Moçambique: Ministro quer combater "terrorismo" nas estradas
Lusa
20 de dezembro de 2024
O ministro dos Transportes moçambicano, Mateus Magala, diz que o combate à sinistralidade rodoviária permitiu reduzir em 20% o número de mortos, sendo preciso fazer mais contra o "terrorismo na estrada".
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"Em 2021, antes do arranque deste movimento de reforma, perderam a vida em consequência dos acidentes de viação 944 pessoas, contra 754 em 2023, o que corresponde a uma redução de cerca de 20%", afirmou Magala, na abertura da 42.º conselho coordenador daquele ministério, em Maputo.
Mateus Magala recordou que se assistia então ao "crescimento progressivo dos índices de sinistralidade rodoviário" em Moçambique, que era necessário travar.
"Como resultado das medidas que temos vindo a implementar, constata-se, com alguma satisfação, que os índices de segurança rodoviária estão de certa maneira a melhorar, embora muito aquém do desejado", reconheceu.
"Apesar destes resultados, que podemos dizer que são de certa maneira animadoras, o setor continua preocupado com o elevado número de perdas humanas que ainda se registam", assumiu o governante.
Aproveitando a reunião dos quadros dos vários setores do Ministério dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala apelou: "Contribuir com soluções concretas para acelerarmos o combate a este flagelo, que se equipara a um verdadeiro terrorismo na estrada".
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apelou em 07 de dezembro à "prudência" na estrada e ao "respeito às regras de trânsito", na sequência de um novo grave acidente de trânsito no país, que no dia anterior provocou 15 mortos, na província de Inhambane, o último de vários acidentes gravosos ocorridos este ano em Moçambique.
"Diante desta tragédia queremos reforçar a necessidade de prudência e respeito às regras de trânsito. Apelamos a todos os condutores que ajudem a prevenir tragédias tão devastadoras como esta que se sucedeu em Morrumbene", afirmou o chefe de Estado.
Autárquicas: Promessas cumpridas e por cumprir em Maputo
Eneas Comiche esteve à frente do município de Maputo nos últimos cinco anos. Será que cumpriu com tudo o que prometeu? O autarca investiu na reabilitação de estradas e no saneamento, mas também deixou muito por fazer.
Foto: Romeu Silva /DW
Saneamento, um "calcanhar de Aquiles"
Melhorar as condições de saneamento básico foi uma das grandes promessas do edil Eneas Comiche e o município introduziu uma taxa de saneamento. Mas este continua a ser um problema gritante em Maputo, apesar das tentativas e anúncios de soluções. Recolha e tratamento dos resíduos sólidos, redes de esgotos e drenagem de água pluviais são enormes desafios.
Foto: Romeu Silva /DW
Transportes: "Nem água vai nem água vem"
Este é um eterno problema para a edilidade de Maputo. A tarifa até já foi reajustada para tentar evitar que os transportes fossem um problema, mas os "chapeiros" continuam a encurtar as rotas e a fazer as inevitáveis entrevistas aos seus utentes nas barbas da fiscalização da polícia municipal. Faltam transportes públicos na capital, é um facto.
Foto: Romeu Silva /DW
Vendedores informais preferem as ruas
A edilidade tentou retirar os vendedores informais dos passeios, mas eles continuam irredutíveis - recusam-se a ir vender para os mercados, dizem que lá não há clientes. Por isso, preferem continuar nas ruas, onde impedem por vezes a circulação dos transeuntes. As bancas permanecem vazias no interior dos mercados.
Foto: Romeu Silva /DW
"Praça da Juventude"
A ideia era transformar o local, que antes albergava vendedores de inertes, num espaço de lazer - a chamada "Praça da Juventude". Mas há quase dois anos que está assim. Ninguém sabe o que se passa.
Foto: Romeu Silva /DW
Rua da Linha: Um ganho para a transitabilidade
A abertura desta rua está a ser fundamental para a transitabilidade rodoviária, porque alivia entre cinco a sete bairros que "disputavam" a circulação na avenida Dom Alexandre, paralela a esta rua. Este foi um dos grandes feitos de Eneas Comiche durante o seu mandato como edil.
Foto: Romeu Silva /DW
Avenida Guerra Popular: Dois asfaltos
Tal como a avenida Eduardo Mondlane, esta avenida foi reabilitada aos pedaços e na reta final do mandato de Eneas Comiche. A partir desta secção da estrada, até à zona baixa da capital, nas duas faixas, o asfalto é diferente quando comparado com a direção oposta, o que lembra a "Avenida Julius Nyerere", que ainda espera pela reabilitação prometida desde 2019.
Foto: Romeu Silva /DW
Reabilitação da Eduardo Mondlane
Há muito que os cidadãos clamavam por uma reabilitação, mas a reabilitação só começou há alguns meses. Como se pode ver, contempla apenas a faixa central, por enquanto. Circulam informações não confirmadas de que as duas faixas laterais receberão intervenções posteriormente.
Foto: Romeu Silva /DW
Recolha de lixo: Um balanço misto
Nas zonas suburbanas, a recolha de lixo é regular. Este é um feito no mandato de Eneas Comiche, que já está no fim. O problema está na gestão dos resíduos sólidos na lixeira de Hulene, onde se pode ver uma enorme montanha de lixo.