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PolíticaUganda

Movimento dos Não-Alinhados reúne-se no Uganda

Lusa | DW (Deutsche Welle)
19 de janeiro de 2024

O Movimento dos Não-Alinhados inicia hoje no Uganda a 19.ª cimeira, com a segurança global, o terrorismo e crises humanitárias na agenda. Na véspera do encontro, o Governo prendeu sem-abrigo e fechou pequenos negócios.

Yoweri Museveni, Presidente do Uganda
Yoweri Museveni, Presidente do Uganda, assume nesta cimeira a presidência rotativa do movimentoFoto: ABUBAKER LUBOWA/REUTERS

Sob o tema "Aprofundar a Cooperação para uma Riqueza Global Partilhada", representantes dos 120 países membros - 53 de África, 39 da Ásia, 26 da América Latina e das Caraíbas e dois da Europa -, reúnem-se durante dois dias no Centro de Convenções Speke, no lago Vitória.

O objetivo do encontro de dois dias é melhorar a cooperação dos Estados-membros face às crises internacionais, com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável a dominar os trabalhos.

O Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, assume nesta cimeira a presidência rotativa do Movimento dos Não-Alinhados (MNA), sucedendo ao homólogo do Azerbaijão, Ilham Aliyev, que a detinha desde 2019.

Fundado em Belgrado em 1961, o MNA surgiu no auge da "guerra fria" e tem como objetivo principal promover a paz, a independência e a autodeterminação entre seus países membros.

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Governo prendeu sem-abrigo e fechou lojas

Partidos da oposição do Uganda acusaram o Governo de deter pessoas sem-abrigo e de encerrar milhares de pequenos negócios antes da cimeira. A seguir, o país acolherá também uma reunião da China com o Grupo 77 das Nações Unidas (G77) - uma coligação composta por 134 nações em desenvolvimento.

"Em nome da preparação das cimeiras, muitas vidas foram interrompidas e algumas completamente destruídas, porque o Governo tentou dar uma imagem falsa aos visitantes", disse Bobi Wine, líder do principal partido da oposição.

"Muitas pessoas, especialmente os sem-abrigo, foram detidas e o trânsito tornou-se um pesadelo, paralisando a vida dos cidadãos", denunciou ainda o líder da Plataforma de Unidade Nacional (NUP).

As autoridades também proibiram a maioria dos mototáxis de operar em Kampala durante a cimeira dos países não-alinhados.

O Governo disse à agência de notícias francesa AFP que alertou as pessoas "que alguns de seus negócios eram ilegais e as estruturas não eram planeadas". 

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Opositores impedidos de sair de casa

Bobi Wine, que foi candidato às eleições presidenciais de 2021 contra Yoweri Museveni, foi entretanto posto em "prisão domiciliária", antes de uma manifestação planeada contra o Governo.

Outro antigo candidato presidencial e opositor do chefe de Estado, Kizza Besigye, do Fórum para a Mudança Democrática, anunciou que também está proibido de sair de casa.

Um porta-voz da polícia confirmou que houve "implantação de segurança" à volta das residências dos dois opositores.

Na terça-feira, o Fórum para a Mudança Democrática afirmou, num comunicado, que as pequenas empresas foram "fechadas à força pelo regime, alegadamente para apresentar uma imagem mais favorável aos visitantes" das cimeiras.

Segundo o executivo, cerca de quatro mil visitantes, incluindo mais de 50 chefes de Estado, confirmaram a sua participação nas duas cimeiras, a segunda das quais termina a 23 de janeiro.