Cabo-verdianos já estão a caminho de Durban, na África do Sul, onde enfrentarão novamente os sul-africanos na terça-feira (05.09). Será mais uma partida da fase de apuramento para o Mundial de 2018, na Rússia.
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Depois de vencer por 2-1 a partida contra os sul-africanos nesta sexta-feira (01.09), na Cidade da Praia, a seleção nacional de Cabo Verde já está a caminho da África do Sul. Na próxima terça-feira (05.09), a equipa volta a defrontar os Bafana Bafana em Durban, em jogo da quarta jornada do grupo D de apuramento da zona africana para o Mundial de futebol de 2018, na Rússia.
A vitória desta sexta-feira veio após duas derrotas consecutivas, continuando assim a alimentar o sonho cabo-verdiano de poder estar pela primeira vez num Mundial de futebol. A África do Sul e o Burkina Faso lideram o grupo D, ambos com quatro pontos, contra três do Senegal e Cabo Verde – a única seleção lusófona africana nesta fase de apuramento.
O Senegal joga este sábado (02.09) com o Burkina Faso, voltando a defrontar-se na próxima quarta-feira. "Esperamos que nos jogos entre o Senegal e Burkina Faso hajam um empates", desejou o selecionador cabo-verdiano, Lúcio Antunes, garantindo que Cabo Verde vai a África do Sul para vencer.
"Esta vitória (de sexta-feira) só terá sentido se conseguirmos ganhar na África do Sul. Queremos sair desta jornada dupla com mais pontos que a África do Sul, depois veremos para os jogos seguintes", declarou.
De olho na próxima partida
O capitão dos Tubarões Azuis, Marco Soares, reforçou que a equipa tem de esquecer agora o jogo de sexta-feira e tentar recuperar o máximo possível. "Vamos a África do Sul para tentar vencer o jogo, tentar ser mais fortes do que eles. É claro que vai haver um grande desgaste físico com a viagem, mas o cansaço não é somente para nós é para as duas seleções", sublinhou.
Logo após a partida, a comitiva cabo-verdiana iniciou na noite de sexta-feira uma longa viagem para a África do Sul, via Dakar (Senegal), devendo chegar a Durban somente este sábado à noite. Por isso Lúcio Antunes já anunciou que todo o dia de domingo vai ser dedicado para descanso. O treino de adaptação ao relvado está previsto para segunda-feira.
Numa comparação entre as duas seleções, o técnico cabo-verdiano afirmou que "a África do Sul é uma equipa muito forte e com condições que Cabo Verde não tem". "A África do Sul veio a Cabo Verde no seu próprio avião que está estacionado há três dias na placa do Aeroporto Internacional da Praia Nelson Mandela, é uma equipa que está a competir fortemente para o Mundial", precisou.
Lesões prejudicam equipa cabo-verdiana
Lúcio Antunes referiu-se ainda a onda de lesões que tem fustigado os Tubarões Azuis. "A nossa equipa tem tido muito azar neste período com uma série de lesões. Dos 23 jogadores inicialmente convocados para esta jornada dupla cinco ficaram de fora por lesão pelo que tive que recorrer a jogadores da selecção B", disse.
Cabo Verde viajou para a África do Sul apenas com 21 jogadores e, neste momento, o departamento médico está a tentar "recuperar” o avançado Garry Rodrigues para o jogo de terça-feira.
"O Garry tem feito recuperação de manhã, à tarde e à noite, vamos ver o que o departamento médico tem a dizer sobre a sua lesão, mas esperamos que esteja em condições, porque é um jogador que desequilibra que nos deixa muita falta e sofre quando não joga, esperamos contar com ele na terça-feira", desejou Lúcio Antunes.
África do Sul promete "jogo difícil"
O selecionador da África do Sul, Stuart Baxter, avisou que na terça-feira os cabo-verdianos podem esperar um jogo bastante difícil em Durban. "Sabíamos que teríamos dificuldades natural para o jogo de sexta-feira, Cabo Verde pelos jogos que fez com o Senegal e Burkina Faso demonstrou que não é uma qualquer equipa, mas na terça-feira podem esperar e contar com um desafio bastante difícil", disse Stuart Baxter.
Na partida da terceira jornada, Nuno Rocha aos 33 e 37 minutos apontou os golos dos Tubarões Azuis, ao passo de Takelo Rantie no minuto 13 marcou para os Bafafa Bafana.
Os jogos de apuramento, a duas voltas, decorrem até Novembro. Os primeiros classificados de cada um dos cinco grupos africanos apuram-se diretamente para o Mundial de 2018, na Rússia, em representação do continente africano.
Copa dos Refugiados no Brasil
A Copa dos Refugiados juntou uma centena de atletas refugiados e migrantes no sul do Brasil. O objetivo: promover a integração.
Foto: DW/L. Nagel
Angolanos apoiam refugiados no Brasil
Tudo pronto para o pontapé de partida da Copa dos Refugiados em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O campeonato reuniu cerca de 100 atletas refugiados e migrantes no Brasil, promovendo a sua integração no país. Entre os participantes estiveram jovens angolanos, que vivem há pouco mais de três anos no sul do Brasil.
Foto: Luis Gressler
Uma arena só para a Copa
A Arena do Grêmio, na cidade de Porto Alegre, foi o palco da primeira edição da Copa dos Refugiados e Migrantes, em março deste ano. O campeonato juntou jogadores amadores do Senegal, República Democrática do Congo e Angola, além do Haiti, Venezuela, Colômbia, Peru e Síria que vivem em várias cidades do Rio Grande do Sul.
Foto: DW/L. Nagel
Concentradíssimos
Antes do jogo, a equipa de Angola presta atenção às orientações do técnico Januário Francisco Gonçalves, de 45 anos. Angola enfrenta o Coletivo, considerado um adversário forte, composto por jogadores do Senegal. Januário também é o presidente da Associação dos Angolanos em Porto Alegre.
Foto: Luis Gressler
Jogo renhido
A partida entre os jogadores de Angola e o Coletivo foi renhida. A equipa de senegaleses da cidade de Caxias do Sul fez marcação cerrada aos angolanos e acabou por vencer: 1-0 para o Coletivo. Mas o que importa é participar na Copa: "Apesar de a nossa equipa não ser de refugiados, é necessário dar-lhes apoio", diz o angolano Hélder Oliveira, de 21 anos.
Foto: DW/L. Nagel
A torcer por Angola
O jogo entre Angola e o Coletivo só durou 15 minutos, mas foi bastante animado. Várias pessoas vieram ao estádio torcer pelos estudantes angolanos, na sua maioria bolseiros da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e Pontifícia Universidade Católica do Rio do Grande do Sul (PUCRS).
Foto: DW/L. Nagel
Pelos refugiados
Mário Bravo, 21 anos, nasceu em Luanda e estuda atualmente Engenharia de Energia no sul do Brasil. "Viemos prestar a nossa solidariedade a todos os refugiados que vivem aqui", afirmou o estudante. Para Mário, o povo brasileiro identifica-se muito com os africanos: "Adoro o Brasil, a alegria das pessoas. Somos muito parecidos, somos irmãos".
Foto: DW/L. Nagel
Contra o preconceito
Hélder participou pela primeira vez num torneio deste género, para apoiar refugiados e lutar contra o preconceito. Ele vive há três anos no Brasil e já foi vítima de racismo. O angolano comenta que, infelizmente, há racismo até "por um negro ser mais negro do que o outro, por um branco ser mais branco do que o outro". Mas Hélder tenta ignorar: "Escolho as pessoas certas nas relações de amizade."
Foto: DW/L. Nagel
Um evento para todos
A Copa dos Refugiados foi organizada pela ONG "África do Coração", dirigida pelo refugiado congolês Jean Katumba, que vive em São Paulo. "O objetivo do evento é integrar todas as pessoas, independentemente da sua religião, credo, raça; mostrar que todos os refugiados e migrantes são bem-vindos aqui em Porto Alegre", diz Jean, que teve de sair do seu país após denunciar fraudes nas eleições.
Foto: DW/L. Nagel
"Fair-Play"
Também para estes adeptos haitianos, o que importa nesta Copa é participar. A sua equipa perdeu frente à Colômbia, mas mesmo assim não desanimaram. O Centro Ítalo-Brasileiro de Assistência e Instrução às Migrações estima que cerca de dois mil haitianos vivem em Porto Alegre.
Foto: DW/L. Nagel
Vitória!
A Colômbia seguiu para a final, mas foi derrotada pelo Coletivo, da cidade de Caxias do Sul. A equipa formada por imigrantes senegaleses foi a grande vencedora da Copa dos Refugiados e celebrou a vitória.
Foto: DW/L. Nagel
Para mais tarde recordar
Altura para a foto de grupo, no final da Copa. Na imagem, para a posteridade, a equipa de Angola. A competição foi realizada pela Associação Antônio Vieira (ASAV) com o apoio da Agência da ONU para Refugiados e de entidades e organizações da sociedade civil.
Foto: DW/L. Nagel
O troféu
A equipa Coletivo levou, este ano, a taça da Copa para casa. O torneio já teve três edições realizadas na cidade de São Paulo, no sudeste brasileiro, mas foi a primeira vez que Porto Alegre recebeu os jogadores. Quem serão os próximos vencedores?