Membros do MDM boicotam evento político do partido
13 de março de 2022Desde que o atual presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, assumiu as rédeas do partido, em dezembro último, que alguns membros em Quelimane se opõem à causa política do MDM, ainda que, na pré-campanha para a sua eleição tenha arrastado massas e conseguido simpatia para a sua votação a nível dos distritos da província da Zambézia.
Para este domingo (13.03) o MDM tinha agendado um encontro, seguido de marcha, em comemoração do dia da fundação do partido, celerado a 7 de março, mas tal não aconteceu. É o segundo evento do partido, em espaço de semanas, em que os membros não comparecem. O primeiro aconteceu no passado dia 22 de Fevereiro, data em que se assinalou um ano da morte do Daviz Simango.
O Delegado político do MDM em Quelimane justifica que a não participação de membros do partido deve-se meramente às condições meteorológicas. Argumenta que as chuvas que aem nos últimos dias não permitem a aglomeração dos membros.
"Desconforto" dos membros
O analista político, Laurindo Verde, considera o facto preocupante num contexto em que o partido procura reafirmar e conquistar simpatias.
"Os membros ainda não se identificam com a nova liderança porque provavelmente a liderança ainda não apresentou um projeto claro e concreto do partido. Ainda há um desconforto da parte dos membros e a continuidade da tribo Simango que não é de consenso de todos elementos", explica.
O assessor político do atual presidente do partido, José Maria Lobo, não descarta a possibilidade de existência de grupos divididos dentro do MDM, depois que Lutero Simango foi eleito para substituir Daviz Simango, o seu irmão mais novo.
"É normal, há pessoas que apostaram num outro candidato além de Lutero. Tiveram a sensação de que se o José Domingos fosse eleito teriam um bom cargo político e pensavam que ganhavam lugares cimeiros dentro do partido. Há um sentimento de monotonia por parte de alguns membros, as pessoas estão a criam focos de desestabilização do próprio partido."
"Vamos ao conselho nacional do partido provavelmente na primeira quinzena de abril, alguns vão abandonar o partido e filiarem-se a outros porque o que esperavam nao é o que aconteceu", prevê ainda José Maria Lobo.
Nova equipa de trabalho
O analista, Laurindo Verde, considera que "o partido MDM precisa recuperar o espírito e ideais de Daviz Simango. Precisa assumir a responsabilidade como segundo maior partido da oposição em Moçambique." E reitera: "O novo presidente tem que agir para o sucesso do seu partido e bom ambiente interno".
Em abril próximo espera-se que Lutero Simango constitua nova equipa de trabalho na reunião de conselho nacional a decorrer na Cidade de Chimoio, província central de Manica, e há muitas dúvidas se o atual secretário - geral, José Domingos, poderá vir a ocupar a mesma posição no partido.