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MP: "Ex-ministro transformou gabinete em casa de câmbio"

Lusa
12 de março de 2021

Julgamento de ex-ministro angolano prossegue esta sexta-feira com as alegações finais. Manuel Rabelais é acusado de peculato e branqueamento de capitais num processo que também arrola ex-dirigentes do BNA e do BCI.

Manuel Antonio Rabelai
Foto: Imago/Xinhua

O Tribunal Supremo de Angola retoma esta sexta-feira (12.03) o julgamento do antigo ministro da Comunicação Social, Manuel Rabelais. O político é acusado de peculato e branqueamento de capitais num processo que remete ao período que foi diretor do extinto Gabinete de Revitalização da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (GRECIMA), entre 2016 e 2017.

Neste julgamento estão arrolados mais de dez declarantes, entre os quais o ex-governador do Banco Nacoinal de Angola (BNA), Walter Filipe, e o ex-presidente do conselho de administração do Banco de Comércio Indústria (BCI), Filomeno Alves de Ceita.

BNA teria sido usado para operaçõesFoto: Pedro Borralho Ndomba

Na leitura do despacho de acusação deste julgamento, o MP reiterou que Rabelais, auxiliado por Hilário Santos, "transformou o GRECIMA em autêntica casa de câmbios, angariando empresas e pessoas singulares para depositarem kwanzas em troca de moeda estrangeira, vendendo divisas ao câmbio superior" do que era praticado pelo BNA.

O GRECIMA tinha contas domiciliadas no BCI para onde eram canalizadas grande parte das divisas adquiridas no BNA, e noutros bancos comerciais, nomeadamente o Banco Angolano de Investimentos, Banco Internacional de Crédito, SOL e Banco de Poupança e Crédito.

Em todas as contas bancárias da instituição, diz a acusação, Manuel Rabelais teria exigido "que fosse o único assinante". De acordo com o MP, nesse período, o ex-ministro solicitou ao BNA a aquisição de 98 milhões de dólares (81 milhões de euros) e "para efetivo das operações" foi credenciado o co-arguido Hilário Santos. 

Rabelais foi eleito deputado do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), mas teve o mandato suspenso. O político é igualmente acusado de violação de normas de execução do plano e orçamento e branqueamento de capitais, puníveis com pena superior a dois anos de prisão.

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