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Terrorismo: Moçambique precisa de recrutar mais jovens

Lusa
12 de janeiro de 2024

O ministro da Defesa Nacional de Moçambique, Cristóvao Chume, apontou hoje a necessidade de recrutar mais jovens para o Serviço Militar Obrigatório (SMO), face à ameaça terrorista que o país ainda enfrenta.

Além da SAMIM e das forças governamentais moçambicanas, também tropas do Ruanda combatem a insurgência em Cabo Delgado
Foto: YEMAYA

"Quero lembrar aos jovens que o país é nosso e de mais ninguém. O país principalmente é dos jovens, porque são eles que constroem o presente e constroem também o futuro. Não deixemos que o terrorismo se alastre, protejamos as nossas famílias, juntemo-nos como um povo único", apelou Cristóvão Chume ministro da Defesa Nacional, no distrito de Nhamatanda, província de Sofala, na cerimónia de Lançamento da campanha de recenseamento militar deste ano.

"Jovens com a vossa idade, provenientes de todos os cantos do país, estão a dar o seu melhor para defender a população de Cabo Delgado e a população de todo Moçambique. Assim, usamos desta oportunidade para encorajar os nossos jovens que estão na linha da frente no combate ao terrorismo e extremismo violento para que continuem com coragem e firmeza que Moçambique vai vencer, custe o que custar, o terrorismo", disse o ministro.

Esta campanha de recenseamento militar arrancou em 2 de janeiro e até 28 de fevereiro o Ministério da Defesa Nacional prevê recensear 221.141 jovens de ambos os sexos, através de um total de 1.499 postos fixos.

"Vamos todos participar no recenseamento militar para podermos fortalecer a Defesa Nacional e particularmente as Forças Armadas do serviço cívico, a bem do nosso país", frisou.

O exercício é feito no início de cada ano e não implica automaticamente a incorporação no SMO, que está sujeito a testes de aptidão e ao número definido anualmente para o ingresso nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

Cabo Delgado: O conflito estará longe do fim?

05:26

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Mais tempo de serviço militar obrigatório

O parlamento moçambicano aprovou em dezembro a revisão à Lei do Serviço Militar, que estabelece o aumento de dois para cinco anos no tempo mínimo de serviço nas tropas gerais e de dois para seis anos a permanência nas forças especiais.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu em 22 de novembro "decisões" sobre a capacidade de resposta das Forças Armadas em Cabo Delgado, nomeadamente com reservistas, tendo em conta a prevista retirada das forças estrangeiras que apoiam no terreno contra os grupos terroristas.

"Decisões concretas sobre a capacidade de resposta das Forças Armadas em relação à sua ação no combate ao terrorismo em Cabo Delgado no período após a retirada das forças amigas da SAMIM e do Ruanda", apelou, ao intervir, em Maputo, na abertura do XXIV Conselho Coordenador do Ministério da Defesa Nacional.

"Para o efeito, a vossa reflexão deve igualmente avaliar a forma de melhor capitalizar o manancial de reservistas, empenhando-os direta ou indiretamente em várias missões em prol da defesa da soberania e integridade territorial do nosso país. E a realidade atual justifica", acrescentou, dando como exemplo os antigos combatentes da luta de libertação, que ainda "são úteis, mesmo depois de 40 anos".

Na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado, Nyusi destacou a importância "convocar o cidadão" e a sociedade em geral para "participarem ativamente no esforço de defesa nacional".

Imagens das tropas sul-africanas em Cabo Delgado

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Missão prolongada até 2024

A cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovou em agosto passado a prorrogação da missão em Cabo Delgado, Moçambique, por 12 meses, até julho de 2024. 

Além da SAMIM e das forças governamentais moçambicanas, combatem a insurgência em Cabo Delgado as tropas do Ruanda.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico. A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da SADC, libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul de região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

 

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