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Profissionais de saúde reiteram greve de 25 dias

Arcénio Sebastião (Beira)
31 de maio de 2023

Os profissionais de saúde em Moçambique, marcaram a partir do dia 1 de junho, uma greve para reivindicar a falta de materiais de trabalho nos hospitais, além de contestar a Tabela Salarial Única (TSU).

Mosambik | Coronavirus | Impfungen in Inhambane
Foto: Luciano da Conceicao/DW

Em Moçambique começa esta quinta-feira (01.06), a greve de 25 dias no setor da saúde. Os profissionais pedem a melhoria das condições de trabalho e a devolução da dignidade aos pacientes.

A medida foi confirmada esta segunda-feira (29.05) na cidade da Beira pelo porta-voz da Associação dos Profissionais de Saúde de Moçambique (APSUSM), Josefino Alberto.

A greve vai abranger todos os hospitais no paísFoto: DW/L. da Conceição

"A greve em causa, deve-se ao silêncio por parte do Governo, perante a carta reivindicativa submetida há quatro meses pela  [Confederação Nacional dos Sindicatos Independentes e Livres de Moçambique] CONSILMO ao gabinete do Diretor Nacional de Saúde Pública e ao gabinete do excelentíssimo Ministro da Saúde, relatando a falta de grande parte dos medicamentos e artigos médicos nas unidades sanitárias e as injustiças salariais provocadas pela implementação da Tabela Salarial Única (TSU)”, explicou Alberto. 

O porta-voz da associação dos Profissionais da Saúde avançou que a greve vai abranger todas unidades sanitárias moçambicanas, em várias áreas.

Caderno reivindicativo

A organização enviou cartas ao Ministério da Saúde para a discussão do caderno reivindicativo, mas o diálogo tem sido recusado sob o argumento de que a associação não é legalmente reconhecida por ainda não ter os seus estatutos publicados no Boletim da República.

"Ameaças e tentativas de coação ou de impedimento ao exercício de direito à greve. A substituição pelo ministério da Saúde dos agentes e profissionais por outros profissionais que a data da convocação desta greve não estavam afetos a estes locais de trabalho constitui uma violação do nº 8 do artigo 202  da Lei do Trabalho em vigor no país", avisa a Associação. 

Armindo Tiago, ministro da SaúdeFoto: DW/D. Anacleto

Em entrevista ao canal de televisão privado - STV, o ministro da Saúde, Armindo Tiago, apelou aos profissionais para não aderirem à greve convocada pela associação do setor, remetendo respostas às reivindicações para negociações em curso.

"São três aspetos que quero considerar. Primeiro, nenhuma greve resolve problemas”, advogou Tiago acrescentando que "apelamos a estes colegas que querem ir para greve a entenderem que não há greve que resolve problema”.

O dirigente garantiu ainda que "nós como Ministério da Saúde e como Governo já iniciamos o processo de conversa com os representantes desta associação”, concluiu.

A Associação queixa-se da situação que se vive nos hospitais, onde "os pacientes são obrigados a comprar soro" e os funcionários colocam a sua própria saúde em risco por falta de material apropriado.

Faltam médicos e medicamentos nos hospitais da Beira

02:30

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