Começa esta quinta-feira (14.06) o campeonato do mundo de futebol, na Rússia. O evento tem lugar num contexto de tensões políticas entre o país anfitrião e potências ocidentais.
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Para amenizar o clima tenso, uma partida de futebol bastante incomum terá lugar esta sexta-feira em Moscovo: a equipa do Parlamento alemão contra os deputados o Parlamento russo.
Este é um pequeno gesto simbólico para "impedir o surgimento de qualquer hostilidade entre alemães e russos", disse o vice-presidente do Parlamento alemão, Thomas Oppermann, que reconhece a existência de "diferenças com a política de Vladimir Putin".
Mas, apesar desse clima de desconfiança entre Berlim e Moscovo, "a Rússia não é um inimigo" da Alemanha, diz Thomas Oppermann. E para Norbert Röttgen, presidente do comité de Relações Exteriores do Parlamento alemão, o Mundial da Rússia não deve ser usado para debater diferenças políticas. "Eu não usaria o Mundial como um político para manter conversas, o desporto não deveria fazer parte das sanções", sublinha.
Ameaças de boicote
O Reino Unido, por sua vez, ameaçou boicotar o Mundial da Rússia. Londres continua a culpar Moscovo pelo assassinato do agente Sergei Skripal e sua filha Julia, que foram envenenados com um agente nervoso. Além disso, a Holanda e a Austrália acusam a Rússia de ser responsável pelo desastre do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido a 17 de julho de 2014.
Finalmente, a anexação da Crimeia pela Rússia e o apoio de Moscovo ao regime de Bashar al-Assad na Síria completam a longa lista de queixas entre o Ocidente e a Rússia.
Mundial 2018 arranca entre tensões políticas
Isso explica os diferentes apelos para boicotar o Mundial de 2018 na Rússia. Mas, para os futebolistas, não se pode confundir desporto com política e o Mundial pertence ao povo. É a opinião do ex-jogador da seleção alemã Arne Friedrich, que frisa: "Este não é o Mundial do Putin. Este é o nosso Mundial, pertence aos jogadores de futebol e às pessoas. O futebol deve unir homens e povos".
Entretanto, neste contexto, os políticos alemães e europeus preferem evitar os estádios russos. Mesmo a chanceler Angela Merkel, que gosta de ir ao estádio para apoiar a equipa alemã, não pretende desta vez viajar para a Rússia para acompanhar o Mundial.
Esta é a 21ª edição do campeonato Mundial de Futebol organizado pela FIFA. A Rússia, pela primeira vez, será anfitriã do evento. Entre as 32 seleções participantes está a atual campeã do mundo, a Alemanha, além do Brasil e Portugal, as únicas equipas lusófonas desta edição. África será representada por Marrocos, Nigéria, Egito, Tunísia e Senegal.
A partida de abertura do Mundial será entre a Rússia e a Arábia Saudita, que se enfrentam esta quinta-feira no estádio Luzhniki, em Moscovo. O Mundial da Rússia vai decorrer até ao dia 15 de julho.
Mundial de futebol na Rússia 2018: os estádios
De 14 de junho a 15 de julho de 2018 tem lugar na Rússia o Mundial de Futebol. Fique agora a conhecer os 12 estádios em 11 cidades, incluindo Moscovo, São Petersburgo, Sochi e Kazan, que acolhem a "nata" do futebol.
Foto: Picture alliance/dpa/A. Lebevev/AP
Estádio Lujniki, Moscovo
As cerimónias de abertura e encerramento do Mundial 2018 terão lugar neste estádio, assim como uma das semi-finais. A casa da seleção nacional russa tem capacidade para 81 mil pessoas. O Estádio Lujniki, que foi remodelado para o Mundial de Futebol, já recebeu a final de uma Liga dos Campeões e foi palco dos Jogos Olímpicos de Verão.
Foto: picture-alliance/AP Images
Estádio de São Petersburgo
O recinto do Zenit de São Peterburgo acolhe 68 mil pessoas. Provavelmente estará com lotação esgotada quando receber uma das semi-finais e o jogo para o terceiro lugar. O estádio será também foco de atenções em partidas nas anteriores fases. A Taça das Confederações 2017 teve lugar também no Estádio de São Petersburgo.
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Arena Ecaterimburgo
Tem hoje um ar moderno, mas a Arena de Ecaterimburgo tem um longo passado. Construído em 1953, o estádio foi remodelado em 2018 a pensar no Campeonato do Mundo. Com capacidade para 35 mil pessoas, o estádio é a casa do FC Ural, da primeira divisão russa. Ecaterimburgo é a cidade mais a leste entre as anfitriãs do Mundial.
Foto: picture-alliance/Sputnik/V. Sergeev
Arena Rostov
Com capacidade para 45 mil espectadores, este foi um dos novos estádios construídos especificamente para o Campeonato do Mundo. Aqui vão jogar-se quatro partidas da fase de grupos e uma dos 16 avos de final. Depois do Mundial, a Arena Rostov continuará a ter vida: será a nova casa do FC Rostov.
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Arena Volgogrado
Este estádio foi construído no mesmo lugar do antigo Estádio Central de Volgogrado, próximo do rio Volga. Durante os jogos que irá acolher na fase de grupos, poderá receber 45 mil pessoas. Depois do Mundial da Rússia 2018, passará a ser o estádio do Rotor Volgogrado, atualmente na segunda divisão. A cidade de Volgogrado era conhecida como Estalinegrado.
Foto: picture-alliance/Sputnik/V. Sergeev
Estádio Níjni Novgorod
Também este estádio foi feito de raiz para o Mundial de Futebol. Vai receber jogos da fase de grupos, uma partida dos 16 avos de final e outra dos quartos de final. O Olimpiyets Níjni Novgorod, da segunda divisão russa, terá depois aqui o seu relvado principal. Mas as autoridades locais já anunciaram que o recinto, com 45 mil lugares sentados, poderá vir a ser utilizado para outros eventos.
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Estádio de Kaliningrado
Este é o único recinto do Campeonato do Mundo localizado num exclave do território russo. Kaliningrado fica localizado num território entre a Polónia e a Lituânia. Foi concebido propositadamente para o Mundial para receber no máximo 35 mil pessoas, e depois deverá será reduzido para se tornar no lar do Baltika Kaliningrado, da segunda divisão.
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Arena Mordóvia
O arquiteto alemão Tim Hupe projetou este novo estádio com 44 mil lugares que vai ser palco de encontros na fase de grupos. Depois do Mundial, o anel superior será desmantelado e o estádio vai ser entregue ao clube Mordóvia Saransk, da terceira divisão.
Foto: picture-alliance/TASS/S. Krasilnikov
Arena Samara
Este estádio, com capacidade para 44 mil lugares, foi construído para o Mundial de Futebol numa ilha a sul de Samara, onde não existia antes qualquer infraestrutura. É aqui que a seleção russa vai jogar o último desafio da fase de grupos. Uma partida dos 16 avos de final e outra dos quartos de final terão também lugar neste estádio, que será depois do Krylya Sovetov, equipa da segunda divisão.
Foto: picture-alliance/TASS/Y. Aleyev
Estádio Spartak
Apesar de ter sido palco da Taça das Confederações, o Estádio Spartak, com 45 mil lugares, é apenas utilizado em quatro jogos da fase de grupos e numa partida das eliminatórias. Reaberta em 2014, a arena é casa do Spartak Moscovo. Apesar de ser um dos clubes mais conhecidos da Rússia, o Spartak teve de esperar muitos anos para ter o seu próprio estádio.
Foto: Picture alliance/dpa/S. Suki/EPA
Arena Kazan
Um dos palcos da Taça das Confederações vai albergar partidas dos quartos de final, de 16 avos e quatro jogos da fase de grupos do Mundial 2018. O Presidente russo, Vladimir Putin, colocou a primeira pedra do estádio, inaugurado em 2013, que tem atualmente 41.585 lugares. É o recinto do Rubin Kazan.
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Estádio Olímpico de Fisht
Com capacidade para 41.220 pessoas, este estádio foi construído para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. Uma parte do telhado foi removida a pensar no Mundial de Futebol, em 2018. A bola vai rolar neste relvado em quatro jogos da fase de grupos, um dos 16 avos e outro dos quartos de final.