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Extraparlamentares acusam FRELIMO de "ilícitos eleitorais"

Lusa
6 de novembro de 2023

A oposição extraparlamentar moçambicana exige a dissolução da CNE e do STAE pela "megrafraude" nas autárquicas. Espera do CC a reposição da verdade eleitoral, mas acusa Filipe Nyusi de tentar influenciar o órgão.

Foto: Amós Fernando/DW

Doze partidos extraparlamentares moçambicanos acusaram esta segunda-feira (06.11), a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, de "ilícitos eleitorais" para vencer as eleições autárquicas de 11 de outubro, exigindo a dissolução dos órgãos eleitorais.

"Os partidos extraparlamentares exigem a responsabilização criminal de todos os envolvidos nos ilícitos eleitorais, os que viciaram os editais beneficiando um partido, que é a Frelimo, que está no poder", disse Hipólito Cuco, presidente da União Eleitoral, uma coligação que congrega 12 partidos políticos extraparlamentares, em conferência de imprensa realizada em Maputo.

 Hipólito Cuco defendeu a dissolução da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), imputando a estas entidades a culpa pelos "diversos atropelos" registados durante o escrutínio, e exigiu que o Conselho Constitucional (CC), órgão que ainda vai proclamar e validar os resultados eleitorais, tome uma decisão que reflita a verdade eleitoral.

"Solicitámos ao Conselho Constitucional, como última instancia, para que a sua decisão seja precisa, para que a situação não atinja níveis mais alarmantes", enfatizou Hipólito Cuco.

Tentativa de influenciar o CC

Acusou igualmente o Presidente da República - e da Frelimo -, Filipe Nyusi, de tentar influenciar aquele órgão judicial, ao participar no ato de comemoração do 20.º aniversário de criação do CC, que se assinalou hoje.

Nyus estará a tentar influenciar as decisões do CC?Foto: Jemal Countess/UPI/newscom/picture alliance

"O Presidente da República devia afastar-se destes eventos, para afastar este tipo de suspeitas, não se devia intrometer com o Conselho Constitucional neste momento em que o Conselho Constitucional tem de tomar decisões sobre ilícitos eleitorais”, lembrou Cuco.

O presidente da União Eleitoral defendeu ainda a introdução do voto eletrónico nas eleições gerais de 2024, sustentando que esta modalidade de votação pode "mitigar" a fraude eleitoral.

As sextas eleições autárquicas em Moçambique decorreram em 65 municípios do país no dia 11 de outubro, incluindo 12 novas autarquias, que pela primeira vez foram a votos.

Os resultados apresentados pela CNE indicam uma vitória da Frelimo em 64 das 65 autarquias do país, enquanto o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido, manteve a Beira. A Renamo, que nas anteriores 53 autarquias liderava em oito, ficou sem qualquer município, apesar de reclamar vitória nas maiores cidades do país.

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02:44

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