Segundo o apuramento provisório do STAE, o Presidente da República de Moçambique e candidato à reeleição tem a maioria dos votos em todo país. A FRELIMO segue na liderança na disputa na Assembleia da República.
Publicidade
Dados provisórios do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) dão vitória clara ao Presidente da República de Moçambique e candidato à reeleição pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Filipe Nyusi.
Segundo o apuramento provisório, já foram processadas mais de 13.600 das 20.554 mesas de voto. Filipe Nyusi está na frente com 74,56% dos votos, seguido de Ossufo Momade (20,29%), Daviz Simango (4,49%) e Mário Albino (0,66%).
Resultados distritais divulgados em Tete sem presença da oposição
01:17
Em relação às votações para a Assembleia da República, e numa altura em que estão apuradas 51,93% das mesas, a FRELIMO está com uma vantagem de 76,19% dos votos. Segue-se a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), com 17,01%, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com 4,76%, e a Ação do Movimento Unido para a Salvação Integra (AMUSI), com 0,24%.
Na província da Zambézia, centro do país, o STAE adiou o anúncio dos resultados, que estava marcado para este domingo (20.10), para a manhã de segunda-feira (21.10). Segundo uma fonte daquele órgão, o adiamento deveu-se a questões organizacionais.
No entanto, nas ruas da capital Quelimane, membros e simpatizantes da FRELIMO já cantam vitória, informa o nosso correspondente, Marcelino Mueia. Os vogais dos partidos da oposição fizeram já saber que não vão assinar atas ou editais.
Resultados provinciais
A vantagem de Filipe Nyusi e da FRELIMO sobre os outros candidatos e partidos é ampla em todas as províncias de Moçambique. Com 100% das urnas apuradas, a província de Gaza, sul de Moçambique, elegeu Filipe Nyusi com 94,74% dos votos. Ossufo Momade obteve 2,86% dos votos e Daviz Simango teve 2,03%.
A contagem dos votos está quase concluída na província de Tete, onde Filipe Nyusi tem 77,3% dos votos, seguido de Ossufo Momade, com quase 20%, e Daviz Simango, com 2,19%.
Em Inhambane, com quase 90% dos votos apurados, o atual Presidente da República segue na frente na disputa, com quase 81% dos votos, seguido do líder da RENAMO, com quase 14% dos votos, e o líder do MDM, com 4,4%.
Oposição contesta resultados
Na manhã deste sábado (19.10), o maior partido da oposição moçambicana, a RENAMO, fez saber que não aceitará os resultados e pediu a repetição do sufrágio. Também o MDM já havia anunciado que não aceitaria os resultados daquelas que foram, na sua opinião, as eleições "mais violentas da história do país".
Em Nampula, o AMUSI contestou os resultados provisórios por considerar que o apuramento distrital está "viciado" a favor da FRELIMO. Também a RENAMO, segundo informações da Plataforma Sala da Paz, solicitou a anulação das eleições nesta cidade por causa da ocorrência de "várias irregularidades".
Na província do Niassa, o MDM submeteu uma reclamação à Comissão Distrital de Lichinga, na qual denuncia a falta de 40 editais no apuramento dos dados eleitorais ao nível distrital, informa a "Sala da Paz".
No passado dia 15 de outubro, os eleitores moçambicanos foram chamados a escolher o Presidente da República, 250 deputados do parlamento e, pela primeira vez, dez governadores provinciais e respetivas assembleias.
Dia de eleições em Moçambique em imagens
De norte a sul de Moçambique, grande afluência de eleitores marcou primeiras horas de votação. 13,1 milhões de moçambicanos foram chamados a escolher Presidente da República, 250 deputados e 10 governadores provinciais.
Foto: Getty Images/AFP/G. Guercia
Filipe Nyusi abre votação em Maputo
As primeiras assembleias de voto abriram às 07:00 para as sextas eleições gerais. Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique e candidato a um segundo mandato, abriu a votação em Maputo. Depois de votar na Secundária Josina Machel, em direto na televisão pública, pediu ao país para mostrar ao mundo que Moçambique "apoia a democracia". "Vamos acreditar e vamos confiar", sublinhou o candidato da FRELMO.
Foto: Getty Images/AFP/G. Guercia
Ossufo Momade vota na Ilha de Moçambique
O candidato presidencial da RENAMO, Ossufo Momade, disse que "nunca" vai aceitar "resultados eleitorais manipulados", assinalando que a negação da vontade popular levou o país a hostilidades militares no passado. "Estamos determinados em fazer qualquer coisa que o povo nos indicar", declarou Momade. O candidato falava após votar na sua terra natal, na Ilha de Moçambique, província de Nampula.
Foto: Getty Images/A. Barbier
Daviz Simango apela ao voto de todos
Daviz Simango, candidato à presidência pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), votou no bairro de Macuti. "Aproveito esta oportunidade para lembrar a todos os moçambicanos que não votarem que vão ter a oportunidade de ser dirigidos por aqueles que não escolheram", advertiu. Pediu ainda às autoridades para "criarem condições para que estas eleições sejam transparentes livres e justas".
Foto: DW/A. Sebastião
Tentativas de fraude a favor da FRELIMO
Segundo o Centro de Integridade Pública (CIP), registaram-se já vários "casos de tentativas de enchimento de urnas" nos dois maiores círculos eleitorais do país. Os casos, a favor da FRELIMO, ocorreram nas assembleias de voto instaladas nas escolas primárias completas Eduardo Mondlane de Angoche, em Nampula, e 16 de Junho, em Mopeia, na Zambézia, precisou a ONG.
Foto: DW/L. da Conceição
UE: Observação eleitoral "em boas condições"
A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (UE) considera que a abertura das mesas de voto decorreu de modo ordeiro. "Havia muitas filas, mas os procedimentos foram seguidos em grande parte", disse Sànchez Amor. O chefe da missão da UE informou ainda que "a observação está a realizar-se em boas condições" e, por enquanto, "o processo desenrola-se conforme o previsto".
Foto: DW/L. Matias
Quelimane: Zambezianos em peso nas urnas
Assembleias de voto em Quelimane, província central da Zambézia, registam grande afluência de eleitores desde as primeiras horas. A DW encontrou vários cidadãos que não conseguiram votar por problemas com o cartão de eleitor. Luís Boavida, cabeça de lista do MDM, e Manuel de Araújo, da RENAMO, apelaram aos zambezianos para irem às urnas. Pio Matos, da FRELIMO, garantiu que está "tudo tranquilo".
Foto: DW/N. Issufo
Gaza: Ambiente calmo e ordeiro
A tranquilidade marcou a abertura das mesas de voto em Mandlakazi, na província de Gaza, no sul. Gaza foi notícia nos últimos meses porque foi aqui que os órgãos eleitorais moçambicanos recensearam cerca de 230 mil eleitores a mais do que o número da população em idade eleitoral anunciada pelo INE. Irregularidades muito contestadas por oposição e sociedade civil.
Foto: DW/C. Matsinhe
Nampula: Eleitores impedidos de votar
Em Mulila, no populoso bairro de Namicopo, na cidade de Nampula, pelo menos oito eleitores foram impedidos de votar, alegadamente porque os seus nomes não constavam dos cadernos eleitorais. O bairro de Namicopo é na sua maioria habitado por apoiantes da RENAMO. Já a Sala da Paz condenou a "falta de vontade dos órgãos eleitorais" em credenciar observadores na província de Nampula.
Foto: DW/S. Lutxeque
Tete: Balanço positivo da Sala da Paz
A Sala da Paz faz um balanço positivo das primeiras horas de votação em Tete, apesar de se verificaram longas filas de eleitores e de alguns membros desta plataforma eleitoral não terem sido credenciados pelos órgãos de administração eleitoral para a observação do pleito. Nestas eleições, Tete elege 21 deputados para a Assembleia da República e 82 membros para a Assembleia Provincial.
Foto: DW/A. Zacarias
Inhambane: Prioridade para eleitores idosos
Idosos em Inhambane estão a ter prioridade nas mesas das assembleias de voto. Nesta província, as mesas abriram à hora prevista, com milhares de eleitores nas filas para exercerem o seu direito cívico. A afluência às urnas diminuiu ao final da manhã. Os concorrentes ao cargo de governador votaram cedo e aguardam os resultados nas suas residências, sob fortes medidas de segurança.
Foto: DW/L. da Conceição
Pemba: Longa espera para votar
Ao contrário de Inhambane, em Pemba, província de Cabo Delgado, alguns idosos queixam-se da longa espera para votar e lamentam que não lhes seja concedida prioridade, como preconiza a lei. "Há lutas na fila e como nós somos mais velhas não conseguimos ficar paradas, por isso ficamos sentadas", disse à DW África a idosa Albertina Navaia, que vota na Escola Primária de Cariacó.
Foto: DW/D. A. Uatanle
Manica: Votação sem sobressaltos
Em Manica, a votação tem sido sobressaltos nem registo de ilícitos eleitorais. Apesar de, no geral, os partidos darem nota positiva ao arranque do processo na província, o delegado do MDM, Humberto Escova, lamentou a circulação de automóveis blindados, na zona de Pinanganga, no distrito de Gondola, e acusou o contingente policial de semear o medo entre os eleitores.