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MPLA acusa militantes da oposição por boatos de insegurança

Lusa | tms
20 de agosto de 2017

Apoiantes da UNITA e CASA-CE estariam a espalhar "boatos" de insegurança na província do Cuanda Norte, afirma o partido no poder em Angola. Campanha eleitoral tem sido marcada por troca de acusações entre os partidos.

João Lourenço durante comício em Luanda este sábado (19.08)Foto: DW/ A. Cascais

O Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) acusou este domingo (20.08) militantes dos dois maiores partidos da oposição angolana, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e a Coligação Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), de alarmar a população da província do Cuanza Norte com "boatos" de insegurança nas eleições de quarta-feira, 23 de agosto.

De acordo com um alerta do comité provincial do MPLA, militantes daqueles dois partidos estão a propagar "boatos que insinuam uma situação de insegurança na província", decorrente da realização das eleições gerais, "incitando os seus habitantes a refugiarem-se em Luanda".

O partido no poder em Angola desde 1975 classifica a situação como uma forma de "desviar a atenção dos eleitores, na vã tentativa de semear o pânico entre a população, para provocar a sua ausência nas assembleias de voto, pela antevisão da vitória expressiva do MPLA".

Foto: B. Ndomba

"O MPLA assegura que nesta província, como nas outras do país, estão garantidas todas as condições de segurança, num momento em que se comprova a prontidão da Polícia Nacional, no asseguramento da tranquilidade pública e o amadurecimento da consciência pacífica dos angolanos, que sabem muito bem sobre o valor da paz, que muito custou a alcançar em Angola", lê-se no alerta.

Campanha eleitoral marcada por troca de acusações

A campanha eleitoral em Angola, que iniciou oficialmente no dia 23 de julho, tem sido marcada por diferentes acusações entre os partidos.

O candidato do MPLA à Presidência da República já havia acusado os seus opositores de recorrerem à falsidade para conquistar o voto dos eleitores. Recentemente, durante discurso no Dundo, na província da Lunda Norte, João Lourenço disse que a oposição só "aponta as falhas do Governo" e esquece-se de trabalhar.

Já a UNITA acusou militantes do MPLA na província do Bié de "atos de intolerância política". O líder do maior partido da oposição, Isaías Samakuva, afirmou durante o seu comício de abertura, em Luanda, que materiais da sua campanha estavam a ser destruídos naquela província.

Na última semana, a poucos dias das eleições gerais, o vice-presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, denunciou a agressão sofrida por membros do seu partido na província do Cuando-Cubando. Os supostos responsáveis pela violência seriam militantes do MPLA.

Fernandes também denunciou atos de intolerância política em Cabinda, no Uíge, no Cuanza Norte e em Luanda.

Eleições

Além do MPLA, CASA-CE e UNITA, também concorrem às eleições gerais de 23 agosto o Partido de Renovação Social (PRS), a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a Aliança Patriótica Nacional (APN).

A Comissão Nacional Eleitoral de Angola constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda, estando 9.317.294 eleitores em condições de votar.

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