O Presidente da Guiné-Bissau admite dialogar com o seu homólogo da Guiné-Conacri, para ultrapassar o suposto mal-estar entre os dois estadistas, em torno das fronteiras comuns entre os dois países.
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O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, admitiu neste domingo (04.07) dialogar com o seu homólogo da Guiné-Conacri, Alpha Condé, que encerrou unilateralmente as fronteiras com Bissau, Senegal e Serra Leoa, em setembro passado por razões de segurança, provocando mal-estar político.
Umaro Sissoco Embaló que falava aos jornalistas no final da vista do presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) e chefe de Estado do Gana, Nana Akufo-Addo afirmou que "eu penso que não há inimigos permanentes. Há momentos para fazer guerra e há momentos para fazer pazes”.
Diz ainda o estadista guineense que "eu nunca tive problemas com o Presidente Alpha Conde".
Momentos antes, numa declaração conjunta à imprensa, Nana Akufo-Addo disse estar "muito contente" com a posição de Umaro Sissoco Embaló em relação ao mal-entendido com a Guiné-Conacri.
"Pode ter a certeza que farei o meu melhor para que a questão seja ultrapassada", salientou.
Nas declarações aos jornalistas, Umaro Sissoco Embaló explicou que o Presidente Nana Akufo-Addo tem tentado uma aproximação e que neste domingo falou e que lhe disse que "não se opunha".
"Somos homólogos e chefes de Estados de países irmãos e temos de saber diferenciar os nossos problemas dos do país", afirmou, referindo-se ao chefe de Estado da Guiné-Conacri.
Umaro Sissoco Embaló salientou também que depois da visita de Estado que vai realizar a Cabo Verde falará com o Presidente Alpha Condé.
A Guiné-Conacri decretou, a 29 de setembro de 2020, o encerramento das suas fronteiras com a Guiné-Bissau, Senegal e Serra Leoa por razões de segurança e no contexto da campanha eleitoral para as presidenciais de 18 de outubro, que acabaram por ser ganhas pelo atual Presidente, Alpha Condé, depois de alterações na Constituição, que lhe permitiram concorrer a um terceiro mandato.
Já em outubro, o ministro da Segurança e Proteção Civil da Guiné-Conacri, Damantang Albert Camará, disse ter informações "seguras e fidedignas" sobre uma suposta entrada no seu país de armas de uso militar, provenientes da Guiné-Bissau, que as autoridades de Bissau sempre recusaram.
"Ele fechou as fronteiras com aqueles três países porque pensou que estavam a apoiar o candidato Cellou Dalein Diallo. O que é caricato. Fechou de forma unilateral, o que vai contra o espírito dos acordos da Cedeao e da boa vizinhança", afirmou Umaro Sissoco Embaló, em declarações à Lusa há duas semanas.
Apesar de estar disposto a dialogar, Umaro Sissoco Embaló insistiu que não vai negociar abertura de fronteiras, porque a fronteira da Guiné-Bissau com a Guiné-Conacri está aberta.
Dez líderes africanos que morreram em exercício
A população costuma acompanhar com atenção o estado de saúde dos altos dirigentes – muitos especulam atualmente, por exemplo, sobre a saúde do Presidentes da Nigéria. Vários chefes de Estado já morreram em exercício.
Foto: picture-alliance/dpa
John Magufuli, Presidente da Tanzânia
Morreu a 17 de março de 2021, doente. O seu estado de saúde, pouco antes da falecer, esteve em volto a muito secretismo. Assumiu a liderança do país em 2015 e boa parte do seu povo enaltece os seus feitos, tais como a melhoria dos sistemas de saúde, educação e transporte. Mas também foi contestado por algumas políticas duras e por perseguir os seus críticos.
Foto: Sadi Said//REUTERS
1) Malam Bacai Sanhá, Presidente da Guiné-Bissau (2012)
Malam Bacai Sanhá morreu em 2012. Ele sofria de diabetes e morreu em Paris, aos 64 anos, menos de três anos depois de chegar ao poder. Sanhá tinha vários problemas de saúde.
Foto: dapd
2) João Bernardo "Nino" Vieira, Presidente da Guiné-Bissau (2009)
João Bernardo "Nino" Vieira foi assassinado em março de 2009. Tinha 69 anos de idade. Esteve no poder durante mais de duas décadas. Tornou-se primeiro-ministro em 1978 e, em 1980, tomou a Presidência. Ficou no cargo até 1999, ano em que foi para o exílio. Regressou a Bissau em 2005 e venceu nesse ano as presidenciais.
Foto: picture-alliance/dpa/L. I. Relvas
3) Mouammar Kadhafi, chefe de Estado da Líbia (2011)
Mouammar Kadhafi foi assassinado em 2011. Kadhafi, auto-intitulado líder da "Grande Revolução" da Líbia, foi morto por forças rebeldes em circunstâncias ainda por esclarecer. Estava no poder há 42 anos, desde um golpe de Estado contra a monarquia líbia em 1969, onde não houve derramamento de sangue. A sua liderança chegou ao fim com a chamada "Primavera Árabe".
Foto: Christophe Simon/AFP/Getty Images
4) Umaru Musa Yar'Adua, Presidente da Nigéria (2010)
Umaru Musa Yar'Adua morreu em 2010 aos 58 anos de idade. Morreu no seu país, vítima de uma inflamação do pericárdio – estava há apenas três anos no poder. Já durante a campanha eleitoral, Yar'Adua teve de se ausentar várias vezes devido a problemas de saúde. Depois de ser eleito, em 2007, a sua saúde deteriorou-se rapidamente.
Foto: P. U. Ekpei/AFP/Getty Images
5) Lansana Conté, Presidente da Guiné-Conacri (2008)
Após 24 anos no poder, Lansana Conté morreu de "doença prolongada" aos 74 anos de idade. O Presidente da Guiné-Conacri sofria de diabetes e de problemas cardíacos. Conté foi o segundo chefe de Estado do país, de abril de 1984 até à sua morte, em dezembro de 2008.
Foto: Getty Images/AFP/Seyllou
6) John Atta Mills, Presidente do Gana (2012)
John Atta Mills morreu de apoplexia em 2012. Tinha 68 anos. Atta Mills esteve apenas três anos no poder. Enquanto chefe de Estado, introduziu uma série de reformas sociais e económicas que lhe granjearam fama a nível local e internacional.
Foto: AP
7) Meles Zenawi, primeiro-ministro da Etiópia (2012)
Meles Zenawi morreu na Bélgica aos 57 anos de idade, vítima de uma infeção não especificada. Zenawi liderou a Etiópia durante 21 anos – como Presidente, de 1991 a 1995, e como primeiro-ministro, de 1995 a 2012. Foi elogiado por introduzir o multipartidarismo, mas criticado por reprimir violentamente os protestos do povo Oromo no norte da Etiópia.
Foto: AP
8) Omar Bongo, Presidente do Gabão (2009)
Omar Bongo morreu em Barcelona, Espanha, em junho de 2009, vítima de cancro nos intestinos. Bongo estava no poder há 42 anos e morreu aos 72 anos de idade. Foi um dos líderes que esteve mais tempo no poder e um dos mais corruptos. Bongo acumulou uma riqueza imensa enquanto a maior parte da população vivia na pobreza, apesar de o país ter grandes receitas de petróleo.
Foto: AP
9) Michael Sata, Presidente da Zâmbia (2014)
Michael Sata morreu no Reino Unido aos 77 anos. A causa da morte não foi divulgada. Após a sua eleição em 2011, circularam rumores sobre o estado de saúde do Presidente. As suas ausências em eventos oficiais alimentaram ainda mais as especulações, apesar dos seus porta-vozes garantirem que estava tudo bem.
Foto: picture-alliance/dpa
10) Bingu wa Mutharika, Presidente do Malawi (2012)
Bingu wa Mutharika morreu em 2012. Teve um ataque cardíaco e faleceu dois dias depois, aos 78 anos de idade. Esteve oito anos no poder e ganhou gama internacional devido às suas políticas agrícolas e de alimentação. A sua reputação ficou manchada por uma onda de protestos por ter gasto 14 milhões de dólares num jato presidencial.