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Ciclone Chido em Moçambique fez pelo menos 76 mortos

Lusa
21 de dezembro de 2024

Pelo menos 76 pessoas morreram, uma está desaparecida e outras 768 ficaram feridas durante a passagem do ciclone Chido no norte e centro de Moçambique, segundo um novo balanço divulgado este sábado pelas autoridades.

Região de Mecúfi, seriamente afetada pela passagem do ciclone Chido
Ciclone Chido entrou em Moçambique no passado domingo, deixando um rasto de destruiçãoFoto: UNICEF MOZAMBIQUE/via REUTERS

O ciclone Chido afetou ainda 380.147 pessoas, o correspondente a 75.182 famílias, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula, no norte, e Tete e Sofala, no centro, segundo o novo balanço do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) de Moçambique, divulgado este sábado (21.12), com dados preliminares até às 18:00 de sexta-feira.

No balanço anterior, com dados até quinta-feira, o INGD apontava 75 mortos e 329.565 pessoas afetadas, o correspondente a 65.293 famílias, em consequência do ciclone tropical, que se formou em 05 de dezembro no sudoeste do oceano Indício e entrou no domingo pelo distrito de Mecúfi, em Cabo Delgado, "com ventos que rondaram os 260 quilómetros por hora" e chuvas fortes.

Segundo as autoridades, no novo balanço, o ciclone Chido destruiu totalmente 61.561 casas e parcialmente outras 24.980 - totalizando quase o dobro face ao dia anterior -, afetou 52 unidades hospitalares, 26 casas de culto, 11 torres de telecomunicação e 89 edifícios públicos.

Os dados apontam ainda para um total de 109.793 alunos, 1.556 professores, 1.126 salas de aula e 250 escolas afetados, além de 338 postes de energia tombados e 454 embarcações de pesca danificadas.

Dois dias de luto nacional

O Governo moçambicano decretou dois dias de luto nacional na sequência da passagem do ciclone Chido.

Moçambique cumpre hoje o segundo e último dia de luto nacional, decretado pelo Governo, com a bandeira nacional e o pavilhão presidencial içados a meia-haste em todo o território nacional e nas missões diplomáticas e consulares da República de Moçambique.

O Presidente moçambicano lamentou a morte provocada pelo ciclone e a destruição de infraestruturas, incluindo escolas, hospitais e outros edifícios públicos e privados e pediu a solidariedade dos moçambicanos para com as vítimas.

"Vamos imediatamente priorizar o apoio na reposição de abrigos, habitações, alimentação, energia, água e distribuição de sementes para além dos outros apoios que estão a acontecer", declarou Filipe Nyusi, na sua comunicação ao país, alusiva à quadra festiva.

Na sexta-feira o chefe de Estadi visitou Mecúfi, o distrito mais afetado pelo ciclone, em Cabo Delgado, com registo de cerca de meia centena de mortos e a destruição quase total de casas e infraestruturas.

O ciclone tropical intenso Chido, de escala 3 (1 a 5), atingiu a zona costeira do norte de Moçambique na noite de sábado para domingo, segundo o Centro Nacional Operativo de Emergência (CNOE), mas enfraqueceu para tempestade tropical severa, apesar de ter continuado a fustigar as províncias a norte, com "chuvas muito fortes acima de 250 mm [milímetros]/24 horas, acompanhada de trovoadas e ventos com rajadas muito fortes".

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.