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Moçambique: Observatório Eleitoral apela ao diálogo

Romeu da Silva (Maputo)14 de novembro de 2013

O Observatório Eleitoral exige que Presidente moçambicano e o líder da RENAMO se encontrem com urgência para restabelecer o clima de paz. Esta organização afirma que continua a desenvolver ações com vista a um encontro.

RENAMO e Governo moçambicano numa das inúmeras rondas negociaisFoto: DW/L.Matias

Desde que começaram os ataques na região centro de Moçambique, já surgiram vários apelos para o diálogo entre o Presidente Armando Guebuza, e o líder da RENAMO, Afonso Dlhakama.

Mas ao que tudo indica, nem Guebuza nem Dhlakama estão interessados em conversar.
Como consequência desta intolerância política, cidadãos moçambicanos continuam a morrer, principalmente na região de Muxúngué, província central de Sofala.

Foi a pensar nisto que o Observatório Eleitoral, veio a público exigir que o Presidente da República e o líder do maior partido da oposição se encontrem.

Dínis Matsolo é membro daquela organização que defende o diálogo: "Gostaríamos que os nossos líderes percebessem que neste momento o sofrimento do povo justifica uma reflexão sobre a necessidade de parar imediatamente com as hostilidades e permitir que o diálogo aconteça. Porque as duas coisas não devem acontecer ao mesmo tempo." Em nome do povo

O Governo e a RENAMO não se entendem para resolver este diferendo político-militar. Os dois tecem qualquer argumento para alegadamente defender, aquilo que sempre dizem: “o seu povo”.

Mas Dinis Matsolo diz que é este mesmo povo que as duas partes devem respeitar: "O que quer que seja que os nossos governantes estejam a fazer em nome do povo, o que quer esse mesmo povo é a paz e não a guerra."

Apesar de o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, estar em parte incerta, Dinis Matsolo, disse que todas as condições para o diálogo existem.

Entretanto, aos microfones da DW África Matsolo deixa a entender que ainda não há vontade de acabar com a crise: "Notamos com tristeza que o dálogo existe, mas não produz resultados, e as pessoas não se desdobram no sentido de trabalhar para que se produzam esses resultados. Então, isso faz-nos pensar que as pessoas não estão comprometidas com esse diálogo."
Discursos repetidos

Há dias, o porta voz do Presidente da República, Edson Macuácua, disse que Guebuza está aberto ao diálogo: "O chefe de Estado está comprometido com a paz. A nossa expetativa é de que a resposta, ainda que demore, seja positiva. E nessa altura em que chegar a resposta o chefe de Estado vai receber e encontrar-se imediatamente com o dirigente da RENAMO."

Enquanto se espera pelo diálogo, no país a situação militar é tensa, embora o ministério da Defesa minimize este fato. Joquim Massavanhane, é adido militar naquela instituição: "O país neste momento não está em guerra."

Atualmente o Governo investe milhões de euros no apetrechamento do seu exércitoFoto: Getty Images/Afp/Jinty Jackson
No começo dos confrontos a RENAMO causou algumas baixas ao exército moçambicanoFoto: Fernando Veloso

Recorde-se que homens armados supostamente da RENAMO têm estado a protagonizar ataques a civis e militares, na região centro do país.

O adido do ministério da Defesa considera que a atuação do exército é com vista a reposição da legalidade: "Não houve guerra declarada, simplesmente as forças de defesa e segurança estão a manter a ordem pública. Realmente os guerrilheiros da RENAMO efetuaram alguns ataques às forças de defesa e segurança e estas reagiram."

Este fato acontece, desde 17 de Outubro, quando as Forças Armadas de Moçambique assaltaram a residência do líder da RENAMO, em Satunjira, na província de Sofala.

Em Moçambique Observatório Eleitoral exorta Governo e RENAMO a dialogarem

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