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MPLA quer responsabilização de autores de "ato bárbaro"

Lusa
13 de setembro de 2021

O MPLA, partido no poder em Angola, apelou hoje à justiça para chamar à responsabilidade os autores do "ato bárbaro", que colocou em causa a integridade física e dignidade de profissionais da informação.

Symbolfoto Justitia
Foto: picture alliance

A posição foi expressa num comunicado final do Secretariado do Bureau Político do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) saído de uma reunião realizada sob orientação do secretário-geral, Paulo Pombolo, que serviu para apreciar o memorando dos trabalhos da Divisão Político-Administrativa das províncias do Cuando Cubango, Malanje, Moxico, Uíge e Lunda-Norte.

No comunicado, o Secretariado do Bureau Político do MPLA condena "veementemente a agressão física e verbal perpetrada no dia 11 de setembro pela UNITA [União Nacional para a Independência Total de Angola, maior partido da oposição] aos jornalistas da TPA [Televisão Pública de Angola] e da TV Zimbo".

O partido no poder em Angola apela aos órgãos da administração da justiça e às entidades que regulam o setor da comunicação social, no sentido de "chamarem à responsabilidade os autores do ato bárbaro, que colocou em causa a integridade física e a dignidade dos profissionais da informação, que estavam devidamente identificados e em pleno exercício das suas nobres funções".

Paulo Pombolo, secretário-geral do MPLAFoto: DW/B. Ndomba

Nota de repúdio

"O Secretariado do Bureau Político do MPLA considera grave e preocupante o facto de não ser a primeira vez que a UNITA adota uma atitude violenta contra jornalistas, o que constitui um reiterado atentado contra o exercício da liberdade de expressão e de imprensa protegidas pela Constituição e demais legislação", lê-se na nota.

Outra nota de "repúdio" no comunicado foi para "os atos de provocação e os desmandos protagonizados pela UNITA, durante o último fim de semana em algumas províncias do país, enquadrando tais comportamentos antidemocráticos no âmbito da sua sistemática estratégia de fomentar a instabilidade política e social, bem como a subversão da ordem constitucional".

Aos militantes, simpatizantes e amigos do partido, o secretariado exorta "a continuarem a cerrar fileiras em torno da liderança do camarada Presidente João Lourenço, mantendo-se serenos e vigilantes, abstendo-se de reagir aos atos de intolerância política da UNITA, em nome dos superiores interesses da nação".

"O Secretariado do Bureau Político aproveita a oportunidade para apelar aos cidadãos e às forças vivas da sociedade a fim de continuarem a promover a cultura da paz e da democracia, bem como a preservarem a unidade e a reconciliação nacional", exorta o MPLA.

Angola tem sido palco de frequentes manifestações contra o GovernoFoto: Borralho Mdomba/DW

O caso

Os profissionais dos dois órgãos públicos angolanos foram intimidados e ameaçados por manifestantes durante a cobertura da marcha que juntou, no sábado, em Luanda, milhares de apoiantes e simpatizantes da UNITA e outros partidos da oposição angolana, bem como membros da sociedade civil, exigindo eleições justas, livres e transparentes.

Os membros do Secretariado do Bureau Político saudaram a iniciativa do Presidente da República, congratulando-se com o processo de auscultação dos cidadãos e da sociedade civil sobre a divisão política e administrativa, que visa a promoção do desenvolvimento harmonioso de Angola, ajustar e adequar a divisão político-administrativa do país para uma gestão mais justa, eficiente e equilibrada do território nacional, assim como a satisfação das necessidades individuais e coletivas.

  

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