David Kissadila, membro da UNITA nomeado na semana passada pelo Presidente angolano João Lourenço para integrar a comissão de gestão do Entreposto Aduaneiro de Angola, rejeitou tomar posse.
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Em declarações à DW África, o político explica porquê: "Eu não fui consultado se estava disposto ou disponível para assumir o cargo". Também o seu partido, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), na oposição, afirma não ter sido consultado e que tomou conhecimento da nomeação através da imprensa local.
David Kissadila é natural do município do Makela do Zombo, província angolana do Uíge, onde nasceu em 1961. Presentemente ocupa o cargo de ministro do Comércio no Governo sombra da UNITA. Referindo-se à nomeação desconfia que "havia tendência de se fazer um aproveitamento político".
Essa atitude está a ser elogiada por alguns, sobretudo nas redes sociais, um dos principais espaços de debate de temas da atualidade em Angola. Por exemplo, Quito Henriques escreveu na sua página do Facebook: "David Kissadila é um político (mokongo) que merece respeito". O ativista Hitler Samussuku também elogiou atitude do militante da UNITA na sua página do facebook: "Que nasçam outros David Kissadila".
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O dever acima de tudo?
Mas, outros criticam-no. O ativista Kaculo Kabaça escreveu na sua conta na mesma plataforma virtual: "O mais velho da UNITA foi infeliz ao tomar aquela decisão. Isso mostra algo perigoso da UNITA, se amanhã estiver no poder". Virgílio Bunga, um cidadão angolano, escreve: "David Kissadila é antes [de tudo] um cidadão angolano. [Deve] pensar no país e em todas as circunstâncias. Militância é no partido".
Mas o analista e jornalista angolano, Ilídio Manuel, comenta que, se os motivos apontados pelo Kissadila são factuais, então a sua posição tem razão de ser. "Ele tomou a decisão mais acertada. É preciso que as pessoas sejam previamente contactadas para assumir determinados cargos".
Ilídio Manuel explica que a prática de nomear personalidades para cargos administrativos sem as consultar vem da governação do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.
O analista David Sambongo discora e diz que David Kissadila devia, sim, tomar posse, apesar de desconfiar que a nomeação poderia servir de trunfo ao partido governamental Movimento de Libertação de Angola (MPLA) nas próximas eleições gerais.
"Não obstante a esse elemento que se analisa, o Dr. Kissadila, por ser um quadro do Ministério do Comércio, por ser alguém que tem as competências demonstradas e nesse entretanto seria muito bom se contribuísse com a sua valência, com o seu saber para o desenvolvimento do nosso país".
Protestos marcam três anos de governação de João Lourenço
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Experiência administrativa
Kissadila é inspetor e assessor do Ministério da Indústria e Comércio do Governo de João Lourenço. Licenciado em ciências da educação, no ramo da filosofia, pelo Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED), Kissadila tem pós-graduação em agregação pedagógica para professores universitários. Também é mestre em economia na especialidade de políticas económicas e desenvolvimento, pela Universidade Agostinho Neto. E frequenta o 3º ano, do curso de economia na mesma unidade universitária.
Já foi militante do PDP-ANA, partido fundado por Nfulupinga Lando Vitor, assassinado em 2004. Também já militou na Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), criado por Abel Chivukuvuku, em 2012. No Governo anterior, na era de José Eduardo dos Santos, desempenhou as funções de diretor de gabinete de infraestruturas do Ministério da Juventude e Desportos.
David Kissadila diz não temer represálias por ter recusado integrar a comissão de gestão do Entreposto Aduaneiro de Angola. E acrescenta que é preciso mudar o paradigma de nomeação dos quadros dos partidos da oposição. "Para sua promoção ou para sua nomeação tem que ser comprado como se fosse mercadoria. Eu não sou mercadoria para ser vendido".
Luanda é a cidade que cresce mais rapidamente em África
Não são necessariamente as cidades mais populosas de África, mas são as que crescem de forma mais rápida, segundo as Nações Unidas. Luanda lidera a lista das cidades com maior crescimento populacional no continente.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
1. Luanda, Angola
Nenhuma cidade africana está a crescer tão rapidamente como Luanda, a capital de Angola. Segundo dados da ONU, vivem aqui mais de 7,7 milhões de pessoas. A idade média dos luandenses é de 20,6 anos. A capital é uma das cidades mais caras do mundo. Mas apenas as elites de Angola beneficiam das grandes reservas de petróleo do país. A população fala em desigualdade social no país.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
2. Yaounde, Camarões
Com 3,6 milhões de habitantes, a capital dos Camarões é muito menor que a de Angola. Os serviços públicos e as representações diplomáticas estão principalmente concentrados na capital. É por isso que Yaoundé desfruta de um padrão de vida e segurança mais elevados do que o resto dos Camarões. É também um ponto central de transferência de mercadorias como café, cacau, tabaco e borracha.
Foto: Dirke Köpp
3. Dar es Salaam, Tanzânia
A população da capital comercial da Tanzânia aumentou mais de seis vezes desde 1978. Dar es Salaam, com mais de seis milhões de habitantes, é a maior cidade da África Oriental e um importante centro económico e comercial para a região. De 2000 a 2018, a população cresceu 166%.
Foto: DW/E. Boniphace
4. Kumasi, Gana
A população da cidade ganesa de Kumasi aumentou onze vezes para três milhões entre 1970 e 2017. Ultrapassou o número de pessoas que vivem na capital, Accra, em 2014 para se tornar a maior cidade do país. A população do Gana está a crescer de forma rápida, especialmente em cidades como Kumasi. A metrópole económica atrai muitas pessoas do norte do país.
Foto: Imago Images/photothek/T. Imo
5. Kampala, Uganda
Kampala, a principal capital de Uganda, fica nas margens do Lago Vitória. A população total da região mais do que duplicou desde o início do século XXI. Muitas pessoas do interior estão a mudar-se para as cidades. Kampala tem uma das maiores taxas de crescimento em todo o mundo. Espera-se que mais de 40 milhões de pessoas vivam na cidade até 2100.
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Kabuubi
6. Lusaka, Zâmbia
Lusaka, o centro económico e político da Zâmbia, registou um boom demográfico nos últimos anos. O centro da cidade, nos arredores da Independence Avenue e da Cairo Road, é caracterizado por edifícios comerciais, companhias de seguros, bancos, bolsas de valores, hotéis e cadeias de "fast food" americanas. O setor industrial, os transportes e o artesanato também desempenham um papel importante..
Foto: DW/C. Chimbelu
7. Douala, Camarões
A maior cidade dos Camarões também está entre as dez cidades que mais crescem em África. Douala é o lar do maior porto da África Central, que é vital para a economia do país e toda a Comunidade Económica e Monetária da África Central. É um importante centro financeiro, industrial, comercial, cultural e de tráfego dos Camarões.
Foto: picture-alliance / maxppp
8. Mbuji-Mayi, República Democrática do Congo
Provavelmente não há outro lugar no mundo com tantos diamantes como em Mbuji-Mayi. Os comerciantes de diamantes da cidade congolesa pintam edifícios com imagens brilhantes e bonitas para atrair os mineiros. A cidade tinha apenas 30.000 habitantes em 1960. Até 2018, Mbuji-Mayi deverá ter 2,3 milhões de habitantes. A imigração em massa das áreas vizinhas aumentou drasticamente a população.
Foto: Imago Images/H. Hoogte
9. Antananarivo, Madagáscar
Antananarivo é a maior cidade e capital do Estado insular de Madagáscar. A maioria dos turistas entra e sai do país pelo aeroporto da capital. Apesar de um período de doenças e guerras no século XVIII, a população da cidade cresceu de forma constante. Esse crescimento populacional deve-se sobretudo à saída das pessoas do interior para a capital do país.
Foto: Imago Images/Xinhua
10. Pretória, África do Sul
Por último, mas não menos importante, no top 10 está a cidade de Pretória, uma das três capitais da África do Sul. É a capital administrativa, com reconhecimento também no campo do ensino superior e da investigação. Localizada a norte de Joanesburgo, Pretória é um importante centro comercial e industrial, onde são construídas ferrovias, carros, máquinas e aço.