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Moçambique: Mondlane convoca paralisação total do país

16 de outubro de 2024

Venâncio Mondlane apela ao povo moçambicano para paralisar todas as actividades na segunda-feira, num forte protesto contra o regime, prometendo ações ainda mais duras se os resultados eleitorais não forem alterados.

O candidato presidencial, Venâncio Mondlane, convocou uma greve geral para segunda-feiraFoto: Nádia Issufo/DW

O candidato presidencial de Moçambique, Venâncio Mondlane, atualmente classificado em segundo lugar de acordo com a contagem da Comissão Nacional de Eleições (CNE), anunciou uma paralisação geral das atividades públicas e privadas a partir da próxima segunda-feira, dia 21 de outubro. A medida, que visa contestar os resultados eleitorais, foi divulgada através de um vídeo publicado na sua página oficial do Facebook, onde Mondlane fez um apelo direto ao povo moçambicano.

Na sua mensagem, o candidato explicou que a paralisação começará à meia-noite de segunda-feira e será acompanhada de manifestações pacíficas, incluindo a exibição de cartazes em repúdio ao que considera um regime ditatorial e corrupto. Mondlane expressou descontentamento com o que descreveu como a "sequestração do país por uma pequena elite predadora" que, segundo ele, domina Moçambique há cinco décadas.

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"Chegou a altura de o próprio povo dar o sinal de que quem manda é o povo. Segunda-feira, meus irmãos, decretamos greve nacional geral, paralisação de toda a atividade pública e privada", afirmou Mondlane, acrescentando que a ação poderá escalar caso a situação não mude.

O candidato destacou a presença de blindados em várias zonas da cidade de Maputo, mas garantiu que a greve ocorrerá pacificamente e que as forças de segurança "não servirão de nada". Mondlane declarou que a paralisação é o primeiro passo para demonstrar a insatisfação popular e prometeu que, se as alegadas irregularidades eleitorais continuarem, outras medidas mais duras serão implementadas.

Com o tom combativo e uma forte retórica, Venâncio Mondlane evocou o legado de várias figuras históricas de Moçambique, como Eduardo Mondlane, Samora Machel e Afonso Dhlakama, afirmando que a luta pela democracia e pela liberdade deve continuar. Ao final da sua declaração, reforçou que a paralisação será um marco na luta do povo moçambicano pela libertação das "correntes de escravidão" e pela construção de um futuro próspero e democrático.

A greve, marcada para a próxima segunda-feira, coloca pressão sobre as autoridades e aumenta a tensão política num momento crucial para o país, ainda em processo de apuramento dos resultados das eleições gerais.

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