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MPLA: José Eduardo dos Santos não esclareceu se é candidato

Lusa | ms
2 de dezembro de 2016

Apesar da expectativa em torno do discurso no Comité Central do MPLA, Presidente angolano voltou a não clarificar se encabeça a lista às eleições de 2017. Disse ainda que restruturação na Sonangol "está no bom caminho".

Foto: picture-alliance/dpa/P.Novais

O líder do MPLA, há quase 40 anos no poder em Angola, afirmou que o objetivo do partido é "ganhar as eleições com maioria qualificada ou no mínimo maioria absoluta e o segredo estará na disciplina". José Eduardo dos Santos falava esta sexta-feira (02.12), na abertura da segunda reunião ordinária do Comité Central do MPLA, que se realiza em Luanda.

Alguns órgãos de comunicação social em Angola avançaram  que José Eduardo dos Santos terá confirmado a intenção de não se recandidatar em 2017 na reunião do bureau político do MPLA, realizada quinta-feira em Luanda.

A atual Constituição de Angola prevê que o cabeça de lista do partido mais votado em eleições gerais (Parlamento e Presidência) é automaticamente designado Presidente da República.

Em março deste ano, igualmente no discurso de abertura de uma reunião do Comité Central do MPLA, José Eduardo dos Santos anunciou a intenção de deixar a vida política em 2018. Mas em Agosto acabaria por ser reeleito presidente do partido.

Sonangol "no bom caminho"

Na intervenção perante os membros do Comité Central, o Presidente da República também afirmou que a implementação do programa de adequação do Banco Nacional de Angola e do sistema bancário nacional à legislação nacional e internacional e boas práticas universais está no bom caminho, assim como a reorganização e melhoria da gestão da Sonangol".

Sonangol precisa de uma reestruturação financeiraFoto: DW/N. Sul d'Angola

As declarações foram feitas um dia depois de a presidente da Sonangol  e filha do chefe de Estado, Isabel dos Santos, ter dito, em conferência de imprensa (01.12), que a petrolífera angolana precisa de uma reestruturação financeira e de 1.569 milhões de dólares (1.476 milhões de euros) para fazer face às necessidades de pagamentos até final do ano.

Face à queda das receitas, a concessionária já não prevê entregar dividendos ao Estado em 2016, mesmo após poupanças já contabilizadas de 240 milhões de dólares (225 milhões de euros). Após análise e diagnóstico do grupo, nos últimos cinco meses, Isabel dos Santos afirmou mesmo que a situação da Sonangol  "é bastante mais grave do que o cenário inicialmente delineado", obrigando a "decisões de gestão com caráter de urgência".

"Saída da crise"

José Eduardo dos Santos disse ainda que "ganhou um novo fôlego" a execução da estratégia governamental "para saída da crise", que assenta no aumento da produção nacional para incrementar e diversificar as exportações, essencialmente ainda à base de petróleo, e para cortar nas importações,

"E verificou-se a retoma da atividade das empresas que estavam a paralisar, o restabelecimento dos contratos de investimento público, em vários domínios, e o aumento do emprego", apontou ainda o Presidente.

Na abertura da reunião, José Eduardo dos Santos pediu ainda um minuto de silêncio em homenagem ao líder cubano Fidel Castro, falecido há uma semana e aliado histórico do MPLA.  O presidente do partido destacou que Fidel Castro "foi o maior amigo de Angola" e uma "figura histórica" do movimento revolucionário.

 

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