No dia em celebra-se o Dia Mundial da Limpeza, mais de cinco mil voluntários moçambicanos recolheram o lixo em vários pontos da província de Inhambane. Cidadãos moçambicanos pedem ações contínuas de limpeza.
Publicidade
Celebra-se este sábado (21.09) o Dia Mundial da Limpeza (World Cleanup Day). Na província moçambicana de Inhambane, no sul de Moçambique, mais de 5 mil pessoas saíram às ruas para participar do evento. Os ambientalistas e voluntários pedem mais ações de consciencialização, para além da mudança do comportamento dos cidadãos em relação ao descarte de lixo.
A iniciativa liderada pelo movimento "Lets Do It" (em língua portuguesa, vamos a isso) e pela Cooperativa de Educação Ambiental Repensar, vocacionada para ações de educação ambiental e desperdício zero, mobilizou milhares de pessoas para fazerem limpeza em diversos lugares, como por exemplo nos mercados, escolas, vilas, praias e avenidas como forma de ajudar o planeta.
Luciano da Conceição José, coordenador da cooperativa de educação ambiental Repensar em Inhambane, afirma que a sociedade atual precisa de mais trabalho de mobilização para a conservação do meio ambiente.
"A nossa missão centra-se na contribuição para a educação ambiental da sociedade no geral e das crianças em especial, através da organização de atividades relacionadas à boa conservação do meio ambiente, incidindo sobre a intervenção em escolas e outras instituições formais de educação", disse.
Entretanto, Luciano da Conceição José revela que não basta apenas limpar, mas também é preciso saber aproveitar o lixo orgânico. "As pessoas devem adotar novos princípios e práticas para a recuperação total de resíduos, reduzindo assim a deposição indiscriminada de resíduos no meio ambiente e a dependência de lixeiras ou aterros sanitários", afirma.
Lixo no lixo
Jorge Nhambiu, ministro da Ciência e Tecnologia de Moçambique, participou na Jornada Mundial da Limpeza na cidade da Maxixe, tendo apelado às pessoas que não podem jogar qualquer lixo no chão, mas sim devem optar por colocar nos tambores do lixo.
"Essa iniciativa é muito boa, porque conseguimos ver um maior número de pessoas a tomarem a consciência de evitarem deitar lixo, mas também é preciso saber que o mais importante é não deitar lixo em lugares impróprios", diz.
António da Costa, voluntário que participou na ação de limpeza na praia do Rio de Janeiro, em Maxixe, afirma que essas ações devem fazer parte de um trabalho contínuo. "As pessoas não devem esperar só o Dia Mundial de Limpeza para fazerem a limpeza, mas sim este trabalho deve continuar a cada dia nos bairros onde vivemos", sublinha.
Marta Pedro, uma vendedora informal na praia do Rio de Janeiro, afirma que nunca tinha visto um grande número de pessoas a limpar a praia nos últimos 15 anos. "Eu faço meus negócios aqui na praia, mas nunca tinha participado numa jornada de limpeza onde só devíamos recolher plásticos, vidro e ferro, por isso, estou satisfeita e gostaria de repetir mais vezes", diz.
Entretanto, os candidatos ao cargo de governador de Inhambane das três formações políticas (FRELIMO, RENAMO e MDM) teriam garantido participar na maior ação de limpeza no planeta, mas ninguém o fez. Os candidatos argumentaram que precisavam se dedicar às suas campanhas para as eleições gerais de 15 de outubro.
Moçambique: Primeiro painel feito com azulejos de plástico reciclado em África
Maputo com o primeiro painel com azulejo de plástico reciclado, do continente africano. A obra de arte visa despertar nos citadinos a importância da reciclagem do plástico para preservação do meio ambiente.
Foto: DW/R. da Silva
Por uma cidade melhor, diga não ao plástico no lixo
Em Maputo lixo reciclado serve para erguer o maior mural feito em mosaicos de plásticos recolhidos nas ruas da capital moçambicana. O espaço lança um repto à conservação do meio ambiente e apela para aumentar a reutilização e reciclagem dos plásticos em Moçambique.
Foto: DW/R. da Silva
Mural com azulejos de plástico reciclado em Maputo
Este é o primeiro mural feito de azulejos com plástico reciclado em África. Um espaço que suscita a curiosidade dos munícipes. O mural foi inaugurado a 3 de outubro. Trata-se de um projeto que conta com a colaboração do Conselho Municipal de Maputo, a organização ambiental New Sigma e a Direção Nacional do Ambiente e visa sensibilizar as pessoas para a conservação do meio ambiente.
Foto: DW/R. da Silva
Plástico domina o lixo encontrado nas praias
As garrafas plásticas são as mais usadas pelos citadinos de Maputo, que depois de utilizadas são atiradas para qualquer sítio. Nos dias de muito calor as praias ficam lotadas de garrafas plásticas devido à falta de contentores para o lixo. Mas, depois de recolhidas pelos munícipes, são recicladas, num trabalho que envolve até crianças que assim conseguem ganhar um extra para o dia-a-dia.
Foto: DW/R. da Silva
Ambientalista alerta para preservação do meio ambiente
Rui Silva é ambientalista e um dos mentores da ideia de reciclar plásticos que servem para fabricar azulejos que se encontram expostos no mural junto à praia da Costa do Sol, na zona nobre da capital, Maputo.
Foto: DW/R. da Silva
Mural com 2600 azulejos
O ambientalista Carlos Serra, que participa no projeto, diz que na construção do mural foram usados cerca de 2600 azulejos a partir de 130 mil tampas de plástico, mais de 2030 garrafas “pet”, do tamanho maior, 189 embalagens de esferovite do "take away" e 414 sacos de plástico.
Foto: DW/R. da Silva
Mural recebe muitos visitantes por dia
O maior mural de África com material reciclado atrai atenção de vários citadinos de Maputo que visitam o local para saber como é possível transformar "tampinhas" de plástico em azulejos. Mural desperta muita curiosidade no seio da população da capital moçambicana.
Foto: DW/R. da Silva
Garrafas de plástico fazem parte do quotidiano
Em muitas praias de Moçambique as pessoas, depois de usarem as garrafas de plástico, jogam o recipiente ao mar. Aliás foram nas praias onde começou a recolha de garrafas e tampas plásticas. A iniciativa juntou o útil ao agradável: limpar as praias e reciclar o plástico para o fabrico de azulejos.
Foto: DW/R. da Silva
Envolvimento das comunidades na preservação do meio ambiente
A matéria-prima foi recolhida por muitos munícipes, nomeadamente crianças, que para além de terem ajudado a evitar que as garrafas de plástico fossem para o mar permite-lhes ter maior conhecimento sobre os impactos negativos da poluição marinha com sérios danos tanto para a natureza como para a saúde das populações.