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PolíticaÁfrica do Sul

Mpho Phalatse: A primeira presidente negra de Joanesburgo

Adrian Kriesch
10 de dezembro de 2021

A candidata da Aliança Democrática ganhou as eleições em novembro e é a primeira presidente da câmara negra da maior cidade sul-africana. A médica de formação quer curar Joanesburgo, atual epicentro da Covid-19 no país.

Südafrika | Antrittsrede von Mpho Phalatse in Johannesburg
Foto: Adrian Kriesch/DW

A nova presidente da câmara de Joanesburgo diz que ter sido eleita "é uma grande honra". Ainda assim, levanta o significado desta vitória com o peso do trabalho que ainda há por fazer: "Acho que é uma mensagem para as mulheres em Joanesburgo e na África do Sul em geral. Existem muitos outros postos que ainda não foram ocupados por mulheres".

Na opinião de Phalatse, a falta de mulheres em muitos outros postos é sinal de que "é preciso levantar as mãos e lutar". Afinal, afirma, "se não o tivesse feito, Joanesburgo poderia ter acabado com mais um presidente da câmara homem. A candidata ganhou as eleições por pouco no passado mês de novembro, destituindo da câmara o Congresso Nacional Africano.

Novo gabinete, novas soluções

Phalatse chega ao seu novo gabinete com muitas ideias e vontade de fazer diferente numa cidade que, ela própria diz estar em "decadência". Nesta que é maior cidade da África do Sul, a eletricidade e a água estão constantemente a falhar. "Todos os residentes devem ter acesso a serviços de qualidade. Não há mais desculpas para não manter as luzes acesas e as torneiras abertas", explica a autarca.

Discurso inaugural de Mpho Phalatse, em Joanesburgo.Foto: Adrian Kriesch/DW

Os problemas por resolver são vastos, com uma elevada taxa de criminalidade e de desemprego, que afeta 40% dos residentes. A recém-eleita presidente diz à DW que adora resolver problemas e mantém o foco em dar as condições essenciais aos cidadãos para meter o olho no futuro. "Se não conseguirmos sequer garantir o básico, não haverá crescimento económico", considera.

Medicina ao serviço da câmara

Para além de política, Mpho Phalatse é médica de formação. Uma bagagem que, não tem dúvidas, poderá ser determinante para resolver outro problema que a cidade tem em mãos: a quarta vaga de infeções de Covid-19 impulsionada pela nova variante Ómicron, que tantos dissabores tem trazido ao país.

A área de Joanesburgo é atualmente o epicentro das novas infeções. Tendo isto em conta e por acreditar que a vacinação é uma das melhores armas para combater a pandemia, Mpho Phalatse deslocou-se ao Soweto. Este município tem taxas de vacinação particularmente baixas e a presidente quis entender qual a razão para as pessoas não se quererem vacinar.

Mpho Phalatse numa visita a Soweto para convencer os residentes a vacinarem-se.Foto: Adrian Kriesch/DW

Uma cidade doente "precisa de um médico"

"Dizem que se for vacinado, vou ficar com Covid-19", afirma um cidadão. Apenas um em cada quatro sul-africanos está totalmente vacinado, apesar de estarem disponíveis vacinas para mais. "Existe medo, porque as pessoas acham que quando se é vacinado se pode ficar doente", afirma o cidadão.

Mpho Phalatse diz que está consciente de que cinco anos no cargo não serão suficientes para resolver todos os problemas que "herdou". No entanto, garante, fará o que sabe como médica para cuidar desta "cidade doente".

"Esta é uma cidade de oportunidades, a cidade de ouro. Durante anos e décadas, as pessoas vinham para Joanesburgo em busca de oportunidades. Hoje, as pessoas acabam nas ruas, porque a cidade as desilude", afirma a Presidente e termina assumindo a responsabilidade "A cidade está doente e precisa de um médico. Eu estarei a ajudar a cuidar dela para que tenha boa saúde".

 

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