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Mpox: INS em prontidão máxima para testes em Moçambique

Lusa
26 de agosto de 2024

Instituto Nacional de Saúde está em "prontidão laboratorial máxima" para testar casos suspeitos de mpox, garantindo capacidade para responder a qualquer demanda. Até agora, todos os casos testados foram negativos.

Moçambique reforça capacidade para testar mpoxFoto: Xinhua/IMAGO

O Instituto Nacional de Saúde (INS) de Moçambique disse hoje (26.08) à Lusa que está em "prontidão laboratorial máxima" para fazer a testagem de casos suspeitos de mpox no país, acreditando que pode responder a "qualquer demanda".

"Em termos de testagem, estamos em prontidão laboratorial máxima. Temos capacidade de aumentar a nossa capacidade e a nossa dinâmica, se for necessário, mas o número de suspeitos [ainda] é baixo, não nos parece que a curto prazo essa seja a nossa preocupação", disse Eduardo Samo Gudo, diretor nacional do INS.

Samo Gudo assinalou a capacidade "grande" de testagem que o país adquiriu nos últimos anos, destacando a construção de laboratórios de saúde pública pelo país que permitiram a descentralização dos serviços e consequente aumento do número diário de testes realizados.

"Temos capacidade para responder a qualquer demanda sob o ponto de vista de casos suspeitos (...) temos uma capacidade de testar um número muito grande de amostras", referiu o responsável, lembrando que no pico da covid-19 o laboratório fez mais de mil testes por dia.

Sem avançar dados concretos, o responsável admitiu um aumento do número de casos suspeitos mpox em Moçambique, a seguir à declaração de emergência de saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas afirmou que todos os casos testados no INS foram negativos.

"É bom quando nós temos suspeitos. Significa que o sistema de vigilância está em alerta máxima (...) quando não há suspeitos é mau", afirmou o diretor, avaliando positivamente o trabalho de testagem.

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Emergência global de saúde

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de monkeypox (mpox) em África como emergência global de saúde, com casos confirmados entre crianças e adultos de mais de uma dezena de países e uma nova variante em circulação, considerada mais perigosa do que a detetada em 2022.

O alerta que a OMS fez tem a ver com a rápida expansão e elevada mortalidade de uma nova variante em África e de um caso na Suécia, de um viajante que esteve numa zona do continente africano onde o vírus circula intensamente.

Esta variante é diferente da que causou um surto violento em África em 2022 e centenas de casos na Europa, América do Norte e países de outras regiões.

Em Moçambique, as autoridades não registaram este ano qualquer caso, mas o chefe de Estado, Filipe Nyusi, alertou, na última semana, que o mpox pode tornar-se "mais um desafio" à saúde pública no país, assinalando o reforço de medidas de vigilância e ações de prevenção da doença pelo Ministério da Saúde.

Educação das comunidades

Durante o surto de 2022, Moçambique registou apenas um caso da doença na província de Maputo, sul do país, segundo dados avançados pelo próprio chefe de Estado.

Para a Associação Médica de Moçambique, a prioridade do país no caso de um eventual surto com a nova variante deve passar, primeiro, pela educação das comunidades e reforço da capacidade institucional.

"Essencialmente, estes são os dois pilares fundamentais: preparar as comunidades e, segunda prioridade, deve ser reforçada a capacidade das nossas unidades de saúde porque, infelizmente, as nossas unidades sanitárias não estão preparadas", declarou o porta-voz da Associação Médica de Moçambique, Napoleão Viola, em entrevista à Lusa.

Em declarações à imprensa internacional em Genebra, a OMS transmitiu, na terça-feira, uma mensagem de tranquilidade em relação ao surto de mpox, tentando conter informações alarmistas e rumores sobre o modo de transmissão.

"O mpox não é covid (...). Com base no que sabemos, o mpox é transmitido principalmente através do contacto pela pele que apresenta lesões da doença, incluindo durante as relações sexuais", disse o diretor da OMS Europa, Hans Kluge.

Esta é a segunda vez em dois anos que a doença infecciosa é considerada uma potencial ameaça para a saúde internacional, tendo o primeiro alerta sido levantado em maio, depois de a propagação ter sido contida e a situação ter sido considerada sob controlo.

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