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PolíticaQuénia

Morre ex-Presidente queniano, Mwai Kibaki

Lusa | DW (Deutsche Welle)
22 de abril de 2022

Ex-Presidente queniano Mwai Kibaki morreu aos 90 anos, anunciou o atual chefe de Estado, Uhuru Kenyatta, numa emissão solene na televisão estatal do Quénia.

Ehemaliger Präsident Kenias Mwai Kibaki 2012
Mwai Kibaki.Foto: Noor Khamis/REUTERS

Segundo o atual Presidente queniano, Uhuru Kenyatta, em discurso hoje (22.04), este "é um dia triste para nós enquanto país, pois perdemos um grande líder". "Mwai Kibaki será sempre lembrado como um cavalheiro na política do Quénia, um exímio debatedor e alguém que fomentou o desenvolvimento no país", acrescentou Kenyatta.

A vida de Kibaki é a história de uma extraordinária carreira política. Serviu o seu país durante mais de cinquenta anos. Atingiu o mais alto cargo de Estado, de dezembro de 2002 a março de 2013, como Presidente do país da África Oriental.

Uma carreira que não lhe foi naturalmente destinada. Nascido a 15 de novembro de 1931 na aldeia de Gatuyaini, província central de Nyeru, Mwai Kibaki passou a sua primeira infância a cuidar das ovelhas e vacas do seu pai.

História

De acordo com a tradição, foi o seu cunhado Paul Muruthi quem acabou por insistir que o rapaz deveria ir à escola. E a história provou que o cunhado tinha razão. Mwai Kibaki completou a sua educação escolar com notas máximas na famosa Escola Secundária de Mang'u e foi posteriormente recompensado com uma bolsa de estudos para a internacionalmente famosa Universidade de Makerere no Uganda. 

O ex-Presidente queniano Mwai Kibaki em 2008.Foto: Stephen Morrison/dpa/picture-alliance

Antigo professor de economia formado no Uganda e em Londres, Kibaki tornou-se o terceiro Presidente da história da nação africana em 2002, sob promessa de acabar com a corrupção no rescaldo de 20 anos de governação autoritária da parte de Daniel arap Moi.

Porém, os seus mandatos foram também marcados por escândalos de corrupção e pelos piores incidentes de violência política desde a independência, agravados pela sua conotação enquanto representante da etnia Kikuyu.

Importante papel no desenvolvimento 

Tendo sido antes ministro das Finanças, celebrizou-se pelo seu papel no desenvolvimento da economia queniana, protagonizado pelo plano Vision2030, mantido pelo seu sucessor, Kenyatta.

Além disso, em 2010, o Governo de Kibaki fez aprovar uma nova Constituição.

Esteve no poder até 2013, mas sua reeleição em 2007 foi contestada pelo opositor, Raila Odinga, desencadeando meses de confrontos tribais entre os Kikuyu e os Kalenjin, os dois principais grupos étnicos do país, e nos quais morreram mais de mil pessoas e centenas de milhares foram obrigadas a fugir de suas casas.

A partir de 2013, contudo, Kibaki retirou-se para a sua "fortaleza" de Nyeri, a uma centena de quilómetros de Nairobi.

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