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PolíticaNíger

Níger: Delegação africana não consegue resolver a crise

AFP | DW (Deutsche Welle)
4 de agosto de 2023

Uma delegação da África Ocidental não conseguiu assegurar o regresso ao poder do Governo eleito do Níger, numa altura em que a junta militar decidiu romper a cooperação militar com a antiga potência colonial francesa.

Foto: KOLA SULAIMON/AFP

A equipa do bloco regional da CEDEAO chegou na quinta-feira à capital Naimey "mas não passou a noite", como previsto, nem se encontrou com o líder do golpe, Abdourahamane Tiani, ou com o Presidente detido, Mohamed Bazoum, disse um membro da delegação na sexta-feira (04.07).

A Nigéria, potência regional, detém a presidência rotativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que impôs sanções e que, no domingo, deu aos golpistas uma semana para reporem Bazoum no poder ou arriscarem uma possível intervenção armada.

O Presidente nigeriano, Bola Tinubu, afirmou que a CEDEAO faria o seu melhor para resolver a crise de forma amigável, mas a CEDEAO disse que poderia recorrer à intervenção militar como último recurso.

Intervenção militar?

Os militares da Junta Militar do Níger anunciaram "retaliação imediata" em caso de "agressão ou tentativa de agressão" contra seu país por parte da CEDEAOFoto: KOLA SULAIMON/AFP

Os chefes militares regionais estão em Abuja, capital da Nigéria, para discutir a possibilidade de uma tal intervenção militar. A junta do Níger avisou que enfrentaria a força com a força.

"Qualquer agressão ou tentativa de agressão contra o Estado do Níger será objeto de uma resposta imediata e sem aviso prévio das Forças de Defesa e Segurança do Níger contra um dos membros (do bloco)", declarou um dos golpistas numa declaração lida na televisão nacional.

 A resposta foi dada com "a exceção dos países amigos suspensos", numa alusão ao Burkina Faso e ao Mali, países vizinhos que também foram vítimas de golpes militares nos últimos anos.

As juntas destes países advertiram que qualquer intervenção militar no Níger seria equivalente a uma "declaração de guerra".

Bazoum, que está detido pelos golpistas com a sua família desde a sua destituição, disse na quinta-feira que se o golpe for bem-sucedido, "terá consequências devastadoras para o nosso país, a nossa região e o mundo inteiro".

Numa coluna no Washington Post - a sua primeira longa declaração desde a sua detenção - apelou "ao Governo dos EUA e a toda a comunidade internacional para nos ajudarem a restaurar a nossa ordem constitucional".     

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