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MNE reage a ordem de expulsão de diplomata da Somália

Lusa
18 de abril de 2022

A ministra dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Verónica Macamo, disse não entender a decisão do Governo da Somália de expulsar o representante especial da União Africana no país, o moçambicano Francisco Madeira.

AU Beauftragter für Somalia, Francisco Madeira
Francisco Madeira, enviado da UA em MogadíscioFoto: Chris Stein/AFP/Getty Images

"Não entendemos o que é que aconteceu, mas ficamos consolados porque o Presidente do país tranquilizou-nos de certa maneira, anulando a decisão anterior″, referiu, em declarações divulgadas no sábado (16.04) pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).

Esta foi a primeira reação de um governante moçambicano a mais uma polémica com representantes da União Africana (UA) e da Organização das Nações Unidas (ONU) na Somália, desta vez com um diplomata de Moçambique.

″O embaixador Madeira é um embaixador de carreira que, por causa do seu conhecimento, capacidade e da sua experiência, foi indicado pela UA para representar a organização no âmbito da [missão de] unidade e pacificação. É este o papel que está a realizar″, frisou.

"Não entendemos o que é que aconteceu", diz Verónica Macamo Foto: Roberto Paquete/DW

A reação surge depois de, em 08 de abril, o presidente da UA, Moussa Faki Mahamat, ter expressado preocupação com a decisão do primeiro-ministro da Somália, Mohamed Hussein Roble, de considerar "persona non grata” o representante especial da organização no país.

O líder da UA congratulou-se, no entanto, com a posição do Presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, que se opôs à do primeiro-ministro.

O chefe de Estado somali lamentou a decisão do Governo de Mogadíscio e reiterou o compromisso de continuar a cooperar com a Missão da UA de Transição na Somália (ATMIS, na sigla inglesa).

Em novembro, o Governo somali expulsou o representante especial adjunto da UA, Simon Mulongo, e já antes, em janeiro de 2019, tinha sido expulso o enviado especial das Nações Unidas, Nicholas Haysom, por alegada "violação de protocolos” e "interferência nos assuntos internos da Somália.

O país conta com um contingente militar da UA no combate ao grupo islamita al-Shabab, que move uma guerra contra o Estado somali e controla parte do território do país.

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