Plano Quinquenal prevê criação de três milhões de empregos
Lusa
3 de março de 2020
Governo de Moçambique vai apresentar, nos próximos dias, ao Parlamento, proposta do Plano Quinquenal, estratégia cujo foco estará na criação de três milhões de postos de trabalho.
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O plano "visa adotar uma economia mais diversificada, identificando os setores competitivos com potencial de elevar a geração de renda e criação de emprego para os jovens", disse esta terça-feira (03.03) Filimão Suaze, porta-voz do Conselho de Ministros, após a reunião do órgão em Maputo.
Para a execução do plano, o Executivo moçambicano criou a Secretaria do Estado para Juventude e Emprego, uma nova entidade para o novo mandato que iniciou em janeiro, com a tomada de posse após a vitória da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e do seu candidato, Filipe Nyusi, nas eleições de 15 de outubro do ano passado.
"Espera-se três milhões de empregos e há condições para que os números sejam alcançados", observou o porta-voz do Governo moçambicano, acrescentando que o documento está quase pronto.
Comparado com o plano anterior, para a nova estratégia, a mesma fonte destacou também a manutenção da paz, com o registo de ataques armados protagonizados por grupos desconhecidos em Cabo Delgado, onde pelo menos 350 pessoas morreram desde outubro de 2017 devido às incursões armadas.
Lavagem de carros é ganha-pão nas ruas de Nampula
Em Nampula, no norte de Moçambique, muitos viram na lavagem de carros uma oportunidade contra o desemprego. O negócio tornou-se rentável e, com preços baixos, até consegue competir com empresas especializadas no setor.
Foto: DW/S. Lutxeque
Negócio rentável
A lavagem de carros nas ruas tornou-se um dos maiores e mais rentáveis negócios, nos últimos anos, na cidade de Nampula. A atividade está a expandir-se em quase todas as ruas e ocupa centenas de jovens, que praticam preços aliciantes – segredo que faz com que sejam os mais preferidos pelos clientes contra as empresas vocacionadas nesta atividade.
Foto: DW/S. Lutxeque
À espera de carros
Logo pela manhã, jovens de diferentes idades levam consigo baldes com água, escovas e variados produtos de limpeza. Dirigem-se a diversas ruas, principalmente às mais movimentadas. O objetivo é comum: conseguir viaturas para lavar e faturar algum dinheiro.
Foto: DW/S. Lutxeque
Luta para conquistar o cliente
A avenida Eduardo Mondlane, na capital do norte do país, é uma das que possui muitos lavadores de carros, devido a quantidade de empreendimentos ao longo da via. Quando uma viatura acaba de ser estacionada, os lavadores correm para tentar a sorte de ganhar o cliente.
Foto: DW/S. Lutxeque
Preços baixos, qualidade relativa
Normalmente, a lavagem de viaturas, sobretudo ligeiras, em empresas especializadas, custa entre 800 a 1.500 meticais (entre 10 a 20 euros, mais ou menos). Mas com os lavadores de rua o serviço custa em média de 150 a 300 meticais (entre 2 e 4 euros), ou um pouco mais, dependendo do estado da viatura.
Foto: DW/S. Lutxeque
Dias de sorte
Florentino Alberto é um jovem lavador de carros. Por causa do desemprego, ele viu na atividade uma oportunidade de sustento. Quando "chego cedo, e nos dias que tiver sorte, consigo 1.000 a 1.500 meticais (entre 15 e 20 euros)", disse.
Foto: DW/S. Lutxeque
Motocicletas também não escapam
Não só a lavagem é para viaturas, mas também para motocicletas. Na verdade, para os lavadores, quanto mais meios circulantes aparecem, mais negócio há. Mas os preços da lavagem de motocicletas são mais baixos, custando de 50 a 100 meticais (entre 0,70 a 1,40 euros).
Foto: DW/S. Lutxeque
Oportunidade para vender
Com a proliferação da atividade nas vias públicas, muitos jovens encontram outras oportunidades. Vendem também limpadores de para-brisas, tapetes, capas de volantes, perfumes, entre outros. Mas os preços não são tão bonificados como se pode imaginar. Se uma capa de volante custa 300 meticais (pouco mais de 4 euros) na loja, com os ambulantes o produto pode ter um aumento de cerca de 25%.
Foto: DW/S. Lutxeque
Falta clientes nos antigos locais de lavagem
Nem todos os lavadores de carros estão ou ficam satisfeitos. Tudo porque, segundo eles, nos últimos dois anos a crise tem afastado os clientes. Neste alpendre improvisado por um grupo de lavadores há mais de cinco anos são poucos os clientes agora. Se antes lavavam mais de duas dezenas por dia, agora lavar meia dezena é sorte.
Foto: DW/S. Lutxeque
Ganhar em tudo
Além de lavagens, estacionamento e guarnição de viaturas, há lavadores de carros que fazem um pouco de tudo para ganhar a vida. Alguns deles usam a engenharia mecânica para, entre outras coisas, trocar pneus, fazer pequenas reparações nos carros e muito mais. Tudo com vista a ganhar dinheiro.
Foto: DW/S. Lutxeque
Poucas empresas
Na cidade de Nampula, existem poucas empresas especializadas na lavagem de viaturas. As existentes estão junto das bombas de abastecimento de combustíveis, mas nem todas possuem o mesmo serviço. E algumas estão a fechar. A título de exemplo, esta na imagem oferecia serviços de lavagem, mas agora fechou as portas.