A partir desta quarta-feira (24.05.), em Maputo, empreendedores e inovadores trocam ideias sobre tecnologia para facilitar a vida dos cidadãos na Feira Moztech. Há inovações nacionais em várias áreas como saúde e banca.
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Novas tecnologias, novas ideias para transformar Moçambique. É o que pretendem os expositores da mostra de tecnologia que arrancou esta quarta-feira (24.05.). A ideia é aprofundar ainda mais o debate sobre o avanço das tecnologias, inovação e empreendedorismo em Moçambique e as implicações na vida dos cidadãos.
Na Moztech participam empreendedores nacionais e estrangeiros que esperam trocar novas ideias para desenvolver o país através da internet.
Inovação no setor de saúde
Por exemplo, a operadora móvel Vodacom traz o Mezzanine, uma plataforma digital para facilitar a gestão de informação sobre a saúde, como explica Momed Mussagy, do setor de marketing da empresa: "Mezzanine é uma plataforma que vai estar ligada ao Ministério da Saúde, para atendimento público de modo que os pais e as mães possam fazer registos."
Com estes registos, será possível ter acesso a informações sobre testes de malária, HIV e diabetes, entre outras doenças.
Mas nesta exposição há também a "Solução de Backups" - uma nova forma que as empresas têm para guardar os seus ficheiros de forma segura. Esta ideia é trazida pela Internet Solutions. Ricardo Custódio, do departamento de marketing da empresa, diz que "é um software que vai permitir que as empresas façam o backup dos seus ficheiros de forma mais facilitada eliminando as famosas ´taps`que é a metodologia mais utilizada pelo mercado hoje em dia."
Por isso Custódio afirma: "Com a nossa solução tencionamos convencer as empresas que esta é a solução do futuro, já não se usam infraestruturas apenas a internet como modelo de transação de ficheiros."
Oportunidades para o jornalismo multimédia
E para quem sonha seguir a profissão de jornalista, a MediaLab levou para a Moztech diversos módulos para aprender jornalismo. Rui Lamarques é especialista em media e afirma que "as pessoas não só aprendem a fazer o jornal, mas também aprendem a fazer televisão, websites... a trabalhar com várias coisas."
O especialista em media sublinha que o evento é também uma oportunidade: "Nós como formamos jornalistas multimédia eles têm de ir ao mercado trabalhar e isto não é só uma oportunidade de participar mas uma forma de expor o trabalho que eles fazem."
Tecnologia e banca
Outra inovação encontrada na mostra de tecnologia é um banco que não precisa de interação humana - um projeto do Standard Bank. Significa que os clientes podem movimentar as suas contas num balcão digital a qualquer hora do dia.
Claudio Banze explica: "O que nós estamos a mostrar aqui é que é possível fazer uma banca tradicional, mas de forma evoluída, que não esteja dependente da interação humana e que não tenha limitações, como por exemplo no horário da abertura e fecho. O balcão digital funciona 24 horas e todas as funções são autónomas."
O Standard Bank apresenta igualmente o "StartUp Corner" - um projeto associado a uma incubadora de negócios: "O que fundamentalmente vamos fazer é termos algumas empresas que são "startups" de jovens empreendedores ligados a área de tecnologias financeira. São empresas que já trabalharam connosco em outros projetos como o "StartUp Weekend" e eles vão mostrar as ideias que têm aos outros empreendedores que estarão neste local."
Na feira, que termina na sexta-feira (26.05.) estão presentes mais de 100 expositores nacionais e estrangeiros.
Novas tecnologias ameaçam mecânicos informais
Suame Magazine, no sul do Gana, é tida como uma das maiores zonas industriais (informais) de África. Dezenas de milhares de pessoas trabalham aqui – tudo é feito à mão. As novas tecnologias são uma ameaça.
Foto: DW/Y. Yeebo
Fazer do velho novo
Em Suame Magazine, nos arredores da cidade de Kumasi, no Gana, os mecânicos de mais de 12 mil pequenas oficinas consertam carros e máquinas usando peças sobresselentes antigas que vêm sobretudo da Europa. Há tantas oficinas que a Organização de Desenvolvimento Industrial de Suame Magazine planeia comprar terrenos e transformá-los numa zona industrial oficial.
Foto: DW/Y. Yeebo
Mercedes é favorita
Os mecânicos de Suame Magazine dizem que os motores potentes de fabricantes europeus como a Mercedes Benz, DAF ou MAN são bastante requisitados – a importação é barata, são fáceis de montar e são duradouros. Os camiões americanos têm demasiados componentes elétricos e os da China são, com frequência, de baixa qualidade. Os veículos da Índia e da Coreia do Sul são cada vez mais populares.
Foto: DW/Y. Yeebo
Alta produtividade
Eric Gyebi, Kwame Acheampong e Osei Kofi Isaac arranjam bombas de combustível para camiões e autocarros. Segundo um estudo do Banco Mundial, as oficinas de Suame Magazine são muito mais produtivas do que a maioria dos pequenos negócios no Gana. Isso porque se focam na produção ou reparação de um único tipo de produto: bombas de combustível ou retroescavadoras, por exemplo.
Foto: DW/Y. Yeebo
Feito à mão
Em Suame Magazine, quase tudo é feito à mão. Desde os pequenos componentes até às grandes peças da maquinaria pesada. Uma grande parte da indústria formal do Gana colapsou durante a crise económica dos anos 70, que deixou o país repleto de fábricas abandonadas. Entretanto, as pequenas oficinas cresceram.
Foto: DW/Y. Yeebo
Oportunidades raras de carreira
Um jovem mecânico solda os pés de um forno de pão. O dono desta oficina começou a sua carreira em 1997, como aprendiz. Desde então tem subido na empresa, sem parar. Ele é um dos poucos que, no Gana, oferece formação e empregos aos mais jovens, que, de outra forma, têm muito poucas oportunidades de fazer carreira.
Foto: DW/Y. Yeebo
Motor de crescimento da nação
Narouk Woniah testa um motor que restaurou aqui na zona industrial de Suame Magazine. Mais de 70 por cento do Produto Interno Bruto do Gana vem do mercado informal e de oficinas como esta, que tem apenas três trabalhadores. Ao todo, 200 mil pessoas trabalham em Suame Magazine.
Foto: DW/Y. Yeebo
Aprender fazendo
Awudu Alase faz todos os dias cerca de 15 fogões a carvão. Alase vende-os no mercado a cerca de três euros cada. Há quem trabalhe aqui em Suame Magazine há 50 anos sem nunca ter feito um curso de formação profissional oficial. Aprenderam fazendo. Começam como aprendizes e, ao longo dos anos, desenvolvem os seus próprios métodos.
Foto: DW/Y. Yeebo
Condições perigosas
As fábricas de Suame Magazine têm poucas ou nenhumas normas de segurança. Muitos trabalhadores não usam material de proteção e quase todos os dias há acidentes. Muitos estão também expostos a radiação ultravioleta e gases tóxicos, altamente perigosos para a saúde.
Foto: DW/Y. Yeebo
Ferramentas feitas localmente
Nana Opoku Agyemang solda metal numa oficina que se especializou em peças para retroescavadoras. Ele usa uma proteção para soldadura feita localmente. Por estas serem oficinas informais, não regulamentadas, os trabalhadores não têm direito a compensação em caso de acidente.
Foto: DW/Y. Yeebo
Testes…
Aqui, um jovem mecânico testa as luzes de um táxi Opel numa oficina que se especializou em carros alemães. Em 2013, os mecânicos de Suame Magazine criaram e construíram em poucos meses um carro, o SMATI Turtle 1. O protótipo funcionou, mas teve nota negativa nalguns dos testes de estrada.
Foto: DW/Y. Yeebo
A ameaça eletrónica
Há anos que Joyce Darko vende "porcas e parafusos" para automóveis, camiões e máquinas pesadas. Mas o seu negócio está ameaçado. Stevenson Apomasu, presidente da Organização de Desenvolvimento Industrial de Suame Magazine, diz que a tecnologia está a tornar muitas peças obsoletas, e muitos mecânicos. "Os carros passaram a ser computorizados, algo que não conseguimos fazer aqui."
Foto: DW/Y. Yeebo
É preciso acompanhar o passo
Há 20 anos que Kofi Boache constrói tanques para gasolina, água ou águas residuais. Um tanque demora um mês a ser construído. Tal como outros mecânicos, Boache tenta acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos. Foi também criado um programa de formação a pensar nisso. "Se não tivermos cuidado, Suame Magazine morrerá", diz o presidente da organização de desenvolvimento da zona, Stevenson Apomasu.