Moçambique: Arrancam obras na estrada Lichinga-Cuamba
Manuel David (Lichinga)
6 de junho de 2017
Depois de muitos anos, vai finalmente começar a asfaltagem da estrada Lichinga-Cuamba, na província do Niassa. O Presidente Filipe Nyusi, esteve esta terça-feira (06.06), em Massangulo, para o arranque das obras.
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O dia 6 de junho de 2017 vai ficar na memória do povo da província moçambicana do Niassa. Há muito que a população reclamava da degradação acentuada da estrada Lichinga-Cuamba, que liga as duas principais cidades da província, e dos altos prejuízos que daí resultaram.
Esta terça-feira (06.06), e depois de muitos anos de promessas não cumpridas, o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, esteve no local para o arranque da asfaltagem da estrada N13. Sem justificar os motivos do atraso das obras, Filipe Nyusi disse que veio pagar a promessa que tinha feito ao povo. O lançamento da primeira pedra é, segundo o Presidente, "a concretização de choros de muitos anos dos nossos avós, pais, irmãos e irmãs" . "As máquinas já estão aí e o trabalho já iniciou", afirmou.
Com 300 quilómetros de distância, a estrada Lichinga-Cuamba é considerada fundamental para o desenvolvimento do Niassa. Nesta primeira fase, as obras vão arrancar em dois troços: Lichinga-Massangulo e Massangulo-Muita. Para o terceiro troço, que vai ligar Muita a Cuamba, ainda será realizado um concurso para apurar os concorrentes.
População satisfeita
Nyusi anuncia arranque das obras na estrada Lichinga-Cuamba
Alguns residentes do Niassa ouvidos pela DW África mostram-se satisfeitos com o início das obras. Eva Nilza Camuto acredita que o investimento nesta estrada trará mudanças positivas na província. Segundo a moçambicana, estando a estrada em "boas condições", "haverá mais possibilidades dos condutores levarem os passageiros a um custo acessível". Outro dos benefícios, acrescenta, será o transporte de mercadorias desde a cidade de Cuamba para a cidade de Lichinga.
Tomás Augusto, também residente no Niassa, espera que o lançamento das obras de asfaltagem não seja mais uma cerimónia enganadora. "Este é um assunto que é de louvar, é bonito saber disso, mas tomara que não seja apenas o lançamento como aconteceu outras vezes. [Fizeram-se] lançamentos de algumas obras [em que não houve] concretização", afirma o morador, acrescentando que, a avançarem, as obras na estrada nacional irão "impulsionar o desenvolvimento do Niassa".
As obras de asfaltagem da estrada Lichinga-Cuamba deverão durar dois anos e meio e custam cerca de oito mil milhões de dólares americanos. O projeto prevê ainda a construção de dez pontes.
O eterno segundo lugar: uma vida na oposição em África
Não são apenas os presidentes que não mudam durante décadas nalguns países africanos. Também os chefes da oposição ocupam o cargo toda a vida, vedando o caminho às novas gerações. Conheça alguns eternos oposicionistas.
Foto: Reuters
O guerrilheiro moçambicano
Afonso Dhlakama é um veterano entre os oposicionistas africanos de longa duração. Em 1979 assumiu a liderança do movimento de guerrilha Resistência Nacional Moçambicana, RENAMO. Este tornou-se num partido democrático. Mas Dhlakama é famoso pelo seu tom combativo. Por vezes ameaça pegar em armas contra os seus inimigos. E concorreu cinco vezes sem sucesso à presidência do país.
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Morgan Tsvangirai - o resistente
O ex-mineiro tornou-se num símbolo da resistência contra o Presidente vitalício do Zimbabué, Robert Mugabe. Foi detido, torturado, sofreu fraturas do crânio e uma vez tentaram, sem sucesso, atirá-lo do décimo andar de um edifício. Após as controversas eleições de 2008, o líder do Movimento pela Mudança Democrática chegou a acordo com Mugabe sobre uma partilha do poder.
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O primeiro jurista doutorado na RDC
Étienne Tshisekedi foi nomeado ministro da Justiça antes de terminar o curso. Só mais tarde se tornou no primeiro jurista doutorado da República Democrática do Congo. Teve vários cargos na presidência de Mobuto, mas tornou-se crítico do regime. Foi preso e obrigado a abandonar o país. Liderou a oposição de 2001 até a sua morte em fevereiro de 2017. Perdeu as eleições de 2011 contra Joseph Kabila.
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Raila Odinga: a política fica em família
Filho do primeiro vice-presidente do Quénia, Raila Odinga nunca escondeu a ambição de um dia assumir a presidência. Foi deputado ao mesmo tempo que o pai e o irmão. Mas não se pode dizer que seja um militante fiel de algum partido: já mudou de cor política por quatro vezes. Após a terceira derrota nas presidenciais de 2013, apresentou queixa em tribunal contra o resultado e ... perdeu.
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O Dr. Col. Kizza Besigye do Uganda
Besigye já foi um íntimo de Museveni, para além do seu médico privado. Quando começou a ter ambições de poder, transformou-se no inimigo número um do Presidente do Uganda. Foi repetidas vezes acusado de vários delitos, preso e brutalmente espancado em público. Voltou a candidatar-se nas presidenciais de maio de 2016, durante as quais ocorreram novamente distúrbios violentos.
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Juntos por um novo Chade
Saleh Kebzabo (esq.) e Ngarlejy Yorongar são os dois rostos mais importantes da oposição no Chade. Embora sejam de partidos diferentes, há muitos anos que lutam juntos pela mudança política no país. Mas desavenças no ano de eleições 2016 enfraqueceram a aliança. A situação beneficiou o Presidente perene Idriss Déby, que somou nova vitória eleitoral.
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O Presidente autoproclamado
Desde o início da sua atividade política que Jean-Pierre Fabre se encontra na oposição do Togo. O líder da “Aliança Nacional para a Mudança” concorreu por duas vezes à presidência. Após a mais recente derrota, em abril de 2015, rejeitou os resultados do escrutínio e autoproclamou-se Presidente. Sem sucesso.
O pai foi Presidente do Gana na década de 70. Nana Akufo-Addo demorou muitos anos até seguir-lhe as pisadas. Muitos ganeses não levam muito a sério as tentativas desesperadas para chegar à presidência, tendo dificuldades em identificar-se com este membro das elites. Mas em novembro de 2016, Akufo-Addo candidatou-se pela terceira vez e venceu as eleições. Desde janeiro de 2017 é Presidente do Gana.