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PolíticaNíger

Níger: Ameaça de processo a PR deposto é uma "provocação"

Lusa
14 de agosto de 2023

A CEDEAO condenou o que classifica como "tentativas" da junta militar que tomou o poder no Níger de processar o Presidente deposto, Mohamed Bazoum, por "alta traição".

Nigeria Abuja | ECOWAS-Treffen zu Niger-Putsch
Foto: Gbemiga Olamikan/AP/picture alliance

"A CEDEAO condena esta medida, que representa mais uma forma de provocação e contradiz a presumível vontade das autoridades militares da República do Níger de restabelecer a ordem constitucional por meios pacíficos", afirma o bloco em comunicado.

Desacordo díficil de negociar

No domingo, num comunicado lido na televisão nacional, o coronel Amadou Abdramane, membro da junta militar, disse que estão reunidas "provas para processar, perante as autoridades nacionais e internacionais competentes, o Presidente deposto e os seus cúmplices internos e estrangeiros, por alta traição e atentado à segurança interna e externa do Níger".

Amadou Abdramane, Coronel da Junta MilitarFoto: ORTN via Reuters

O golpe de Estado no Níger de 26 de julho foi liderado pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Nação (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente Bazoum e a suspensão da Constituição.

"Bazoum continua a ser o Presidente democraticamente eleito da República do Níger e reconhecido pela CEDEAO e pela comunidade internacional", lê-se na nota.

A CEDEAO também apela novamente à "libertação imediata" do Presidente nigerino.

O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) e uma delegação da CEDEAO estão reunidos em Adis Abeba para debater a situação no Níger.

A reunião surge depois de os chefes de Estado e de Governo da CEDEAO terem ordenado, na quinta-feira, a "ativação" da "força de prontidão" do bloco regional para uma eventual intervenção militar destinada a "restabelecer a ordem constitucional" no Níger, embora tenham também assegurado que continuariam empenhados no diálogo.

Até agora, a junta militar ignorou as ameaças e, além de nomear um novo primeiro-ministro, formar um governo de transição, reforçar o seu aparelho militar e fechar o espaço aéreo do país, avisou que o uso da força será objeto de uma resposta "imediata" e "enérgica".

 

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