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Sala da Paz aplaude investigação ao homicídio de observador

Lusa
1 de novembro de 2019

A Sala da Paz, plataforma de observação eleitoral moçambicana, está satisfeita com os avanços nas investigações sobre o assassínio de Anastácio Matavel, mas alerta: falta informações sobre eventuais mandantes.

Foto: DW/N. Issufo

"Temos um misto de sentimentos", disse à agência de notícias Lusa Dércio Alfazema, porta-voz da Sala da Paz, esta sexta-feira (01.11), referindo satisfação por a justiça ter mantido em prisão os dois polícias envolvidos no homicídio e preocupação com a falta de informações sobre os mandantes do crime.

Aquele responsável considerou igualmente encorajador para a responsabilização dos autores do homicídio a informação avançada esta semana pela polícia de que foi concluído o inquérito aberto pela corporação em torno do caso. "Sentimo-nos encorajados a acreditar que há avanços, com a conclusão do inquérito", declarou.

O porta-voz da Sala da Paz disse recear que a responsabilização pelo crime seja limitada aos executores do mesmo e que nunca se cheguem a conhecer os mandantes.

"É importante ir a fundo, saber se há ou não mandantes, para se saber se o crime está relacionado com a atividade de Anastácio Matavel ou se há outras razões", afirmou Dércio Alfazema.

Caso

Anastácio Matavel, diretor executivo do Fórum de Organizações Não-Governamentais de Gaza (Fonga) e representante da Sala da Paz naquela província, foi morto a tiro a 07 de outubro por um grupo de quatro polícias de uma unidade de elite da polícia moçambicana e um civil, quando saía de uma ação de formação de observadores eleitorais, na cidade de Xai-Xai, capital da província de Gaza, sul de Moçambique.

No dia seguinte ao assassinato, a polícia moçambicana anunciou a abertura de um inquérito, prometendo divulgar os resultados no prazo de 15 dias, o que ainda não aconteceu.

Dois dos agentes da polícia envolvidos no crime morreram, quando a viatura em que seguiam capotou, outros dois foram detidos no local, após ficarem feridos no acidente e um civil implicado na morte encontra-se a monte.

A morte de Anastácio Matavel provocou repúdio e condenação em Moçambique e fora do país, por se tratar de um ativista da sociedade civil envolvido na observação eleitoral e que morreu numa província conhecida pela intolerância política contra opositores da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder.

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