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EducaçãoMoçambique

Moçambique: Medo marca início do ano letivo na Zambézia

19 de março de 2021

Encarregados não escondem o medo de infeção em massa pelo coronavírus nas escolas e reclamam que falta o mínimo para a prevenção: "Na primeira e segunda classe, estamos com mais medo por causa do uso da máscara".

Mosambik Schuljahresbeginn in Quelimane
Foto: Marcelino Mueia/DW

Há um misto de satisfação e receio nas comunidades da Zambézia com o arranque oficial do ano letivo no ensino geral em Moçambique esta sexta-feira (19.03). Os encarregados veem como necessário o início das aulas, mas não escondem o temor de uma infeção em massa de crianças e adolescentes pelo coronavírus.

Várias escolas não apresentam condições sanitárias adequadas e muitos encarregados temem que os seus educandos da primeira à 12.ª classe adoeçam com Covid-19.

Escolas não têm material existente na Universidade de Licungo (foto)Foto: DW/M. Mueia

A reclamação geral é de que falta o mínimo para garantir a higienização permanente das mãos dos alunos e outras medidas para prevenir infeções.

"Estamos com receio, mas não temos como. Porque no ano passado, as crianças ficaram a marginalizar-se. Temos mais medo para os mais pequenos, aos adolescentes mais ou menos. Mas, pelos da primeira e segunda classe, estamos com medo por causa do uso da máscara", diz Ana Paula Domingos, uma das mães preocupadas em Quelimane.

Um ano diferente

Apesar do medo de alguns, há quem prefira arriscar. Telma Zeca aposta no "pensamento positivo". "Se nos pensarmos assim as nossas crianças nunca vão estudar não sabemos isso quando vai terminar, devemos arriscar!", opina a encarregada da educação ouvida pela DW.

As aulas propriamente começam na próxima segunda-feira (22.03). Mas não se nota o fluxo normal de compradores nas lojas de material escolar que geralmente é verificado antes do início das aulas.

Afonso Palha: "Os cadernos não saem"Foto: Marcelino Mueia/DW

"Está muito lento, não sei se é por falta de dinheiro. Os cadernos não saem. Não sabemos o que vamos fazer. Este seria o mês de saída de material escolar, mas o movimento está muito fraco este ano. Deve ser a Covid-19", explica o vendedor Afonso Palha.

Outro comerciante, que não quis ser identificado, diz que não se vê nada que caracterize o habitual início das aulas na Zambézia. "Nos anos passados, neste período, eu não teria tempo para conversar contigo. Aqui estaria cheio, e eu estaria a atender clientes. Toda a gente está com aquele medo, apesar de o Presidente ter dito que as aulas vão arrancar no dia 22", explica.

Segundo as autoridades na Zambézia, mais de 291 mil alunos da primeira classe iniciarão o ano letivo esta segunda-feira. Em âmbito nacional, o Governo moçambicano espera 8 milhões de alunos da primeira à 12.ª classes. O Presidente Filipe Nyusi inaugura o ano letivo numa cerimónia em Carapira, na província de Nampula, com o lema "Por uma Educação Inclusiva, Patriótica e de Qualidade".

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