As autoridades policiais estão a investigar a causa de um envenenamento coletivo que matou duas crianças na Zambézia, em Moçambique. Outras cinco pessoas da mesma família estão hospitalizadas em estado grave.
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Duas crianças de 6 e 8 anos de idade, da mesma família, morreram e outras cinco pessoas estão em estado grave após consumirem farinha de milho contaminada com uma substância ainda não identificada no distrito de Molumbo, na Zambézia.
Segundo informações da Polícia da República de Moçambique (PRM), a farinha foi submetida a uma pulverização em julho deste ano que poderá estar na origem da intoxicação alimentar fatal.
"O milho do qual foi produzido farinha teria sido pulverizado no mês de julho para efeitos de conservação do mesmo", diz Miguel Caetano, chefe do gabinete de relações públicas do comando da PRM, na província da Zambézia.
"Neste momento há um trabalho coordenado com a saúde com vista a apurar quais são os elementos químicos que foram introduzidos no milho", refere.
Outra hipótese
Já Calvo Ernesto, chefe da localidade de Coromana, tem outra versão para o que pode ter acontecido: “Pensa-se que aquela família tinha algum produto químico pendurado em cima do teto da casa, que caiu sobre a farinha”.
"O cheiro da própria farinha não é resultado de pulverização", assevera.
O diretor provincial de saúde Blaiton Cifa declinou uma entrevista gravada. No entanto, à DW África, afirmou que o produto usado para pulverizar residências não mortal e não é o mesmo que é utilizado para pulverizar os cereais.
Blaiton Cifa refuta as afirmações oficias da PRM, alegando que em julho não houve campanha de pulverização no Molumbo, distrito onde o incidente ocorreu.
Os pratos típicos de Inhambane que correm o risco de desaparecer
Inhambane é famosa pela gastronomia tradicional. Conheça alguns pratos típicos dessa província ao sul de Moçambique, que, por motivos culturais ou climáticos, correm o risco de desaparecer.
Foto: DW/L. de Conceição
Pratos que deixam saudades
Quem está em Inhambane e experimenta algum prato típico geralmente fica com saudade. Visitantes e moradores aproveitam ao máximo os momentos de contato com a vida gastronómica da região. A razão para a fascinação talvez seja a originalidade. Fatores culturais e climáticos fizeram alguns pratos tornarem-se raros. Muitas vezes, os pratos são servidos somente a turistas porque os preços são elevados.
Foto: DW/L. de Conceição
Lula caseira com legumes
A província de Inhambane é banhada pelo Oceano Índico, por isso possui grande diversidade de espécies marinhas. A lula é bastante procurada por turistas. Nem todos os residentes conseguem comer o prato típico com frequência por ser um produto caro. O prato de lula é oferecido em restaurantes e hotéis e servido acompanhado de legumes.
Foto: DW/L. da Conceição
O segredo do amendoim e coco
A região de Inhambane é conhecida por ser favorável à produção do coco e do amendoim. Alguns guisados de peixe, frango, carne, matapa, xiguinha e doces revelam o segredo da deliciosa combinação do coco com o amendoim. Devido à crise provocada pelas catástrofes naturais, a presença desses produtos no mercado diminuiu. O governo organiza eventos gastronómicos para promover esses pratos.
Foto: DW/L. da Conceição
Caril de caranguejo
Os habitantes da zona costeira e os proprietários dos restaurantes estão a enfrentar a falta de caranguejo. Os pescadores dizem que ficou mais difícil encontrá-los no mar nos últimos três anos, por isso alguns consideram que o prato pode desaparecer. Em Inhambane, o caranguejo é servido acompanhado de feijão, hortaliças e petiscos. O preço varia de acordo com o peso do produto.
Foto: DW/L. da Conceição
Por onde anda a sardinha?
Há dois anos, a sardinha deixou de ser um dos pratos preferidos pelos moradores de Inhambane. Isso pelo facto de se ter tornado difícil encontrar sardinha no mar. Os residentes desta região tinham o costume de comer sardinha com farinha de mandioca. Turistas que visitavam as praias da província não escapavam de experimentá-las. Resta a saudade e a pergunta: "Por onde anda a sardinha?"
Foto: DW/L. de Conceição
"Venho comer peixe"
As pessoas que saem das outras regiões do país e do mundo dizem que não podem visitar Inhambane sem provar o bom peixe da região. Muitos dizem que encomendam antes mesmo de sair de casa porque não podem passar pelas praias de Inhambane sem comer peixe. Os pescadores reclamam da insuficiência do pescado, enquanto a procura do mesmo continua grande.
Foto: DW/L. da Conceição
Quanto custa o camarão tigre?
Falar do prato de camarão tigre em Inhambane tornou-se algo para turistas, trabalhadores bem remunerados ou até mesmo empresários. O preço deste prato típico não está acessível para as famílias. Quatro camarões com um pouco de arroz ou batatas fritas chegam a custar mais de 10 euros nos restaurantes da região. O camarão de Inhambane tem sido exportado para alguns países da Europa e América.
Foto: DW/L. de Conceição
Bolinhos de surra e arrufadas
Visitantes deliciam-se com os tradicionais bolinhos de surra e as arrufadas de Inhambane - um produto que sempre foi muito procurado por turistas. No entanto, devido à alta demanda, alguns moradores da província notam que os bolinhos de surra estão a ser produzidos sem a mesma qualidade de antes. Para comprar bons bolinhos hoje, é necessário conhecer bem a região.
Foto: DW/L. da Conceição
Camarão fino
Há cinco anos, o camarão fino era bastante capturado na área costeira do sul de Moçambique. A situação mudou, e a escassez do produto afeta os mercados da região. A maioria dos restaurantes não consegue atender a procura dos clientes em relação a este prato. O preço do camarão fino em qualquer restaurante de Inhambane não é menor do que 500 meticais [mais de 5 euros].
Foto: DW/L. de Conceição
Adaptar o frango
Devido à redução no volume de mariscos e peixes ao longo da costa de Inhambane, os residentes e proprietários dos restaurantes têm adaptado pratos com frango. Uma das alternativas que faz bastante sucesso conta com frango, amendoim e coco como ingredientes. O prato é muito procurado em restaurantes por funcionários públicos e operários na hora do almoço, e chega a custar 3 euros.