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Moçambique: Tomate vira artigo de luxo em Manica

Bernardo Jequete (Chimoio)
18 de dezembro de 2019

O preço do produto aumentou mais de 300% para o consumidor na província de Manica. Autoridades apelam para o cumprimento de normas e bom senso dos vendedores, mas ameaçam tomar medidas em caso de incumprimento.

Gemüse
Foto: DW/T. Shahzad

O consumidor da província de Manica, no centro de Moçambique, está a acostumar-se com a ideia de fazer as festas de final de ano sem tomate. O preço do produto chegou a subir mais 300% em Chimoio. Isso se deve a escassez do produto nos mercados da região.   

Tomate importado da África do Sul e do Zimbabué estão a ser vendidos ao consumidor na província e, como artigo importando, torna-se extremamente caro. Uma caixa de tomate de 30 kg que antes custava 650 meticais, o equivalente a 9 euros, agora chega a custar 2 mil meticais, o equivalente a mais de 28 euros.

Os moradores contam que está ser difícil cozinhar pratos com tomate nos últimos dias devido ao preço exorbitante.

"Antigamente comprávamos quatro tomates por apenas 10 meticais, mas atualmente compramos por 30 meticais. Enquanto uma bacia de 20 kg custa 1 mil a 1,2 mil meticais. Antigamente custava 300 a 350 meticais”, disse Isabel Chinhoca, moradora de Chimoio.

Os vendedores do mercado 25 de Junho - o maior mercado grossista de venda de tomate em Manica - explicam que ficaram sem tomate e tiveram de importar o produto dos vizinhos África do Sul e Zimbabué para abastecer a região centro.

"Aqui já não tem tomate por causa da seca. O nosso tomate perdeu valor, os consumidores já não consideram comprá-los, pois preferem o tomate importado de outros países”, diz a vendedora Sarifa Vieira.

Trabalho de convencimento

Tomate vira artigo de luxo em Manica

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Como os vendedores compram o produto caro dos fornecedores, acabam revendendo a um preço ainda mais alto. A Inspeção Nacional das Atividades Económicas (INAE) tenta fazer com que os comerciantes baixem os preços do produto.

"Vieram nos mobilizar aqui no mercado para baixarmos os preços, mas isso é impossível. O que o Governo deve fazer primeiro é ligar para o mercado grossita do Zimpeto em Maputo, para baixarem lá e cá uniformizamos os preços”, sugere Vieira.

O diretor provincial da Indústria e Comércio de Manica, Ronaldo Naico, diz que "há um pequeno aumento” do preço do tomate em relação a quadra festiva do ano passado.

"A estratégia que estamos a adotar é de visitar os locais de produção, trabalhar com os agentes económicos visando direcioná-los a comprar o tomate onde existe. Acreditamos que poderemos tornar o preço de tomate acessível aos nossos consumidores”, disse.

Naico informou que foi criada uma comissão que está no terreno a verificar os preços praticados pelos comerciantes e a inspecionar os produtos fora do prazo: "Nós estamos a pautar pela sensibilização e pela boa colaboração. Nós queremos que o agente económico cumpra as normas de boa convivência comercial. Agora, se o agente económico reincidir, nós iremos tomar medidas”, garante o diretor.

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