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"Não nos testem no norte", avisa Netanyahu

Lusa | rl
16 de outubro de 2023

Primeiro-ministro israelita avisa Irão e Hezbollah para não desafiarem exército no norte do país, ao mesmo tempo que Líbano diz que é impossível "prever" o que acontecerá. União Europeia envia ajuda humanitária a Gaza.

Primeiro-ministro israelita, Benjamin NetanyahuFoto: Avi Ohayon/Israel Gpo/ZUMA/picture alliance /

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou, esta segunda-feira (16.10), o Irão e o movimento xiita libanês Hezbollah (pró-iraniano) para não colocarem à prova o exército de Israel no norte do país.

"Não nos testem no norte", advertiu o governante israelita, num momento em que Israel reúne tropas junto ao território da Faixa de Gaza, em preparação para uma provável ofensiva contra o Hamas na sequência do ataque-surpresa conduzido pelo grupo islamita palestiniano no passado dia 07 de outubro. 

Num discurso no Knesset (parlamento) israelita, Netanyahu disse igualmente que o mundo "precisa de se unir para derrotar" o Hamas, grupo considerado terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos e que governa a Faixa de Gaza desde 2007.

"Impossível prever o que pode acontecer"

Também em declarações, esta segunda-feira, o primeiro-ministro libanês fez saber que o seu governo continua a manter contactos para evitar que o Líbano se envolva na guerra em curso, mas reconheceu ser impossível "prever o que pode acontecer".

Citado num comunicado da presidência do Conselho de Ministros, Najib Mikati, confirmou contactos com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e com os presidentes da França e da Turquia, Emmanuel Macron e Recep Tayyip Erdogan, bem como com os Estados Unidos, Itália, Jordânia, Qatar, Reino Unido e Canadá. E voltou a insistir que nenhum ator libanês está interessado em "abrir uma frente [de guerra] a partir do sul do Líbano".

Em Israel, e na sequência do ataque do Hamas, foram mortas 1.400 pessoasFoto: MENAHEM KAHANA/AFP

"O Líbano está no olho do furacão, toda a região está numa situação difícil e ninguém pode prever o que vai acontecer [...]. Mas o que é claro é que Israel está a tentar duplicar as suas provocações", avisou Mikati, segundo a nota.

Envio de ajuda humanitária

A União Europeia fez saber, entretanto, que vai abrir uma ponte aérea com o Egito para enviar ajuda humanitária à população palestiniana de Gaza.

Em comunicado, a Comissão Europeia reconheceu que a população deste território vive uma "situação humanitária desastrosa", e que por isso "vai lançar a operação 'Ponte Aérea Humanitária da UE', que consiste em vários voos para o Egito para levar mantimentos vitais a organizações humanitárias que estão no terreno em Gaza".

O Egito tinha previsto abrir hoje a passagem de Rafah para a entrada de ajuda humanitária e a saída de estrangeiros do enclave palestiniano, disseram à agência noticiosa EFE fontes de segurança egípcias, mas o chefe da diplomacia egípcio, Sameh Sukri, disse que Israel ainda não tinha dado autorização para a abertura da passagem fronteiriça.

Em Gaza, os mortos devido aos bombardeamentos já ultrapassam os 2.750Foto: Mohammed Fayq Abu Mostafa/REUTERS

Segundo os relatos das agências internacionais, os palestinianos da Faixa de Gaza aglomeraram-se, esta segunda-feira, em hospitais e escolas, à procura de abrigo e com pouca comida e água.

Mediação

Também esta segunda-feira, e no decurso de um contacto telefónico com os homólogos iraniano, egípcio, sírio e com o presidente da Autoridade palestiniana, o Presidente russo Vladimir Putin alertou para o "aumento catastrófico" do número de vítimas civis em Gaza e para o risco de uma "guerra regional", face à escalada do conflito.

O Kremlin pediu um "imediato" cessar-fogo entre israelitas e palestinianos e o reinício do processo de diálogo político no Médio Oriente, e admitiu um contacto de Putin com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. 

O Egito convidou, esta tarde, a comunidade internacional para uma cimeira agendada para sábado no Cairo, para discutir o futuro da causa palestiniana e a atual emergência humanitária na Faixa de Gaza.

Em Gaza, os mortos devido aos bombardeamentos já ultrapassam os 2.750, o número mais elevado da história do enclave, que já regista mais vítimas mortais face ao conflito de 2014 que se prolongou por 55 dias, e mais de 9.700 feridos.   

Em Israel, e na sequência do ataque do Hamas em 07 de outubro, foram mortas 1.400 pessoas, na maioria civis, o pior registo da história do país.  

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