Moçambique: Segunda morte após ataque no centro do país
Lusa
20 de setembro de 2021
Polícia moçambicana confirma segundo óbito na sequência do ataque de um grupo armado a Muanza, centro do país, no dia 9. Autoridades atribuem a violência a ex-guerrilheiros dissidentes da RENAMO.
Polícia em Sofala (Foto simbólica)Foto: Roberto Paquete/DW
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"Foi uma ação protagonizada pela Junta Militar da RENAMO" e, em resposta, as autoridades já se desdobram "ao longo do distrito com indicação muito próxima por onde está a circular esse grupo de bandidos", referiu esta segunda-feira (20.09) Joaquim Sive, comandante provincial de Sofala da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Os assaltantes estavam munidos de armas de fogo e catanas e apoderaram-se de alimentos e outros bens.
Moçambique: Desmobilizados da RENAMO vivem com medo
02:52
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"Maior mobilidade" contra ataques
Joaquim Sive falava hoje a jornalistas, momentos depois da entrega de 13 viaturas aos comandantes distritais da província, meios que vão dar "maior mobilidade" para responder a casos como este. "Nenhum comandante poderá dizer que não respondeu a uma solicitação no seu distrito por não ter transporte", sublinhou.
O ataque ocorreu três dias depois do líder da Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, ter manifestado a intenção de negociar as reivindicações do grupo dissidente com o Governo moçambicano.
O grupo discorda dos termos do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) decorrente do acordo de paz assinado em agosto de 2019 entre a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e o Governo.
Aos antigos guerrilheiros, agora dissidentes do maior partido da oposição, é desde então atribuída a autoria de vários ataques armados contra alvos civis e das Forças de Defesa e Segurança (FDS), matando cerca de 30 pessoas.
Acordo de Paz histórico em Moçambique
Em Moçambique, o Presidente Filipe Nyusi e o líder da RENAMO, Ossufo Momade, formalizaram na quinta-feira (01.08) o fim das hostilidades militares no país. O acordo, já considerado histórico, é o terceiro em 25 anos.
Foto: DW/A. Sebastião
Acordo histórico
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da RENAMO, Ossufo Momade, erguem o acordo de paz e fim das hostilidades, que foi assinado na Serra da Gorongosa, província de Sofala, centro do país. O local é conhecido como bastião da RENAMO. O acordo tem como objetivo acabar com os confrontos entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição.
Foto: DW/A. Sebastião
Anos de hostilidade
"Estamos aqui em Gorongosa para dizer a todos moçambicanos e ao mundo inteiro que acabámos de dar mais um passo, que mostra que a marcha rumo à paz efetiva é mesmo irreversível", declarou Filipe Nyusi, referindo-se ao acordo assinado com a RENAMO. É o terceiro documento após anos de hostilidades. O primeiro foi assinado em 1992, em Itália - o chamado Acordo Geral de Paz de Roma.
Foto: DW/A. Sebastião
Virar a página
"Com esta assinatura do acordo de cessação das hostilidades militares, queremos garantir ao nosso povo e ao mundo que enterramos a lógica da violência como forma de resolução das nossas diferenças", afirmou o líder da RENAMO, Ossufo Momade, ressaltando que "a convivência multipartidária será o apanágio de todos partidos políticos".
Foto: DW/A. Sebastião
Silenciar das armas
O pacto cala oficialmente as armas e prolonga de forma definitiva uma trégua que durava desde dezembro de 2016, depois de vários anos de confrontos armados entre as forças governamentais e o braço armado da RENAMO.
Foto: DW/A. Sebastião
Abraço da paz
Na cerimónia de assinatura do acordo, o Presidente de Moçambique Filipe Nyusi mostrou-se otimista em relação aos próximos anos, dizendo que "a incerteza deu ligar à esperança e o futuro de Moçambique é promissor".
Foto: DW/A. Sebastião
"Paz vai ser testada nas eleições"
Este novo acordo é um passo muito importante para Moçambique e também para todos os partidos. Daviz Simango, líder do MDM, esteve na cerimónia e alertou: "Temos que trabalhar muito neste processo eleitoral que se avizinha. Portanto, se o STAE nos proporcionar o teatro, que tem vindo a fazer de ciclo em ciclo eleitoral, pode proporcionar o retorno a essas situações de conflitos militares".
Foto: DW/A. Sebastião
Unidos pelo acordo
Horas depois da assinatura do acordo, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse na Beira que o Governo e a RENAMO vão unir-se para debelar qualquer tentativa de prejudicar o acordo de cessação definitiva de hostilidades militares.