Moçambique: MDM "aberto" a diálogo sobre coligação
25 de novembro de 2022Na terça-feira passada (22.11), um grupo de partidos políticos extraparlamentares reuniu-se com a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) para traçar estratégias de uma coligação para enfrentar o partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), nas próximas eleições.
O porta-voz dessa reunião, Albino Forquilha, disse, na altura, que essa coligação é viável, mas que ainda era prematuro tomar uma decisão.
"É preciso ver, digamos, os aspetos que têm a ver com o objetivo fundamental. Uma coligação é apenas um objetivo intermediário," considerou.
"O objetivo final é trazer a vitória eleitoral, mas uma vitória que vise uma governação de justiça social," afirmou Albino Forquilha.
Abertura ao diálogo
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) não foi convocado para este encontro, mas já se mostrou aberto ao diálogo para uma coligação rumo às eleições autárquicas de 2023 e presidenciais de 2024.
O presidente do partido, Lutero Simango, disse, esta sexta-feira (25.01), que o diálogo para uma possível coligação proposta pela RENAMO só pode ter uma de duas respostas: sim ou não.
"Estamos abertos, porque ainda não tenho os termos de referência. O que eu disse e repito é que estamos abertos para uma discussão franca, aberta, honesta e objetiva. E o nosso objetivo é trabalhar para que em Moçambique haja alternância democrática," descreve.
Lutero Simango avançou ainda que abrir mão da sua candidatura para outra liderança depende dos resultados de uma discussão aprofundada.
"Quando vamos discutir sobre as coligações não é para discutir sobre as posições. É para discutir sobre as estratégias, o objetivo principal desta coligação. Depois de discutirmos tudo isto, no fim, vamos perguntar quem estará em condições de levar àvante este projeto da coligação," disse o presidente do MDM.
A posição foi manifestada nesta sexta-feira, quando o MDM chamou a imprensa para falar de diversos assuntos que o partido entende que "enfermam" o país.
Tabela Salaria Única
Um desses assuntos é a Tabela Salarial Única (TSU), que está a gerar fortes ameaças de paralisação em alguns setores do Estado.
"O Governo deve dialogar com todos aqueles que acham e acreditam que houve injustiça feita. Eu tenho acompanhado que há encontros com os médicos, embora haja muito ruído nisso. Espero, na próxima semana, ter uma informação precisa para poder me posicionar," disse Simango.
Os médicos moçambicanos mantêm o dia 5 de dezembro para entrar em greve e os professores do ensino geral ameaçam boicotar os exames do ensino secundário na próxima segunda-feira (28.11).