Cantora portuguesa Sara Tavares, diagnosticada com um tumor cerebral, morreu, aos 45 anos, neste domingo ao final da tarde, em Lisboa, afirmou fonte da família.
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A notícia da morte da artista, de ascendência cabo-verdiana, foi dada pela estação televisiva SIC, referindo que estava internada no Hospital da Luz, em Lisboa.
Ao longo do último ano, Sara Tavares tinha vindo a divulgar alguns temas novos, ao fim de cinco anos de silêncio. O mais recente tema, intitulado "Kurtidu", saiu em setembro passado pela Sony Music.
Sara Tavares, que nasceu em Lisboa em 1978, deu-se a conhecer ainda adolescente nos anos 1990 no concurso televisivo de talentos "Chuva de Estrelas", da SIC, a interpretar um tema de Whitney Houston.
Pouco depois venceu o Festival RTP da Canção de 1994 com "Chamar as Música", tema de Rosa Lobato de Faria e João Oliveira, e com o qual obteve o oitavo lugar no Festival Eurovisão da Canção por Portugal.
Dois anos depois, em 1996, Sara Tavares estreou-se com o álbum "Sara Tavares & Shout!".
Álbuns
Nas duas décadas seguintes, Sara Tavares editou vários álbuns que a aproximaram das raízes cabo-verdianas, com destaque para "Balancê" (2005), que lhe valeu um disco de platina e uma nomeação como Artista Revelação as prémios BBC Radio 3 World Music.
Em 2011, recebeu Prémio de Melhor Voz Feminina nos Cabo Verde Music Awards e no ano seguinte deu continuidade à digressão internacional "Xinti", título do álbum editado em 2009, que lhe valeu o Prémio Carreira do África Festival na Alemanha.
Em 2018 esteve nomeada para os Grammy Latino com o quinto álbum, "Fitxadu" (2017), no qual aprofundou a relação com a música cabo-verdiana, contando com Manecas Costa, Nancy Vieira, Toty Sa'Med e Kalaf Epalanga entre os convidados.
A par da carreira em nome próprio, Sara Tavares colaborou com vários nomes da música portuguesa e lusófona, nomeadamente Ala dos Namorados, Dany Silva, Paulo Flores, Buraka Som Sistema e Carlão.
África no Rock in Rio Lisboa 2018
Lisboa volta a acolher mais uma edição do Rock in Rio, com uma das maiores enchentes de sempre. Este ano, o evento presta homenagem a África. Bonga, Ferro Gaita e Paulo Flores estão entre os artistas convidados.
Foto: DW/J. Carlos
Dois fins de semana em grande
Nos dias 23 e 24, 29 e 30 de junho, todos os caminhos vão dar ao Parque da Bela Vista. Lisboa volta a acolher mais uma edição do Rock in Rio, registando uma das maiores enchentes de sempre. Este ano, o evento presta homenagem a África. Vários músicos de renome atuam nos quatro palcos do certame.
Foto: DW/J. Carlos
300 mil festivaleiros
O festival, que mantém o lema "Por Um Mundo Melhor", atrai um público diversificado. A estimativa, de acordo com a organização, é receber cerca de 300 mil pessoas de 80 países diferentes. No primeiro fim de semana, em que atuaram Bruno Mars, Muse, Anitta, Bonga, Tabanka Djaz e Ferro Gaita, entre outros, o evento acolheu mais de 150 mil visitantes e 14 horas de música e entretenimento.
Foto: DW/J. Carlos
Bonga encanta sempre
Versátil em palco, Bonga e as suas melodias quentes, com alguma sátira a pender para a crítica social, foi o fenómeno da tarde quente de Lisboa. O cantor angolano e os demais congéneres provaram que a música africana pode chegar a outros patamares do festival que, este ano, apostou no mote "África no Mundo e o Mundo em África". A ideia encantou o público.
Foto: DW/J. Carlos
O extasiante Ferro Gaita
O grupo cabo-verdiano do funaná subiu ao palco no domingo (24.06) com a promessa de uma intensa tarde de dança. As músicas do Ferro Gaita inspiram-se nos ritmos tradicionais e folclóricos de Cabo Verde, como reafirma Bino Branco, cantor e fundador do grupo já com 22 anos de existência. "Para nós, é uma satisfação enorme estar no Rock in Rio 2018", disse à DW África.
Foto: DW/J. Carlos
Karlon, os amigos e a tradição
A anteceder Ferro Gaita, atuou Karlon, músico e compositor cabo-verdiano. Trouxe consigo MC Michel (à direita na foto), DJ X-Acto, Bdjoy (congas) Maria Tavares (voz e dança), Daniela Sanhá (dança) e Fénix Pop (dança). Aqui acontece o encontro entre os artistas que representam a modernidade e a tradição.
Foto: DW/J. Carlos
A coreografia da diversidade
No espaço dedicado a África - a EDP Rock Street - salta à vista a arquitetura de 19 casas com várias tonalidades e motivos africanos. Os visitantes são também atraídos por uma animada parada coreografada que saí à rua cinco vezes por dia. Além da música, as performances de animação da praça representam a diversidade cultural do mais velho continente do mundo e a exuberância da sua natureza.
Foto: DW/J. Carlos
O domador de cobras
Pelo recinto, exibem-se alguns protótipos de animais opulentes que dão vida à fauna africana. E é com sabedoria e mestria que este jovem domador de cobras representa o norte de África, a par com as danças afro-orientais. Não falta quem queira posar para uma foto ou uma selfie. E os visitantes não poupam elogios ao espaço reservado ao continente africano.
Foto: DW/J. Carlos
De Angola para as ruas
Há já cinco anos a dar alegria ao público nas ruas da baixa de Lisboa, Gaspar Silva explora os instrumentos ao seu alcance para fazer música. Aqui, o fenómeno é idêntico. O angolano diz que a oportunidade de estar no Rock in Rio "é a cereja em cima do bolo". Assim, vai divulgando a cultura de Angola e os ritmos que as pessoas gostam de ouvir e dançar.
Foto: DW/J. Carlos
Sara Tavares na "Língua Franca"
No Music Valley, um dos espaços mais cool do Rock in Rio – no extremo oposto ao Palco Mundo –, a cantora luso-cabo-verdiana Sara Tavares juntou-se no domingo (24.06) ao projeto "Língua Franca", dos rappers brasileiros Emicida e Rael (à esquerda na foto) e da portuguesa Capicua. Foi a celebração da língua comum, espalhada pelos quatro cantos do mundo.
Foto: DW/J. Carlos
A onda delirante da kizomba
Elenna e Paulo prendem o público com uma kizomba ao ritmo do semba angolano. Antes, já tinha subido ao palco Krayze Show, um coletivo que explora as danças urbanas luso-angolanas. Enquanto não começa o concerto no Palco Mundo, igual experiência se encontra noutro espaço mais adiante, onde o delírio parece crescer à medida que o DJ vai misturando ritmos brasileiros e africanos.
Foto: DW/J. Carlos
Fim-de-semana promete nova enchente
Nos dias 29 e 30, o cartaz é dominado por Katy Perry, Jessie J, Ivete Sangalo e Hailee Steinfeld. Marcam também presença os angolanos Paulo Flores e Nastio Mosquito, Batuk e Selma Uamusse. A organização quer internacionalizar o Rock in Rio, mas, segundo Roberta Medina, vice-presidente executiva, para já "é muito complexo em termos de investimentos e infraestruturas" levar o evento a África.