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MPLA encerra congresso sem falar em sucessão

3 de maio de 2011

O congresso do partido governamental angolano, acabou sem novidades. O presidente José Eduardo dos Santos disse que meios sociais eram de "mobilização", sem mencionar críticas anteriores. Não falou na sucessão.

Os discursos de José Eduardo dos Santos (foto) no IV Congresso Extraordinário do MPLA não trouxeram grandes novidadesFoto: AP

O discurso de José Eduardo dos Santos não trouxe grandes novidades, dizem os analistas angolanos. Como habitualmente o presidente do partido do poder destacou, entre vários assuntos, os progressos políticos, económicos e sociais alcançados com a conquista da paz em 2002.

Apesar da crise financeira e económica internacional que atingiu também o país, o presidente do MPLA disse que para o seu partido as promessas feitas devem ser cumpridas. O presidente nada disse sobre a sua sucessão ou se será ou não cabeça de lista do seu partido nas próximas eleições. Apenas mencionou: "O próximo passo é a vitória nas eleições".

Tecnologias modernas são meios de "mobilização"

O IV Congresso Extraordinário do MPLA serviu também para definir a estratégia para as próximas legislativas, previstas para 2012. As últimas eleições (foto) decorreram em 2008Foto: picture-alliance/dpa

Na sexta-feira (29/4), o também presidente do MPLA disse que as modernas tecnologias de informação e comunicação - a internet, as chamadas redes sociais e os sms - devem constituir veículos de mobilização do contacto permanente, do esclarecimento e do debate de ideias.

Há quinze dias, em congresso preparatório, José Eduardo dos Santos fez um dos mais duros discursos dos últimos anos, mencionando as redes sociais e dizendo que pessoas no país e no exterior estariam a pressionar para a queda de um governo eleito, incentivando mensagens na internet.

“Nas chamadas redes sociais, que são organizadas via internet, e nalguns outros meios de comunicação social fala-se de revolução, mas não se fala de alternância democrática”, disse dos Santos, na ocasião (clique abaixo para ler o texto Presidente angolano reage a manifestações contra o governo).

Relações internacionais em destaque

José Eduardo dos Santos também considerou positivo o papel de Angola no domínio das relações internacionais, particularmente no continente africano, destacando a atual presença ao lado da Guiné-Bissau, membro da CPLP, à qual Angola preside actualmente. O presidente angolano salientou que Angola não toma a iniciativa de discutir os problemas alheios, "a não ser quando é expressamente convidada a fazê-lo".

UNITA critica passividade sobre antigos combatentes

Na reacção, a UNITA, principal partido da oposição, falou daquilo que não disse o presidente angolano, criticando o facto do presidente do partido no poder não se ter referido à problemática da reinserção social dos ex-militares dos três partidos que lutaram contra o colonialismo. "É uma questão que nos preocupa", salientou o porta-voz do partido do Galo Negro, Alcides Sakala.

Autor: Manuel Vieira (Luanda) / António Cascais
Revisão: Renate Krieger

Vista da avenida marginal de Luanda, AngolaFoto: picture-alliance / Jorn Stjerneklar / Impact Photos
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