidadãos de levarem as suas viaturas para perto de casa.
Foto: DW/B. Jequete
Lojas sem abastecimento
Há várias áreas da cidade que permanecem esburacadas e cortadas. Tal está a impedir o reabastecimento de superfícies comerciais, nomeadamente mercados, o que está a deixar os comerciantes e os clientes no limite da paciência.
Foto: DW/B. Jequete
Funerais seguem por terra batida
A estrada que dá acesso ao Cemitério de Chissui está cortada para obras de asfaltagem há três anos. O empreiteiro abandonou a obra sem motivo aparente. As viaturas que acompanham os funerais acabam por ser obrigadas a desviar o trajeto, usando como alternativa uma via aberta em terra batida.
Foto: DW/B. Jequete
Buracos… E mais buracos
A Rua dos Operários, a principal via de acesso à cidade, também está esburacada em vários pontos. Várias avenidas e ruas do coração da cidade de Chimoio permanecem degradadas há vários anos, mas o Conselho Municipal da Cidade de Chimoio parece alheio ao problema.
Foto: DW/B. Jequete
Murais em más condições
A maior parte dos murais da cidade de Chimoio carecem de manutenção, mas as autoridades municipais fingem não reparar. Por outro lado, este tipo de pinturas não são valorizadas pelos cidadãos, que acabam por urinar nestas obras de arte, assim como em canteiros, plantas e em outros locais públicos do centro da cidade.