PR vê "relativo fracasso" na presença francesa no Sahel
Lusa
29 de março de 2021
Presidente eleito do Níger considera que a presença militar francesa tem sido um "relativo fracasso" no combate aos insurgentes no Sahel. Mohamed Bazoum admite, porém, que o "fracasso" é também de todos da região.
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"No quadro da cooperação com o Exército francês, gostaríamos de ter tido melhores resultados do que os que tivemos. Este relativo fracasso é o fracasso de todos nós, o fracasso de toda a coligação", disse Bazoum esta segunda-feira (29.03) numa entrevista com a France 24 e a Radio France Internationale (RFI), citada pela agência de notícias France-Presse.
"Uma retirada parcial de França, na medida em que mantivesse o dispositivo aéreo, não teria um grande efeito no curso da situação e no equilíbrio do poder", acrescentou o futuro chefe de Estado nigerino.
A força Barkhane inclui tropas destacadas no solo, mas também uma importante componente aérea, com três veículos aéreos não-tripulados ('drones') Reaper, sete aviões de caça e 20 helicópteros, de acordo com os dados mais recentes do Estado-Maior francês.
Força sob críticas
A força francesa conta com 5.100 operacionais e opera principalmente no Mali e nos seus vizinhos da região do Sahel, como o Níger, contra grupos 'jihadistas'. No entanto, o esforço militar desta missão é cada vez mais questionado pela opinião pública em França, sendo que 50 militares franceses foram mortos em ação desde 2013.
Em meados de fevereiro, durante uma cimeira em N'Djamena, no Chade, juntos dos parceiros do G5-Sahel, o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que Paris não tencionava reduzir o número de operacionais da Barkhane "no imediato".
Níger: país de trânsito
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Ainda assim, Macron delineou uma estratégia de saída, sendo favorável à existência de reforços europeus junto das forças francesas.
Possível retirada
Questionado sobre uma possível retirada parcial dos operacionais da Barkhane, Bazoum, que deverá tomar posse em 2 de abril, sucedendo ao atual Presidente, Mahamadou Issoufou, afirmou que "não sentiria que seria um abandono por parte dos franceses".
"O que nos interessa é uma certa presença das forças aéreas francesas que, do meu ponto de vista, será garantida independentemente do número de tropas francesas presentes", acrescentou Bazoum.
A operação Barkhane teve início em 2014, em substituição da Serval, lançada no ano anterior.
Segundo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 4 mil pessoas foram mortas em ataques terroristas em 2019 no Mali, Burkina Faso e Níger, tendo o número de pessoas deslocadas aumentado 10 vezes, ficando próximo de um milhão.
Nove mesquitas em África que são verdadeiras obras de arte
O continente africano possui diversos edifícios religiosos de várias épocas: de 670 a.C. a 2019, existem mesquitas para praticamente todos os gostos e estilos arquitetónicos.
Foto: AFP/SEYLLOU
A mesquita de Massalikul Jinaan, Senegal
Com um custo total de mais de 30 milhões de euros, a mesquita de Massalikul Jinaan foi inaugurada em setembro de 2019. É a maior mesquita da África Ocidental e tem capacidade para albergar 15.000 fiéis no interior e outros 15.000 no átrio principal. O nome do edifício deriva do título de um poema do xeque Ahmadou Bamba Mbacke, fundador da Irmandade Mouridiyya no século XIX e reverenciado santo.
Foto: AFP/SEYLLOU
Grande Mesquita de Cairuão, Tunísia
Esta mesquita é um dos mais antigos locais de culto do mundo islâmico e possivelmente o mais antigo de África. Foi fundada no ano 670 a.C. pelo general árabe Uqba ibn Nafi. O edifício tem uma influência mista da arquitetura pré-islâmica, romana e bizantina. Está localizado em Cairuão, no deserto do norte da Tunísia, e é Património Mundial da UNESCO.
Foto: Imago/Panthermedia
Mesquita de Larabanga, Gana
Apelidada de Meca da África Ocidental, a Mesquita de Larabanga está construída no estilo arquitetónico sudanês e pode ser vista e visitada precisamente em Larabanga, no Gana. Foi fundada em 1421 e é uma das mais antigas mesquitas da África Ocidental. Foi já submetida a vários trabalhos de restauração minuciosos, uma vez que esta obra é feita de reboco de lama.
Foto: Imago/UIG
Mesquita de Touba, Senegal
A Grande Mesquita de Touba foi fundada em 1887 pelo santo sufi e fundador da Irmandade Mouridiyya, Amadou Bamba. No entanto, só foi oficialmente concluída em 1963. Bamba morreu em 1927 e está enterrado na mesquita que agora é administrada pelos seus descendentes. É considerada uma das mais belas mesquitas do mundo.
Foto: Imago Images
A Grande Mesquita de Djenne, Mali
A Grande Mesquita de Djenne é a maior estrutura de tijolos de barro do mundo. Foi construída em 1907, usando um estilo arquitetónico único, que remonta às paisagens do Sahel no século XIV. Todos os anos, a comunidade de Djenne participa num festival que visa reparar danos causados pela erosão natural - uma festa que envolve música e comida, é claro.
Foto: Getty Images/AFP/M. Cattani
Mesquita Nacional de Abuja, Nigéria
Esta mesquita foi construída em 1984 e é a Mesquita Nacional da Nigéria. Embora tenha sido construída para responder às necessidades da população muçulmana da Nigéria, também está aberta ao público não muçulmano, exceto durante as orações oficiais. Está simbolicamente localizada em frente ao Centro Cristão Nacional.
Foto: Imago Images/F. Stark
Mesquita Nacional do Uganda
Terminada em 2006, a Mesquita Nacional de Uganda é um exemplar de arquitetura moderna. Foi encomendada em Kampala pelo ex-líder líbio Muammar Kadhafi e posteriormente renomeada em sua homenagem. Atualmente esta mesquita é também sede do Conselho Supremo Muçulmano de Uganda.
Foto: Imago/UIG
Mesquita Hassan II, Marrocos
Concluída em 1993, a Mesquita Hassan II era até recentemente a maior mesquita do continente africano e a terceira maior do mundo. Este edifício foi construído para comemorar o 60.º aniversário do ex-rei Hassan II. A sua localização em cima do oceano representa um verso do alcorão, que afirma que o trono de Deus foi construído sobre a água.
Foto: picture alliance/Arco Images
Djamaa el Djazair ou Grande Mesquita de Argel, Algéria
Foi concluída em 2019 após sete anos de construção, com um custo total estimado em 915 milhões de euros. A sua construção resultou de um esforço global: foi financiada pelo Governo da Argélia, projetada por arquitetos alemães e construída pela China State Construction Engineering Corporation. O seu minarete de 265 metros torna esta mesquita no edifício mais alto de África.