Trezentos mil hectares de mangais correm o risco de desaparecer em Moçambique devido a ação humana. As províncias da Zambézia e Sofala, no centro, Nampula, no norte, e Maputo, no sul, são as mais críticas.
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O Governo e especialistas em meio ambiente estão à procura de estratégias para aprimorar a preservação de mangais. Trezentos mil hectares de mangais estão a ser destruídos pelo Homem para dar lugar à construção de residências, além da retirada de estacas para venda.
O especialista em meio ambiente Salomão Bandeira adverte que devem ser tomadas medidas apropriadas: "Esta questão do mangal realmente mexe muito connosco, mas lembrem-se que as cidades moçambicanas desenvolvem-se à volta dos mangais. A cidade de Quelimane e aqui em Maputo penso que está haver uma tolerância para a construção perto dos mangais."
Por causa da ação humana, Moçambique só tem a perder, explica o especialista.
"Constituem um ecossistema, um habitat essencial porque é de lá que os recursos são extraídos; pescas, materiais de construção e outros. Mas o mangal por moldar a linha de costa tem outros valores importantes ligados ao turismo. Então, constitui um habitat importante para a sociedade moçambicana", lembra Salomão Bandeira.
Numa conferência da ONU sobre os oceanos, em 2017, Moçambique comprometeu-se a replantar cinco mil hectares de mangal, até 2022, mas até ao momento só foram restaurados 15 hectares.
Mas a restauração dos mangais por si só, explica o especialista, não é suficiente para melhorar a situação de degradação.
Critérios de replantio
Salomão Batista alerta que "essa restauração deve obedecer a certos critérios. Um deles é termos a certeza de que houve uma destruição antropogénica, este é que seria o princípio porque é muito fácil entre o mangal e a vegetação terrestre vermos um espaço e acharmos que facilmente podemos restaurar."
Moçambique: Mangal em perigo
O Governo defende o replantio do mangal, mas há critérios que devem ser seguidos, segundo explicações de Jorge Mafuca, diretor do Instituto de Investigação Pesqueirado Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas.
"Mas o que nós pretendemos é, por causa deste compromisso que temos com as Nações Unidas, estruturar esta intervenção. Fazer o replantio em função daquilo que é o programa e o cronograma elaborados. Mas para chegarmos a isso fizemos levantamento em todas as províncias e definimos quais as que são críticas para definirmos metas para cada província", conta Baneira.
O mangal é importante na prevenção da erosão da costa e das margens dos rios, na redução das cheias e na reprodução das espécies marinhas, como é o caso do camarão.
Crescimento demográfico: Cidades perante novos desafios
Quase dois terços da humanidade vivem em cidades - um enorme desafio global. A terceira cimeira da ONU sobre desenvolvimento urbano sustentável tem lugar entre 17 e 20 de outubro na cidade de Quito, capital do Ecuador.
Foto: Roslan Rahman/AFP/Getty Images
População urbana cada vez mais numerosa
A ONU prevê que a população mundial ascenda a nove mil milhões até 2050. Até lá, dois terços viverão em cidades. As cidades e as comunas deverão preparar-se para o facto, oferecendo serviços em quantidade e qualidade para os novos cidadãos: habitação acessível, água e saneamento, postos de trabalho, educação, serviços de saúde e transportes públicos..
Foto: Getty Images
Bairros de lata cada vez maiores
Algumas cidades veem-se confrontadas com o alastrar dos bairros de lata devido à pressão demográfica. É o caso, por exemplo, do "township" de Khayelitsha, na África do Sul. Em África, na Ásia e na América Latina milhões de pessoas vivem em bairros degradados, sem acesso a água canalizada ou a saneamento. Além disso, essas áreas oferecem poucas possibilidades de trabalho e de acesso a rendimento.
Foto: Getty Images/D. Kitwood
Edifícios ecológicos
Por vezes, a pressão urbana contribui para a inovação: o município de Santa Monica, perto de Los Angeles, construiu bairros habitacionais para operários com baixos rendimentos, como o bairro de "Colorado Court": as casas são baratas, obedecem a critérios ecológicos e ficam perto do centro da cidade. O mais importante é a eficiência energética, ou seja, custos de aquecimento bastante reduzidos.
Foto: picture alliance/Arcaid/J.-E. Linden
Água potável de qualidade
Muitas cidades foram construidas sobre lençois freáticos ou perto de rios ou lagos. O fornecimento de água potável em quantidade e qualidade suficientes para uma população cada vez mais numerosa constitui um dos maiores desafios dos municípios em crescimento. Na Índia, muitas cidades, como Nova Deli, veem-se obrigadas a ir buscar água a regiões remotas, para abastecer as suas populações.
Foto: DW/M. Krishnan
Agricultura urbana
Fornecer alimentos saudáveis para uma população em crescimento - um objetivo nada fácil de atingir. Várias cidades tentam aproveitar hortas urbanas para a produção de produtos agrícolas. É o caso de Kampala, capital do Uganda, onde cada vez mais famílias dispõem de uma horta, onde produzem alimentos para o consumo próprio e mesmo para a venda nos mercados municipais, como o mercado de Nakasero.
Foto: AFP/Getty Images
Bicicletas: baratas e ecológicas
Os habitantes das cidades precisam de transportes públicos rápidos, económicos e eficientes. A bicicleta pode constituir uma alternativa amiga do meio ambiente. Cidades como Copenhague, capital da Dinamarca, investem muito na construção de ciclovias, motivando assim os habitantes a deixar os automóveis na garagem. Copenhague tem uma meta: ser em 20125 a primeira capital "carbono neutro" do mundo.
Foto: picture alliance / PIXSELL
Os autocarros de Bogotá
A capital da Colômbia de Bogotá começou, no ano de 2000, a implementar um sistema moderno de transportes de autocarro: o "TransMilenio". Trata-se de autocarros mais económicos e cómodos e que são utilizados diariamente por mais de dois milhões de utentes. Pouco a pouco, os autocarros a diesel serão substituídos por veículos com motores elétricos e "híbridos".
Foto: Guillermo Legaria/AFP/Getty Images
Soluções para tratamento de lixos sólidos
Como tratar o lixo de forma eficiente? Uma dor de cabeça para muitos municípios. Na Suécia, muitas cidades produzem energia através da combustão de lixos sólidos. Aí, apenas 1% do lixo é colocado em aterros. A cidade californiana de São Francisco baniu os sacos plásticos e pretende reciclar todo o lixo produzido. Em Inglaterra, o lixo é fonte de energia utilizada nos transportes públicos.
Foto: Envac/Image Bank Sweden
Como melhorar a qualidade do ar?
Algumas cidades são conhecidas pelos seus famigerados teores de poluição do ar. Uma das cidades que mais sofre com o "smog" é a Cidade do México. No início de 2016, o município, numa tentativa de atenuar o problema, proibiu a circulação de carros na cidade e aconselhou os munícipes a não abandonarem as suas casas.
Foto: Getty Images/AFP/H. Guerrero
Uma parede contra a poluição do ar
Com a iniciativa "Hoy No Circula" ("Hoje não circules"), a Cidade do México pretende convencer os cidadãos a não utilizarem os seus automóveis durante menos um dia da semana. Outras medidas propostas são a plantação de árvores, a utilização de veículos menos poluentes ou a construção de edifícios inovadores, como a "Torre de Especialidades", cujos painéis exteriores absorvem gases poluentes.
Foto: Alejandro Cartagena
Cidades inovadoras
70% dos gases com efeito de estufa são produzidos em cidades. Alguns municípios esforçam-se por reduzir drasticamente o CO2. É o caso de Copenhaga, Vancouver ou Malmö. Também Freiburg, na Alemanha, implementou várias medidas, apostando, nomeadamente, na energia solar, em meios de transporte ecológicos ou na reciclagem de lixos sólidos. Freiburg quer ser cidade "carbono neutro" em 2015.
Foto: Stadt Freiburg im Breisgau
Cidades verdes
Espaços verdes são de importância vital para as cidades. Os parques municipais oferecem bem-estar e protegem do calor. Singapura é uma das cidades com maior densidade populacional do mundo. Ao mesmo tempo é uma cidade extremamente verde. Cerca de metade da cidade é coberta de espaços verdes. Singapura lidera o denominado "Green City Index" no continente asiático.