1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Sasol tem novo projeto para exploração de hidrocarbonetos

7 de julho de 2019

Residentes e pesquisadores repudiam implementação do projeto devido a fatores ambientais e recomendam um estudo completo sobre o impacto. Proposta abrange as províncias de Inhambane e Sofala.

Fábrica da Sasol em InhambaneFoto: DW/L. da Conceição

A empresa multinacional Sasol apresentou um projeto de aquisição sísmica e perfuração no mar para o bloco 16/19 que abrange as províncias de Sofala e Inhambane, em Moçambique. Gestores detalharam o projeto durante uma auscultação pública que teve lugar na cidade de Inhambane esta sexta-feira (05.07). De acordo com os participantes, a empresa foi muito criticada pelo facto de violar os acordos já existentes na exploração de gás

Getrudes Namburete, representante do Centro Terra Viva, organização não-governamental ambiental de Inhambane, afirma que a Sasol deve explicar o que está à procura exatamente, porque as comunidades afetadas estão com dúvidas sobre o novo projeto da empresa.

Sasol tem novo projeto para exploração de hidrocarbonetos

This browser does not support the audio element.

"Os pescadores possivemente não poderão entrar para o mar. Como é que fica a situação dos pescadores desta área? A Sasol explicou que está à procura de hidrocarbonetos. O que está a procurar exatamente, gás ou petróleo?", questionou.

Andrea da Silva, pertecente à organização da sociedade civil Arquitetos sem Fronteira, revela que o projeto gera muitas dúvidas para a sustentabilidade das comunidades abrangidas. "Como podemos garantir a sustentabilidade dos recursos pesqueiros se houver esta perfuração císmica ou petrolífera?", critica.

Poucos benefícios

Portanto, recordando os antigos projetos da Sasol em Inhambane, onde está a explorar gás há mais de dez anos, os residentes locais não têm se beneficiado dessa exploração e, por isso, pedem mais formação para os jovens para que não sejam excluídos nas oportunidades de emprego.

"A Sasol deve pensar como formar nossos filhos aqui para no futuro fazerem parte do projeto, para não virem sempre pessoas de Maputo e nós sermos chamados só para erguer casas", explica Carlos José Maria, líder comunitário na cidade de Inhambane.

O estudo do impacto ambiental foi levado a cabo pela empresa Golden Associados Moçambique Limitada e deve ficar pronto até setembro.

Representante da Sasol diz que empresa vai avançar se tiver autorização do GovernoFoto: DW/L. da Conceição

O geógráfo moçambicano e docente universitário em Inhambane, Amário João, disse que é preciso a integração e uma análise metodológica para se identificar a potencialidade dos recursos existentes. "Integrar várias metodologias de análise dos impactos ambientais. Há uma necessidade de interação de métodos e, de mais, o que vai acontecer depois de se identificar as potencialidades que existem lá", diz.

Tashiq Naicker, gestor do projeto, explicou que a empresa Sasol está à procura dos hidrocarbonetos, mas, sem detalhar, afirma que a empresa vai avançar se o projeto for aprovado pelo Governo moçambicano.

"Estamos à procura realmente de hidrocarbonetos, pode ser gás ou petróleo. Nós ainda não temos certeza o que temos, mas aquilo que for encontrado vai ser levado ao Governo no sentido de termos uma aprovação para avançar", explicou.

Por sua vez, José Matsinhe, representante do Governo, diz que é preciso recolher todas as contribuições para que o projeto beneficie todos os moçambicanos.

Saltar a secção Mais sobre este tema