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Moçambique: Nyusi apela para rendição de Mariano Nhongo

16 de janeiro de 2021

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, exigiu que o líder da autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO deponha as armas "antes que seja tarde'. Filipe Nyusi pediu ainda que as FDS sejam implacáveis em Cabo Delgado.

Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique
Foto: Reuters/G.L. Neuenburg

Filipe Nyusi voltou a apelar para a rendição do líder da autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO, Mariano Nhongo, para a entrega das armas e a adesão dos dissidentes ao processo de desmilitarização, desarmamento e reintegração (DDR) do antigo braço armado da oposição.

"Mariano Nhongo deve entregar-se e aderir ao processo de DDR. E pode fazê-lo através da via de contato ao seu dispor. O mesmo digo em relação aos seguidores de Matsangaíssa Júnior. Entreguem-se sozinhos antes que seja tarde", declarou num discurso esta sexta-feira (15.01) no encerramento do quinto curso de operações de combate ao terrorismo das Forças de Defesa e Segurança (FDS), em Maputo, transmitido pela Televisão de Moçambique.

Mariano Nhongo, líder da autoproclamada "Junta Militar" da RENAMOFoto: DW/A. Sebastião

"As exigências da RENAMO foram satisfeitas de acordo com as suas pretensões", disse Filipe Nyusi ao referir às negociações feitas com "as duas últimas gerações de lideranças da RENAMO", nomeadamente, com Afonso Dhlakama e o atual líder do partido, Ossufo Momade.

Apesar do anúncio de trégua feito pelo chefe de Estado moçambicano, em outubro do ano passado, as tentativas de diálogo fracassaram. Nhongo chegou a comprometer-se com a trégua, mas novos ataques ocorreram no centro do país.

Pelo menos 30 pessoas foram mortas nos ataques armados atribuídos à autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO, ocorridos desde agosto de 2019. Mariano Nhongo contesta as condições do acordo de paz, assinado entre o Governo moçambicano e a RENAMO naquele ano.

O enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas em Moçambique, Mirko Manzoni, ainda argumenta que há espaço para o diálogo entre os dissidentes e o Presidente Filipe Nyusi.

"Inimigos do povo moçambicano"

No encerramento do discurso, Filipe Nyusi pediu às FDS que sejam implacáveis contra os terroristas na província de Cabo Delgado, norte do país.

"A vossa tarefa é garantir a implacabilidade do Estado contra todo o tipo de inimigo do povo moçambicano, nacionais ou estrangeiros", afirmou.

"Não percam tempo a procurar identificar a origem de cada terrorista abatido ou que se faz presente no teatro de operações: qualquer terrorista, independentemente da proveniência, é vosso alvo", acrescentou.

"Há que agir de forma contundente de modo a evitar e desencorajar que estrangeiros venham a Moçambique para nos desestabilizar, usando os nossos irmãos e filhos contra o seu próprio povo", finalizou Nyusi.

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