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CriminalidadeNíger

Níger: Soldados serão responsáveis por execuções de 70 civis

AFP | Lusa
5 de setembro de 2020

Uma investigação da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Níger mostra que as forças de segurança terão executado civis desarmados. Pelo menos 71 corpos foram encontrados em seis valas no noroeste do país.

Forças de Defesa e Segurança do Níger numa operação no deserto
Soldados do Níger numa patrulha do deserto de IferouaneFoto: AFP/S. Ag Anar

A Comissão Nacional de Direitos Humanos do Níger denunciou que soldados no combate contra os jihadistas serão "responsáveis por execuções sumárias" de pelo menos 71 civis. As mortes foram registadas na região de Tillabéri, revelou esta sexta-feira (04.09) uma fonte que participou das investigações.

"Houve execuções de civis desarmados e a investigação descobriu pelo menos 71 pessoas mortas em seis valas comuns", afirmou Abdoulaye Seydou, um dos elaboradores do inquérito que atribui as "execuções sumárias e extrajudiciais" a "elementos das Forças de Defesa e Segurança".

"Foram usadas armas brancas e pequenas armas de fogo", acrescentou o presidente da Rede Pan-Africana para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (Reppa). O responsável lembrou, no entanto, que "não existem provas ou elementos que possam estabelecer a responsabilidade do exército como instituição ou das hierarquias militares".

Sinais de violência

No inquérito, foram ouvidas 70 testemunhas. A investigação ocorreu durante um período de três meses, entre 20 de maio e 6 de julho, e foi conduzida após denúncias para o desaparecimento de 102 pessoas, revelou a Comissão Nacional de Direitos Humanos do Níger.

"[Em] todas as seis valas comuns que foram exumadas, todos os corpos estavam com as mãos amarradas nas costas e o turbante no pescoço com buracos de bala. Os relatórios do médico legista revelam isso", declarou a secretária-geral da Comissão, Alichina Amadou Koulguéni.

Uma das valas comuns contém "pelo menos 30 corpos", alguns dos quais mostram "sinais de violência, múltiplas fraturas dos braços, antebraços e crânio", acrescentou.

A Comissão é um órgão público e é composta por representantes do Governo, do Parlamento, ONGs, sindicatos e gupos de advogados.

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