Moçambique prende 11 membros de grupo radical islâmico
Lusa
22 de outubro de 2017
Autoridades moçambicanas prendem integrantes de grupo responsável por ataque contra postos da polícia em Mocímboa da Praia, no norte do país. Administração do distrito de Palma pede que população fique vigilante.
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As autoridades moçambicanas detiveram 11 alegados membros do grupo armado que matou dois polícias e terá abatido outros quatro elementos das autoridades em Mocímboa da Praia, no norte do país, anunciou este domingo (22.10) a administração do distrito de Palma.
"A população do distrito de Palma mostrou maturidade ao travar a incursão de parte do grupo de homens armados" que estaria a tentar encontrar refúgio, afirmou David Machimbuko, administrador de Palma, citado pelos órgãos de informação estatais. "Temos consciencializado as famílias para estarem vigilantes. Foi na sequência disso que capturamos alguns integrantes do grupo", acrescentou.
Na semana passada, a Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou que já tinha detido 52 suspeitos de ligação ao grupo, mas várias pessoas libertadas depois de comprovado que não tinham conexão com o caso.
Um grupo armado de inspiração radical islâmica, que contava com a participação de jovens locais, atacou a polícia a 5 de outubro no comando de Mocímboa da Praia e noutros dois postos nos arredores.
A vila esteve praticamente encerrada durante dois dias devido aos tiroteios entre a polícia e o grupo. Dois agentes, 14 agressores e um líder comunitário foram mortos e houve um número indeterminado de feridos.
Suspeita-se que membros do mesmo grupo, em fuga pelo mato, terão estado envolvidos num novo confronto ocorrido na mesma zona a 12 de outubro. Terão morrido quatro agentes e sete atacantes. As autoridades não se pronunciaram sobre este incidente.
Primeiro ataque radical islâmico em Moçambique
A vila de Mocímboa da Praia, no norte de Moçambique, foi palco daquele que foi o primeiro ataque protagonizado por um grupo radical islâmico em Moçambique. Atualmente, ainda são poucos os dados concretos relacionados com a identidade deste grupo que atacou a província de Cabo Delgado com recurso a catanas e armas de fogo.
Segundo Juma Cadria, representante da delegação de Nampula do Conselho Islâmico de Moçambique, "a presença de indivíduos com ideologias de tendência radical tem vindo a ser registada nos últimos tempos e já tinha sido reportada ao Governo". O que o Conselho Islâmico de Moçambique não contava é que "eles enveredariam por esta via da violência".
O representante do Conselho Islâmico de Moçambique em Nampula não acredita, no entanto, na prevalência deste tipo de atos na província de Cabo Delgado e avalia que este foi um caso isolado.
Sobre as alegadas ligações do grupo radicado em Cabo Delgado a outras células terroristas islâmicas, Juma Cadria não descarta possibilidades. "Todos os cenários são prováveis. As nossas fronteiras são frágeis do ponto de vista da segurança e há muita gente que entra em Moçambique de forma aleatória. Provavelmente há alguns que entram com intenções malignas", afirma.
Estado Islâmico destrói Património Mundial
Palmira foi em tempos uma cidade próspera no meio do deserto. Mas a ira dos extremistas do Estado Islâmico deixou-a em ruínas. Outros patrimónios da humanidade tiveram um destino parecido: por exemplo Tombuctu, no Mali.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Antes e depois dos radicais
Resta pouco da antiga cidade-oásis de Palmira, Património da Humanidade: as termas, as avenidas de colunas e os templos majestosos foram destruídos. Em 2015, os extremistas do Estado Islâmico deitaram abaixo o templo de Baal. O fotógrafo libanês Joseph Eid mostra uma fotografia de 2014 em frente às ruínas - as imagens de Eid estão em exposição no Museu Kestner, em Hanover, no norte da Alemanha.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destroços por todo o lado
Outras zonas de Palmira também foram destruídas pelos radicais do Estado Islâmico, que saquearam a cidade. Estas fotografias foram tiradas em março de 2016. Por enquanto, ainda não se fala em reconstruir Palmira.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Militares protegem Palmira
As tropas governamentais sírias reconquistaram Palmira. E, diariamente, desde março de 2017, militares patrulham as ruínas da cidade contra novos ataques dos radicais do Estado Islâmico. A imagem mostra os destroços do antigo Arco do Triunfo, que foi destruído quase por completo.
Foto: REUTERS/O. Sanadiki
Tombuctu, no Mali
Estes minaretes de argila, típicos do Mali, foram destruídos pelos extremistas do Estado Islâmico em 2012. Entretanto, foram reconstruídos à imagem dos antigos edifícios históricos. O Tribunal Penal Internacional, em Haia, instaurou um processo contra um extremista devido à destruição do Património Mundial.
Foto: picture-alliance/dpa/E.Schneider
Mar Elian, na Síria
O antigo mosteiro de Mar Elian, construído por cristãos a sudeste da cidade de Homs, foi em tempos um edifício magnífico, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade. Mas militantes do Estado Islâmico também destruíram o mosteiro.
Foto: picture-alliance/dpa/Islamischer Staat
Destruição e propaganda
Não é possível verificar integralmente a autenticidade desta cena. Esta é uma imagem retirada de um vídeo propagandístico do Estado Islâmico, que mostra alegadamente os muros do mosteiro de Mar Elian a serem destruídos por bulldozers. Entretanto, militares sírios reconquistaram a cidade de al-Qaryatain e o mosteiro deverá ser reconstruído.
Foto: picture-alliance/dpa
Hatra, no Iraque
No início de 2015, extremistas do Estado Islâmico também destruíram algumas zonas da antiga cidade de Hatra, ex-capital do primeiro reino árabe - a fotografia mostra a cidade antes do ataque. Também foram destruídas estátuas milenares da época dos assírios em Mosul, no norte do Iraque, e na antiga cidade de Nínive. A cidade histórica de Nimrud terá sido demolida com bulldozers.
Foto: picture-alliance/N. Tondini/Robert Harding
Bamiyan-Tal, destruída pelos talibãs
Em 2001, os talibãs, do Afeganistão, destruíram estátuas do Buda de Bamiyan, que foram esculpidas em arenito vermelho no século VI. Só ficaram as covas onde elas estavam. Agora, as estátuas de 50 metros estão a ser reconstruídas com impressoras 3D.