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Moçambique quer obras públicas com mais qualidade

14 de julho de 2018

Parceiros pretendem continuar a apoiar financeiramente o país no desenvolvimento das estradas. Mas alertam ser preciso maximizar os fundos. Governo exige obras de mais qualidade. Empreiteiros falam em falta de condições.

Mosambik | Chimoio | Straßen
Rua em ChimoioFoto: DW/B. Jequete

No mês passado, o Presidente Filipe Nyusi desafiou os empreiteiros moçambicanos a melhorar a qualidade das obras públicas. O Governo tem-se queixado muitas vezes da má qualidade das obras, que por vezes são até abandonadas, e do não cumprimento dos prazos, entre outros problemas que prejudicam o Estado.

Por isso, o Executivo tem contratado empresas estrangeiras, nomeadamente chinesas, brasileiras e portuguesas, para a construção de diversas infraestruturas.

Para poder garantir o apoio dos parceiros, o ministro das Obras Públicas e Recursos Hídricos, João Machatine, espera dos empreiteiros privados obras mais resistentes.

O ministro João Machatine (ao microfone)Foto: DW/C.Matsinhe

Segundo o ministro, a falta de resistência das obras "faz com que os investimentos que seriam canalizados para a implementação do plano quinquenal sejam realocados para responder a questões de emergência, fazendo com que o país retroceda nos seus planos de desenvolvimento."

Os parceiros de Moçambique, nomeadamente a União Europeia, o Banco Africano de Desenvolvimento e o Fundo de Investimento para a Ação Climática, anunciaram um pacote de 120 milhões de dólares de apoio ao setor das estradas.

O ministro João Machatine já prometeu aplicar os fundos de acordo com as exigências dos parceiros: a qualidade das obras.

"Este é um desafio que teremos que encarar com a devida responsabilidade, porque estamos com elevadas somas de dinheiro que são empregues nestas infraestruturas. Então, nós temos que garantir que estas infraestruturas correspondam aos padrões associados a este investimento," declarou Machatine.

Chuvas desafiam empreiteiros

O engenheiro civil António da Conceição sai em defesa dos empreiteiros moçambicanos. E explica que muitas vezes é difícil cumprir prazos.

Vista parcial de NampulaFoto: DW/S. Lutxeque

"Não há condições no terreno para que o trabalho seja feito tal como tal tinha sido programado. Pode haver um deslizamento de dois ou três meses, em função da capacidade de resposta que o empreiteiro vai ter no terreno. O empreiteiro dá a indicação de que dos recursos adicionais que estão hão de ser postos para que aquilo que está previsto não seja comprometido," explica.

O engenheiro civil defende ainda que os empreiteiros moçambicanos têm meios para garantir a qualidade, mas o país sofre muitas vezes com chuvas intensas, que comprometem os trabalhos e o cumprimento dos prazos.

"Alguns órgãos de descarga foram completamente levados pela chuva. O empreiteiro tem meios, as pessoas estão lá mas infelizmente na época das chuvas é muito difícil trabalhar em estradas," afirma.

Em 2018, por falta de fundos, o Governo intervencionou pouco mais de 15 mil quilómetros de estradas nacionais, num plano inicial que previa quase 19 mil quilómetros.

Algumas dessas estradas, como constataram os parceiros na província de Gaza, no sul, poderão resistir a eventuais cheias, disse Mafalda Duarte do Fundo de Investimento para a Ação Climática.

"De salientar também os padrões que também têm estado a ser desenvolvidos aqui em Moçambique para assegurar que toda a rede rodoviária que será construída e reabilitada no futuro seja resiliente a estes impactos climáticos,  para que não se façam tantos investimentos com tanta frequência e para que se possa diminuir o impacto económico que ocorre infelizmente com maior regularidade aqui no país," conclui.

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