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Transferência de funcionários é retaliação política?

Bernardo Jequete (Manica)
27 de abril de 2023

Os funcionários públicos e membros do partido RENAMO em Manica dizem que estão a ser transferidos dos seus locais de trabalho para zonas distantes, numa altura em que o país está em processo de recenseamento eleitoral.

Ehemaliger Kämpfer der RENAMO
Foto: Marcelino Mueia/DW

Vários membros do partido Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), que se notabilizaram nas campanhas do partido nos últimos pleitos eleitorais, alegam que estão a ser retaliados politicamente.

Dizem que cidadãos e funcionários públicos são transferidos das localidades onde trabalham para localidades longínquas -  a cerca de 65 a 100 quilómetros das sedes distritais.

Uma das pessoas visadas, que preferiu manter-se no anonimato, contou à DW África que os estes conflitos surgiram já 2019, quando trabalharam como membros da Comissão Distrital de Eleições do maior partido de oposição em moçambique.

Uma das fontes ouvidas pela DW África criticou a transferência de professores (foto de arquivo)Foto: Bernardo Jequete/DW

"Há perseguição"

"Vejo que há uma perseguição por trás disso porque a escola não pode transferir professores enquanto existe uma necessidade", disse a fonte ouvida pela DW África.

"Os conflitos surgiram em 2019, quando entramos nos órgãos eleitorais e, ao sairmos, houve muitos conflitos. Regressar aos nossos postos de trabalho não foi fácil", acrescentou.

Outra pessoa transferida para fora da sede distrital onde trabalhava disse que algumas pessoas tiveram de deixar o posto administrativo, indo para outras localidades fora do distrito; e que a sua troca fora feita durante o período de dispensa.

Danilo Mairosse, secretário-executivo da Plataforma da Sociedade Civil (PLASOC) em ManicaFoto: Bernardo Jequete/DW

"Não é normal"

"Eu pedi e requeri que fosse concedido um tempo para atender questões de saúde. Não conheço bem as leis, mas acredito que isso não seja normal", acrescentou. 

O secretário-executivo da Plataforma da Sociedade Civil (PLASOC) em Manica, Danilo Mairosse, afirma que existe, de acordo com a Constituição do país, a liberdade de se constituir, participar e aderir aos partidos políticos.

"Apelo aos gestores públicos que estão na área de educação, nos setores do Governo, e às máximas lideranças, para que não pautem por esta via, porque todos somos moçambicanos e temos os mesmos direitos", argumenta.

António Mulima, delegado político da RENAMO em ManicaFoto: Bernardo Jequete/DW

"Ação desonesta"

António Mulima, o delegado político em Manica do maior partido de oposição do país, disse que membros do partido em todos os distritos da província que trabalharam nos pleitos de 2018 e 2019 - bem como os que se evidenciaram nos trabalhos desse partido em Moçambique - estão a ser vítimas dessa "ação desonesta".

"A RENAMO em Manica insta a quem de direito para que no respeito pelo princípio da igualdade, reconciliação, tolerância e paz que juramos edificar, retorne esses funcionários aos seus respetivos postos de trabalho de origem".

A DW África contatou o Diretor Provincial da Educação e Desenvolvimento Humano em Manica, Albino Chaparica, que por sua vez diz desconhecer as transferências que estão a ocorrer, pois o setor que dirige não contrataria funcionários por filiação partidária.

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