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Moçambique: Protestos e disparos marcam o pós-eleições

Sandra Quiala | Bernardo Jequete (Chimoio) | Romeu da Silva (Maputo)
24 de outubro de 2024

Protestos eclodiram em várias cidades de Moçambique após o anúncio dos resultados das eleições de 09 de outubro. Disparos foram ouvidos e pneus queimados nas ruas, aumentando a tensão no país.

Maputo, Moçambique
Os protestos começaram após a CNE ter divulgado hoje os resultados oficiais do pleito, Foto: Romeu da Silva/DW

A polícia moçambicana isolou um perímetro de segurança na avenida Joaquim Chissano, em Maputo, onde manifestantes atearam fogo a pneus em protesto contra os resultados das eleições de 09 de outubro. Disparos foram ouvidos na área, e há um forte aparato policial no local.

Os protestos começaram após a Comissão Nacional de Eleições (CNE) ter divulgado hoje osresultados oficiais do pleito, que deuvitória à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo, com 70,67% dos votos. A Frelimo também conquistou 11 novos assentos no parlamento. Os resultados aguardam validação pelo Conselho Constitucional.

O segundo colocado nas eleições presidenciais, Venâncio Mondlane, do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), que obteve 20,32% dos votos, convocou dois dias de greve geral e manifestações em todo o país, em protesto contra o processo eleitoral.

Na avenida Joaquim Chissano, vários tiros e gás lacrimogéneo foram disparados para dispersar os manifestantes, enquanto um helicóptero sobrevoava a área. A Lusa reportou a presença de forças de segurança nos bairros próximos, em meio a uma atmosfera tensa.

Protestos se espalham por Chimoio e Pemba

Em Chimoio, as manifestações também tomaram as ruas, com os manifestantes bloqueando vias e incendiando pneus. A cidade enfrenta uma situação de caos, com a polícia a efetuar disparos para o ar numa tentativa de controlar a multidão. Barricadas em áreas estratégicas interrompem o tráfego e aumentam a tensão. O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) em Chimoio encontra-se sob forte proteção policial, temendo-se possíveis ataques.

Já em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, o comércio foi forçado a fechar, e a cidade apresenta ruas desertas sob vigilância policial. Um pequeno grupo de manifestantes pró-Venâncio Mondlane foi dispersado pela polícia. Apesar de alegarem estarem a protestar pacificamente, foram alvos de disparos, conforme relataram à DW.

Os comerciantes locais sofreram prejuízos significativos, com mercadorias danificadas e o encerramento forçado das atividades devido ao clima de insegurança.

Em atualização...

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